domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Raízes Macabras – Possessão Demoníaca em BIZARRO terror da Netflix

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Um determinado filme de terror de 2020 chegou devagarzinho na Netflix e rapidamente conquistou os espectadores, por se tratar de um filme de possessão demoníaca cuja execução é bem diferente do que comumente é trazido por Hollywood. Estamos falando de ‘Raízes Demoníacas’ – que também é encontrado na plataforma por seu nome original, ‘The Old Ways’.



Já de cara conhecemos Cristina (Brigitte Kali Canales), uma jornalista que está acorrentada em um casebre abandonado, refém de Javi (Sal Lopez), um senhor que fica defumando o quarto, e Luz (Julia Vera), uma velha senhora nativa mexicana. Desesperada, Cristina clama por ajuda, até que sua prima, Miranda (Andrea Cortés), aparece e lhe explica que ela desobedecera às instruções de não ir à caverna de La Boca; agora, uma presença demoníaca vive no corpo dela e precisa ser exorcizado à moda antiga. Numa batalha de luta por sua vida, Cristina deve decidir se quer tentar escapar do local ou se acredita na sua própria ancestralidade mexicana, e acredita na cura espiritual feita por la bruja.

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A estrutura narrativa do roteiro de ‘Raízes Macabras’, escrito por Marcos Gabriel, é diferente do que estamos costumados a assistir: o longa começa com a ação já ocorrendo, com a protagonista já presa numa situação que nem sabemos como ela chegou lá – algo que causa até uma sensação de “termos perdido o filme 1”; seguindo para o segundo arco, o filme finalmente explica como a protagonista foi parar lá, quem é ela e o que tá rolando com esse tal demônio; por fim, uma vez a trama exposta ao espectador, o último arco se dedica a construir os laços ancestrais que são, em si, a resolução para o problema espiritual dos personagens.

Os efeitos utilizados para a constituição do demônio são bem-feitinhos, embora não espetaculares, e, somados a cenas bem tensas de possessão – com direito a cuspir bolo de cabelo e sangue para todos os lados – se tornam um recurso muito bem utilizado pelo diretor Christopher Alender para ambientar seu filme de terror com um aspecto sombrio e especialmente bizarro.

O que é mais legal em ‘Raízes Macabras’ é o elemento diferencial que torna essa produção igualmente assustadora e particular: a utilização da sabedoria ancestral indígena mexicana – las brujas – como solução para o demônio. Isso significa construir um argumento contando com o alheamento e o distanciamento do espectador com relação a esse universo, e, embora tenha sido uma escolha acertada para o filme, também reflete a triste realidade das sociedades ocidentais, distantes de todas as temáticas indígenas. Apesar disso, por se tratar de uma produção estadunidense, o longa desliza aqui e ali em alguns estereótipos, seja na trilha sonora (com as três músicas hispânicas mais famosas), seja pela jornada pessoal da protagonista, que fica meio vaga e somos meio que forçados a aceitar sua superação pelo simples fato de ela ser estadunidense – algo que ela afirma em todas as suas ações desde a primeira cena.

Críticas sociais a parte, ‘Raízes Macabras’ é uma ótima aposta de terror na Netflix, com cenas bem marcantes que podem causar algum pesadelo. Para quem curte um filminho macabro e chocante, ‘Raízes Macabras’ entrega tudo que se espera de um intenso filme de possessão demoníaca e exorcismo raiz.

 

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Raízes Macabras – Possessão Demoníaca em BIZARRO terror da Netflix

Um determinado filme de terror de 2020 chegou devagarzinho na Netflix e rapidamente conquistou os espectadores, por se tratar de um filme de possessão demoníaca cuja execução é bem diferente do que comumente é trazido por Hollywood. Estamos falando de ‘Raízes Demoníacas’ – que também é encontrado na plataforma por seu nome original, ‘The Old Ways’.

Já de cara conhecemos Cristina (Brigitte Kali Canales), uma jornalista que está acorrentada em um casebre abandonado, refém de Javi (Sal Lopez), um senhor que fica defumando o quarto, e Luz (Julia Vera), uma velha senhora nativa mexicana. Desesperada, Cristina clama por ajuda, até que sua prima, Miranda (Andrea Cortés), aparece e lhe explica que ela desobedecera às instruções de não ir à caverna de La Boca; agora, uma presença demoníaca vive no corpo dela e precisa ser exorcizado à moda antiga. Numa batalha de luta por sua vida, Cristina deve decidir se quer tentar escapar do local ou se acredita na sua própria ancestralidade mexicana, e acredita na cura espiritual feita por la bruja.

A estrutura narrativa do roteiro de ‘Raízes Macabras’, escrito por Marcos Gabriel, é diferente do que estamos costumados a assistir: o longa começa com a ação já ocorrendo, com a protagonista já presa numa situação que nem sabemos como ela chegou lá – algo que causa até uma sensação de “termos perdido o filme 1”; seguindo para o segundo arco, o filme finalmente explica como a protagonista foi parar lá, quem é ela e o que tá rolando com esse tal demônio; por fim, uma vez a trama exposta ao espectador, o último arco se dedica a construir os laços ancestrais que são, em si, a resolução para o problema espiritual dos personagens.

Os efeitos utilizados para a constituição do demônio são bem-feitinhos, embora não espetaculares, e, somados a cenas bem tensas de possessão – com direito a cuspir bolo de cabelo e sangue para todos os lados – se tornam um recurso muito bem utilizado pelo diretor Christopher Alender para ambientar seu filme de terror com um aspecto sombrio e especialmente bizarro.

O que é mais legal em ‘Raízes Macabras’ é o elemento diferencial que torna essa produção igualmente assustadora e particular: a utilização da sabedoria ancestral indígena mexicana – las brujas – como solução para o demônio. Isso significa construir um argumento contando com o alheamento e o distanciamento do espectador com relação a esse universo, e, embora tenha sido uma escolha acertada para o filme, também reflete a triste realidade das sociedades ocidentais, distantes de todas as temáticas indígenas. Apesar disso, por se tratar de uma produção estadunidense, o longa desliza aqui e ali em alguns estereótipos, seja na trilha sonora (com as três músicas hispânicas mais famosas), seja pela jornada pessoal da protagonista, que fica meio vaga e somos meio que forçados a aceitar sua superação pelo simples fato de ela ser estadunidense – algo que ela afirma em todas as suas ações desde a primeira cena.

Críticas sociais a parte, ‘Raízes Macabras’ é uma ótima aposta de terror na Netflix, com cenas bem marcantes que podem causar algum pesadelo. Para quem curte um filminho macabro e chocante, ‘Raízes Macabras’ entrega tudo que se espera de um intenso filme de possessão demoníaca e exorcismo raiz.

 

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