domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Rebel Moon – Parte 1: Zack Snyder tenta criar seu próprio épico sci-fi em ambicioso original Netflix

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Sequências de ação pautadas por uma belíssima fotografia e a saturação de tons mais escuros fazem de Rebel Moon – Parte 1: A Menia do Fogo a definição mais precisa de quem é Zack Snyder como artista. Sempre performático e dramático em sua direção, ele reúne todos os seus clássicos maneirismos estilísticos neste novo longa, a fim de criar o seu próprio épico de ficção científica. 



Bebendo diretamente da fonte original da Lucasfilm, o cineasta não nega as referências, tão pouco as semelhanças. Mas também como um fã apaixonado pelo exímio trabalho de George Lucas, ele faz de seu original Netflix uma bela carta de amor ao gênero que o moldou. Como seu filme mais pessoal e intimista, Rebel Moon é em essência um amálgama da trilogia original de Star Wars: Um exército rebelde se levanta diante de um império ditatorial, a fim de libertar um povo oprimido. Sob a sombra de um esqueleto narrativo tão explorado pelo cinema no passado, Snyder tenta imprimir suas digitais na produção. E assim o faz. Tanto para o bem, como para o mal.

Rebel Moon tinha tudo para ser o melhor filme do diretor, mas por ser Snyder demais, ele se enfraquece. Fruto de uma gestação que durou 20 anos, o longa é riquíssimo em sua construção conceitual. Repleto de elementos únicos e bem específicos, o sci-fi orbita em si mesmo e não depende de qualquer fator externo. Tal como George Lucas construiu um universo para chamar de seu, o diretor de 300 transforma sua nova parceria com a Netflix em uma porta de entrada para um intrigante mundo distópico de tecnologia em contraste com o rudimentar. Tão dedicado em cada complexo centímetro que assistimos em tela, o diretor acaba por se distrair quando se trata da trama.

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Com apresentações excessivas, que levam mais de 10 minutos de introdução para cada personagem, Rebel Moon erra por ser prolixo e enfadonho demais. Abrindo mão da praticidade, Snyder esquece que um bom roteiro precisa de dinamismo e fluidez e opta por seguir todos os seus maneirismos com excessividade. As belas tomadas em slow motion se tornam cansativas – uma vez que são repetidas a cada 15 minutos. A fotografia exageradamente azulada rouba a beleza dos tons quentes e dourados que marcam as cenas diurnas e que são pouco explorados pelo diretor. Os diálogos introdutórios melodramáticos roubam a beleza do não dito, da sinestesia tão palpável e apaixonante que virou uma marca da trilogia original de Star Wars.

Por querer usar todas as suas cartas de uma vez só, Snyder faz de seu filme um acúmulo de elementos que geram uma enorme barriga entre o primeiro e o segundo ato. Com um clímax muito tardio, Rebel Moon se perde em si mesmo, em seus elementos elaborados e no desejo de constantemente reforçá-los para a audiência. Ao invés de deixar que todo o seu conceito cresça e floresça naturalmente no coração do público – como George Lucas -, o diretor perde muito tempo de tela tentando provar que seu filme é um universo à parte. E tudo é tão lindamente idealizado que ele sequer precisaria se esforçar tanto para isso.

Mas entre erros, acertos e vilões com motivações genéricas, o épico sci-fi ainda assim consegue nos conquistar. Reunindo um elenco poderoso e dedicado aos seus personagens, a mais nova franquia da Netflix tem muito potencial e pode sim se tornar uma queridinha entre os assinantes. Com Sofia Boutella exalando profundidade e temperança em seus diálogos e Ed Skrein reprisando sua popular vilania hollywoodiana, Rebel Moon é um catálogo de performances valiosas, que ainda reforça o grande talento de Ray Fisher, Djimon Hounsou e Charlie Hunnam.

Com um final explicativo que tenta fisgar a atenção do público para a vindoura sequência, Rebel Moon é o Zack Snyder em sua forma mais emocionada e apaixonada. Nascido a partir de um minucioso trabalho, que ainda conta com a construção de um idioma próprio, a maior estreia da Netflix para 2023 talvez não seja tudo aquilo que poderia ser, mas ainda assim consegue ser tão preciosa quanto os melhores trabalhos do diretor. 

