sábado, abril 20, 2024

Crítica | O Retorno de Mary Poppins – Continuação é praticamente perfeita em todos os aspectos

Fazem 54 anos que Julie Andrews brilhou no papel do ícone britânico chamado Mary Poppins. A personagem, que é uma adaptação das histórias escritas por P.L. Travers de mesmo nome, nunca agradou sua criadora original quando foi parar nas telonas, entretanto, a crítica e os juízes de premiações consideram o longa-metragem de 1964 um clássico, não é à toa que ganhou cinco Oscars na sua época. Décadas e mais décadas depois, na era dos reboots e remakes, a Disney decide que este é o momento da personagem ganhar sua continuação, mas desta vez com Emily Blunt comandando o show.

O Retorno de Mary Poppins se passa alguns bons anos depois do primeiro filme e desta vez, a babá encantada retorna para ajudar os irmãos Banks, Michael (Ben Whishaw) e Jane (Emily Mortimer), agora adultos, e os filhos do rapaz, John (Nathanael Saleh), Anabel (Pixie Davies) e o fofíssimo Georgie (Joel Dawson) que estão vivendo um período difícil da vida. A história agora se encontra no período da Grande Depressão, por volta dos anos de 1930.

Com direção de Rob Marshall (Chicago) e roteiro assinado pelo mesmo juntamente a David Magee (As Aventuras de Pi) e John DeLuca (Caminhos da Floresta), a produção apresenta uma narrativa que transborda referências e nostalgia a produção de 1964. A trama, que parece ter sido toda construída detalhadamente e com todo cuidado possível, aborda uma história coerente devolvendo aquela sensação de diversão, inocência e de saber aproveitar a vida que parecem viver diariamente no coração das crianças.

A dramaturgia também demarca seu próprio espaço no universo cinematográfico ao apresentar novas situações e estilos de enredo diferentes do primeiro, mesclando um tom dramático mais acentuado juntamente ao sentimento de encanto clássico do primeiro. É fácil para o espectador, tanto adulto quanto criança, criar identidade com a narrativa e adentrar o mundo deste novo capítulo da história de Mary Poppins.

Por falar em Mary, é preciso admirar a coragem de Emily Blunt, uma britânica nata, ao aceitar assumir o manto de um dos maiores ícones de seu país. Logo no início se torna evidente o motivo de Marshall ter criado o papel somente com ela em mente para interpretar, afinal, a atriz não só incorpora a forma de dialogar da personagem clássica como também os trejeitos tão peculiares da mesma. É como se o público estivesse dando de cara com a babá encantada que aprendeu a amar de 1964. Blunt é, sem dúvida alguma, a escolha perfeita para interpretar Mary Poppins.

O elenco de O Retorno de Mary Poppins não é para qualquer um e com este ponto sendo destacado é necessário acrescentar que todos parecem se divertir enquanto interpretam seus personagens, assim como, terem nascido para vive-los. Lin-Manuel Miranda, como já era de se esperar, realiza um excelente trabalho no papel de Jack fazendo com que o telespectador queira esbarrar com o mesmo pelas ruas. Ben Whishaw e Emily Mortimer são as versões adultas das crianças Banks que você nem sabia que precisava, em especial um destaque para Mortimer que incorpora o jeitinho da jovem Jane.

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Os mais novos da produção também realizam excelentes interpretações, em evidência o menino Joel Dawson que passa o longa-metragem inteiro despertando no público vontade de apertar suas bochechas. É importante (e de grande necessidade) citar Julie Walters como Ellen, Meryl Streep como Cousin Topsy, Angela Lansbury como Ballon Lady e Dick Van Dyke, em uma participação mais do que especial, dando vida a Mr. Dawes Jr. e realizando uma cena para aquecer os corações de todos. Colin Firth no papel de Wilkins é o antagonista ideal para um filme que se direciona a todas as idades. Os veteranos, como já vinha sendo esperado, dão um show em suas atuações e só contribuem para a imersão de quem assiste dentro da narrativa.

Em quesito de direção cinematográfica, Rob Marshall parece ter feito a lição de casa e entrega uma produção encharcada de cenas que remetem ao filme que traz Julie Andrews como a protagonista. A trilha sonora é um personagem próprio trazendo músicas para despertar a vontade de ouvir o dia inteiro e criar nos adultos o sentimento de acreditar novamente. Ademais, a trilha não cantada é um marco dentro do longa e permeia durante suas duas horas e dez minutos tornando fácil a identificação dos que assistem tanto por meio visual quanto da audição.

Obviamente que com tantos acertos a direção de arte não poderia fazer outra coisa que não fosse ser practically perfect in every way. As cores escolhidas se encaixam com a história contada e os objetos que compõem a trama parecem ter sido cuidadosamente selecionados. Ademais, é preciso prestar atenção para alguns detalhes que fazem referência ao clássico de 1964. As partes animadas não deixam a desejar e conseguem agradar tanto os mais velhos que, provavelmente, se sentirão nostálgicos quanto os mais novos que estão acostumados ao 3D.

No geral, o longa-metragem é um tributo a produção de 1964 ao mesmo tempo que se estabelece, com seus elementos particulares, como uma continuação. Em tempos de dificuldade, de um mundo onde a sociedade parece ter esquecido os sentimentos de esperança e empatia, O Retorno de Mary Poppins vem no momento certo para restaurar tais emoções e crenças nas almas dos mais velhos e divertir os mais jovens que sabem como é viver com isso diariamente.

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