domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | O Melhor Amigo – Comédia Romântica da Netflix é bem estilo ‘Sessão da Tarde’

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Existem filmes que são categorizados como filmes para fazer você se sentir bem – ou seja, histórias cuja resoluções envolvem um tipo de construção que faz o espectador terminar a experiência de assistir ao longa ser sentindo bem consigo mesmo e com o entretenimento consumido. Em sua maioria, as produções que compõem essa categoria são as comédias românticas, tais como o recente lançamento da NetflixO Melhor Amigo’, uma romcom francesa bem estilo ‘Sessão da Tarde’.



Durante a despedida de solteira de sua amiga Alexandra (Constance Arnoult) em um hotel à beira da praia, Thibault (Mickaël Lumière) conhece Rose (Eva Danino), uma bela moça que estava hospedada no mesmo hotel. Embora os dois passem a noite inteira conversando, nada rola entre eles, e apenas trocam telefone. De volta à Paris, Thibault e Rose passam a se encontrar com frequência, e, aos poucos, vão construindo uma amizade sólida, embora claramente o rapaz esteja se apaixonando pela jovem. Quando Thibault conta às suas melhores amigas aconteceu, elas imediatamente o alertam sobre estar sendo colocado na “zona da amizade”, e que para sair dessa posição e conquistar o coração de Rose ele deverá se submeter a um banho de personalidade que as três estão dispostas a lhe oferecer, em prol de sua felicidade.

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Escrito por Stanislas Carré de Malberg e Charles Van Tieguem, o roteiro e a história de ‘O Melhor Amigo’ são um bocado bagunçados, embora o resultado geral do longa seja fofo. O filme parte do princípio do típico banho de loja, mudança na aparência, faça isso não faça aquilo para justificar a ascensão estética do personagem principal. Por se calcar no uso dessa ferramenta estereotipada para construir seu enredo, faltou ao roteiro evidenciar qual era de fato o grande problema deste protagonista: a falta de autoconfiança. A simples inserção de uma fala dizendo a Thibault que tudo o que ele precisa para conquistar uma mulher é melhorar sua autoestima, e não suas roupas, elevaria o tom do filme para um outro patamar, consequentemente prestando, assim, um grande serviço aos espectadores que se reconheçam no personagem. Por não fazê-lo, o longa simplesmente reproduz estereótipos do século passado com uma roupagem mais liberal.

Apesar disso, ‘O Melhor Amigo’ é uma comédia romântica agradável, embora o protagonista esteja mais inclinado a nos convencer como o melhor amigo gay. Centrado num personagem masculino, quem realmente rouba a cena são as melhores amigas mulheres, especialmente Maud (Manon Azem) e Lulu (Fadily Camara), cujas personalidades fortes estimulam o protagonista a sair da zona de conforto – ou melhor dizendo, da zona da amizade – e assumir seu papel no jogo da conquista.

O Melhor Amigo’ é um filme conforto para assistir no meio da tarde, com umas cenas mais apimentadinhas e um final bem romântico, apesar do início meio conflituoso. Não tem uma história arrebatadora, mas agrada e entretêm o espectador que apenas queira relaxar a mente com uma história leve num cenário bonito como Paris.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | O Melhor Amigo – Comédia Romântica da Netflix é bem estilo ‘Sessão da Tarde’

Existem filmes que são categorizados como filmes para fazer você se sentir bem – ou seja, histórias cuja resoluções envolvem um tipo de construção que faz o espectador terminar a experiência de assistir ao longa ser sentindo bem consigo mesmo e com o entretenimento consumido. Em sua maioria, as produções que compõem essa categoria são as comédias românticas, tais como o recente lançamento da NetflixO Melhor Amigo’, uma romcom francesa bem estilo ‘Sessão da Tarde’.

Durante a despedida de solteira de sua amiga Alexandra (Constance Arnoult) em um hotel à beira da praia, Thibault (Mickaël Lumière) conhece Rose (Eva Danino), uma bela moça que estava hospedada no mesmo hotel. Embora os dois passem a noite inteira conversando, nada rola entre eles, e apenas trocam telefone. De volta à Paris, Thibault e Rose passam a se encontrar com frequência, e, aos poucos, vão construindo uma amizade sólida, embora claramente o rapaz esteja se apaixonando pela jovem. Quando Thibault conta às suas melhores amigas aconteceu, elas imediatamente o alertam sobre estar sendo colocado na “zona da amizade”, e que para sair dessa posição e conquistar o coração de Rose ele deverá se submeter a um banho de personalidade que as três estão dispostas a lhe oferecer, em prol de sua felicidade.

Escrito por Stanislas Carré de Malberg e Charles Van Tieguem, o roteiro e a história de ‘O Melhor Amigo’ são um bocado bagunçados, embora o resultado geral do longa seja fofo. O filme parte do princípio do típico banho de loja, mudança na aparência, faça isso não faça aquilo para justificar a ascensão estética do personagem principal. Por se calcar no uso dessa ferramenta estereotipada para construir seu enredo, faltou ao roteiro evidenciar qual era de fato o grande problema deste protagonista: a falta de autoconfiança. A simples inserção de uma fala dizendo a Thibault que tudo o que ele precisa para conquistar uma mulher é melhorar sua autoestima, e não suas roupas, elevaria o tom do filme para um outro patamar, consequentemente prestando, assim, um grande serviço aos espectadores que se reconheçam no personagem. Por não fazê-lo, o longa simplesmente reproduz estereótipos do século passado com uma roupagem mais liberal.

Apesar disso, ‘O Melhor Amigo’ é uma comédia romântica agradável, embora o protagonista esteja mais inclinado a nos convencer como o melhor amigo gay. Centrado num personagem masculino, quem realmente rouba a cena são as melhores amigas mulheres, especialmente Maud (Manon Azem) e Lulu (Fadily Camara), cujas personalidades fortes estimulam o protagonista a sair da zona de conforto – ou melhor dizendo, da zona da amizade – e assumir seu papel no jogo da conquista.

O Melhor Amigo’ é um filme conforto para assistir no meio da tarde, com umas cenas mais apimentadinhas e um final bem romântico, apesar do início meio conflituoso. Não tem uma história arrebatadora, mas agrada e entretêm o espectador que apenas queira relaxar a mente com uma história leve num cenário bonito como Paris.

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