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Crítica | Rebel Moon – Parte 1: Zack Snyder tenta criar seu próprio épico sci-fi em ambicioso original Netflix

Sequências de ação pautadas por uma belíssima fotografia e a saturação de tons mais escuros fazem de Rebel Moon – Parte 1: A Menia do Fogo a definição mais precisa de quem é Zack Snyder como artista. Sempre performático e dramático em sua direção, ele reúne todos os seus clássicos maneirismos estilísticos neste novo longa, a fim de criar o seu próprio épico de ficção científica. 

Bebendo diretamente da fonte original da Lucasfilm, o cineasta não nega as referências, tão pouco as semelhanças. Mas também como um fã apaixonado pelo exímio trabalho de George Lucas, ele faz de seu original Netflix uma bela carta de amor ao gênero que o moldou. Como seu filme mais pessoal e intimista, Rebel Moon é em essência um amálgama da trilogia original de Star Wars: Um exército rebelde se levanta diante de um império ditatorial, a fim de libertar um povo oprimido. Sob a sombra de um esqueleto narrativo tão explorado pelo cinema no passado, Snyder tenta imprimir suas digitais na produção. E assim o faz. Tanto para o bem, como para o mal.

Rebel Moon tinha tudo para ser o melhor filme do diretor, mas por ser Snyder demais, ele se enfraquece. Fruto de uma gestação que durou 20 anos, o longa é riquíssimo em sua construção conceitual. Repleto de elementos únicos e bem específicos, o sci-fi orbita em si mesmo e não depende de qualquer fator externo. Tal como George Lucas construiu um universo para chamar de seu, o diretor de 300 transforma sua nova parceria com a Netflix em uma porta de entrada para um intrigante mundo distópico de tecnologia em contraste com o rudimentar. Tão dedicado em cada complexo centímetro que assistimos em tela, o diretor acaba por se distrair quando se trata da trama.

Com apresentações excessivas, que levam mais de 10 minutos de introdução para cada personagem, Rebel Moon erra por ser prolixo e enfadonho demais. Abrindo mão da praticidade, Snyder esquece que um bom roteiro precisa de dinamismo e fluidez e opta por seguir todos os seus maneirismos com excessividade. As belas tomadas em slow motion se tornam cansativas – uma vez que são repetidas a cada 15 minutos. A fotografia exageradamente azulada rouba a beleza dos tons quentes e dourados que marcam as cenas diurnas e que são pouco explorados pelo diretor. Os diálogos introdutórios melodramáticos roubam a beleza do não dito, da sinestesia tão palpável e apaixonante que virou uma marca da trilogia original de Star Wars.

Por querer usar todas as suas cartas de uma vez só, Snyder faz de seu filme um acúmulo de elementos que geram uma enorme barriga entre o primeiro e o segundo ato. Com um clímax muito tardio, Rebel Moon se perde em si mesmo, em seus elementos elaborados e no desejo de constantemente reforçá-los para a audiência. Ao invés de deixar que todo o seu conceito cresça e floresça naturalmente no coração do público – como George Lucas -, o diretor perde muito tempo de tela tentando provar que seu filme é um universo à parte. E tudo é tão lindamente idealizado que ele sequer precisaria se esforçar tanto para isso.

Mas entre erros, acertos e vilões com motivações genéricas, o épico sci-fi ainda assim consegue nos conquistar. Reunindo um elenco poderoso e dedicado aos seus personagens, a mais nova franquia da Netflix tem muito potencial e pode sim se tornar uma queridinha entre os assinantes. Com Sofia Boutella exalando profundidade e temperança em seus diálogos e Ed Skrein reprisando sua popular vilania hollywoodiana, Rebel Moon é um catálogo de performances valiosas, que ainda reforça o grande talento de Ray Fisher, Djimon Hounsou e Charlie Hunnam.

Com um final explicativo que tenta fisgar a atenção do público para a vindoura sequência, Rebel Moon é o Zack Snyder em sua forma mais emocionada e apaixonada. Nascido a partir de um minucioso trabalho, que ainda conta com a construção de um idioma próprio, a maior estreia da Netflix para 2023 talvez não seja tudo aquilo que poderia ser, mas ainda assim consegue ser tão preciosa quanto os melhores trabalhos do diretor. 

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