Se você viu a série ‘La Casa de Papel’ você provavelmente se interessou em assistir ‘Vis a Vis’, e, se fez isso, provavelmente reparou que alguns atores participam de ambas as séries, além das duas terem tantos elementos em comum que a gente do CinePop fez até uma listinha das semelhanças aqui. Tudo isso ocorre por causa de um indivíduo: Álex Pina, o criador de ambas as séries. E agora ele chega com mais um trabalho serial, ‘O Píer’, que, acreditem, também possui pontos em comuns com as outras duas histórias de sucesso – e acho que já podemos chamar tudo isso de Alexverso.
Em ‘O Píer’ reencontramos Álvaro Morte, nosso querido Professor de ‘La Casa de Papel’, interpretando aqui Óscar, um homem bastante apaixonado pela esposa, Alejandra (Verónica Sánchez, que em muitos aspectos lembra a Macarena de ‘Vis a Vis’, só que morena), que, um dia, por um desvio do destino, Óscar acaba conhecendo a hipnotizante Verónica (Irene Arcos, que rouba todas as cenas em que aparece), com quem acaba se envolvendo. Acontece que, misteriosamente, o policial Conrado (Roberto Enríquez, o bonitão Fabio de ‘Vis a Vis’, só que dessa vez com bigode) encontra o corpo de Óscar, que aparentemente cometera suicídio. Por conta da grande reviravolta de sua vida, Alejandra começa a seguir os passos do marido para tentar entender o que o teria levado a tirar a própria vida.
Ao contrário das outras séries de Álex Pina, a trama de ‘O Píer’ é beeem mais focada no drama, com oito episódios de quase uma hora de duração com um ritmo beeem lento. Apesar disso, tem qualquer coisa na forma como Álex Pina conta uma história que faz a gente até ver que a coisa tá meio devagar, mas é meio difícil de largar, e você acaba indo até o fim. ‘O Píer’ tem alguns flertes com o suspense (afinal, Alejandra quer saber por que o marido se matou, como foi se envolver com outra mulher, etc), mas esses pequenos momentos não são suficientes para manter a atenção do espectador.
Se destacam nos oito episódios algumas cenas de nudez e de sexo bastante explícitas, com direito a nu frontal do Professor (digo, Óscar), ménage a trois, sexo entre mulheres, etc, especialmente no último episódio. São cenas que, surpreendentemente, têm uma fotografia belíssima.
Mas o ponto mais bacana da série é mesmo a sororidade entre as mulheres: quando Alejandra se descobre traída e viúva, ela imediatamente ganha o suporte da mãe, da melhor amiga (que tem o mesmo corte de cabelo da Zulema de ‘Vis a Vis’) e da filha desta, e quando Alejandra por fim encontra com Verónica, em vez de fazer um escândalo e culpá-la, ela acaba ajudando a outra, compadecendo-se da dor dela. É bonito ver isso ser retratado. Entretanto, o interesse de Alejandra por Verónica beira a obsessão, em muitos aspectos deixando claro que quer ter a vida dela, ser ela. A forma como esse crescente é construído é bastante intrigante, e talvez seja o motivo que faz o espectador inconscientemente continuar assistindo.
Enquanto a nova temporada de ‘La Casa de Papel’ e o spin-off de ‘Vis a Vis’ não chegam, ‘O Píer’ é uma boa opção para os fãs irem matando as saudades de seus atores favoritos. Ah, e a boa notícia é que a primeira temporada inteirinha está disponível gratuitamente até o fim do ano no canal Lifetime da NET,e dá tempo de maratonar. Oba! E a 2a temporada já está confirmada!