quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | O Silêncio da Cidade Branca – Suspense da Netflix no estilo ‘O Código da Vinci’

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Você se amarra num filmezinho de suspense, com policiais investigando o passo a passo, um assassino serial killer à espreita, um clima de penumbra em uma bela cidade e, de quebra, umas teorias de conspiração como pano de fundo, com direito a argumentos históricos calcados em monumentos e manifestações artísticas de uma cidade? Bom, então você vai curtir ‘O Silêncio da Cidade Branca’.



Numa grande pegada a la ‘O Código da Vinci’, o longa conta a história de um bi-zar-ro serial killer que já aparece matando logo na primeira cena. A assinatura do chamado Assassino do Sono mistura abelhas e tortura, e realmente fará o espectador torcer a boca em repulsa. No encalço desse assassino está o perfilador e detetive Usi Ayala (Javier Rey) e sua assistente, Esti (Aura Garrido). Para ajudá-los, chega a nova superintendente Blanca (Belén Rueda). Juntos, os três tentam desvendar a identidade desse assassino.

Agora, vamos aos pontos altos e baixos do filme.

O Silêncio da Cidade Branca’ é uma superprodução – basta olhar para a quantidade de figurantes contratados para as cenas externas que só servem para ambientar a trama. O longa também tem muitos planos abertos, câmeras passeando sobre telhados, perseguições por ruas inteiras, enfim, todos os enfeites que um filme de ação possui para encarecer sua produção.

Para construir a motivação e a assinatura do serial killer, o argumento do filme apresenta fatos históricos bastante particulares de uma Espanha desconhecida ao turista, mesclando eventos culturais marcantes com a religião católica, tão importante para aquele país. O Assassino do Sono justifica a escolha de suas vítimas com base na combinação desses elementos, a as dispõe em poses que parecem uma pintura renascentista.

Tudo isso é muito legal por um lado, porém o roteiro é um bocado preguiçoso, dando a impressão de perder a paciência consigo mesmo e, em vez de construir os personagens e os elementos que insere na história, ele simplesmente os joga na trama, forçando o espectador a aceitar o desenrolar de tudo (e algumas coisas ficam bem difíceis de aceitar). Também os atores poderiam ter se esforçado para tornar os vínculos entre eles mais críveis, menos artificiais.

Então, se por um lado ‘O Silêncio da Cidade Branca’ tem um argumento bem interessante; e ambientação, caracterização e produção bem afiada, por outro a direção de Daniel Calparsoro deixou a corda correr solta, e o resultado é um filme marromeno. Cabe ao espectador decidir se o filme é 50% bom ou se é 50% ruim. Vai depender do ponto de vista de cada um.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Numa grande pegada a la ‘O Código da Vinci’, o longa conta a história de um bi-zar-ro serial killer que já aparece matando logo na primeira cena. A assinatura do chamado Assassino do Sono mistura abelhas e tortura, e realmente fará o espectador torcer a boca em repulsa. No encalço desse assassino está o perfilador e detetive Usi Ayala (Javier Rey) e sua assistente, Esti (Aura Garrido). Para ajudá-los, chega a nova superintendente Blanca (Belén Rueda). Juntos, os três tentam desvendar a identidade desse assassino.

Agora, vamos aos pontos altos e baixos do filme.

O Silêncio da Cidade Branca’ é uma superprodução – basta olhar para a quantidade de figurantes contratados para as cenas externas que só servem para ambientar a trama. O longa também tem muitos planos abertos, câmeras passeando sobre telhados, perseguições por ruas inteiras, enfim, todos os enfeites que um filme de ação possui para encarecer sua produção.

Para construir a motivação e a assinatura do serial killer, o argumento do filme apresenta fatos históricos bastante particulares de uma Espanha desconhecida ao turista, mesclando eventos culturais marcantes com a religião católica, tão importante para aquele país. O Assassino do Sono justifica a escolha de suas vítimas com base na combinação desses elementos, a as dispõe em poses que parecem uma pintura renascentista.

Tudo isso é muito legal por um lado, porém o roteiro é um bocado preguiçoso, dando a impressão de perder a paciência consigo mesmo e, em vez de construir os personagens e os elementos que insere na história, ele simplesmente os joga na trama, forçando o espectador a aceitar o desenrolar de tudo (e algumas coisas ficam bem difíceis de aceitar). Também os atores poderiam ter se esforçado para tornar os vínculos entre eles mais críveis, menos artificiais.

Então, se por um lado ‘O Silêncio da Cidade Branca’ tem um argumento bem interessante; e ambientação, caracterização e produção bem afiada, por outro a direção de Daniel Calparsoro deixou a corda correr solta, e o resultado é um filme marromeno. Cabe ao espectador decidir se o filme é 50% bom ou se é 50% ruim. Vai depender do ponto de vista de cada um.

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