sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | Quero Matar Meu Chefe 2

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Nem todo sucesso no cinema precisa de uma continuação. É muito difícil Hollywood aprender essa lição, ainda mais atualmente, com a notória e patológica falta de originalidade. Mas isto não é um artifício utilizado apenas pela maior indústria de cinema do mundo. As continuações muitas vezes são exigidas pelo público, querendo ver suas histórias preferidas continuarem. Por outro lado, muitas sequências surgem sem necessidade ou exigência do espectador.

Obviamente é onde se encaixa este Quero Matar Meu Chefe 2, cuja existência explica-se apenas pelo fator financeiro, do desejo de capitalizar em cima de um sucesso moderado de 2011. A ideia do primeiro filme até era legal, misturando elementos de Como Eliminar Seu Chefe (1980) e Pacto Sinistro (1951) de Alfred Hitchcock. O filme trazia três amigos sofrendo com os mandos e desmandos de seus empregadores, e como pano de fundo apresentava o subtexto da crise econômica americana, na qual ficar desempregado é quase cometer suicídio.

CinePop 11

Além da química entre os três protagonistas (Jason Bateman, Jason Sudeikis e Charlie Day), o que chamava atenção de forma positiva na comédia original era a subversão de algumas personalidades. O galã Colin Farrell, por exemplo, trajava uma caracterização a la Tom Cruise em Trovão Tropical , e a namoradinha da América Jennifer Aniston interpreta uma ninfomaníaca da pior espécie. Tais elementos se mostraram curiosos e deram apoio ao resultado final.

A continuação já começa errada em seu título. Dessa vez, o trio decide iniciar seu próprio negócio. Para isso criam um produto revolucionário, um chuveiro que jorra xampu e condicionador em seu usuário. Tudo o que eles precisam agora é de um investidor, alguém que compre sua ideia e a distribua, enquanto fabricam os pedidos aos montes. E eles encontram, na forma de pai e filho figurões. Christoph Waltz (Django Livre) e Chris Pine (Star Trek – Além da Escuridão) são os novos tratantes, que precisam ser “eliminados” depois de prejudicar os protagonistas.

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O plano agora não é assassinato, mas sequestro. A situação é impulsionada quando o herdeiro do império (Pine) decide colaborar com os infratores inexperientes para destronar o pai. Embora desnecessárias para a trama, o filme reutiliza as presenças de Jennifer Aniston como a dentista Julia, Jamie Foxx como o pseudo-criminoso “Ferra-Mãe” e Kevin Spacey como o encarcerado Harken. Para a sequência, tais personalidades não iriam ficar de fora do filão, apesar de apenas reprisarem gags e ideias recicladas do original.

Aliás, reciclagem é a palavra de ordem aqui. Quero Matar Meu Chefe 2 é uma repetição desavergonhada do original, que espreme toda a graça e o mínimo de diversão presentes do original. Aqui o roteiro investe pesado na idiotice de seus personagens (em especial Sudeikis e Day, que parecem não dar uma dentro) e no humor cansado, como a comédia visual na cena de abertura, na qual através do chuveiro vemos pelas sombras um ato impróprio mal interpretado. Humor datado lá de 2002, com Austin Powers em O Homem do Membro de Ouro.

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