quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Round 6 – Série de TERROR da Netflix é inovadora, bizarra e deve se tornar um FENÔMENO

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Em um biênio em que a maior parte das pessoas tiveram que ficar em casa e, por conta disso, acabaram consumindo mais entretenimento televisionado, encontrar uma produção que seja inovadora ao ponto de arrebatar pessoas de diferentes idades, culturas e países é uma tarefa quase impossível – e que a sérieRound 6’ conseguiu alcançar facilmente desde a sua estreia na Netflix, tornando-se, em breve, a produção mais assistida da plataforma.



Seong Gi-Hun (Lee Jung-jae) é um pai de família de 47 anos, desempregado, viciado em jogos de azar e devedor de grandes quantias de dinheiro a diversos agiotas. Prestes a perder a filha – que vai se mudar para os Estados Unidos com a mãe – e, literalmente, encontrando-se no fundo do poço, Seong Gi-Hun é desafiado no metrô por um desconhecido que lhe oferece muito dinheiro caso ele o vença em uma partida simples de um jogo bastante similar ao bafo, aquele de cartas. Em seguida, o mesmo desconhecido convida-o a participar de um jogo maior, com uma promessa de muito mais dinheiro como prêmio. Endividado até o pescoço e sem muita opção, Seong Gi-Hun acaba topando participar dessa maluquice, sem saber que essa decisão colocaria literalmente a sua vida em risco.

Dividido em apenas nove episódios de duração distintas, entre meia hora e uma hora, ‘Round 6’ usa a isca certa para fisgar o espectador: o afeto que criamos pela nossa infância. Ainda que se tratando da cultura sul-coreana, bastante diferente da brasileira, a memória afetiva que as pessoas criam das brincadeiras e diversões da época que eram crianças permanece, e muitos jogos são bastante iguais, de modo que qualquer adulto pode se relacionar com o que os personagens estão tendo que enfrentar na trama.

O roteiro de Dong-hyuk Hwang é muito bem escrito e convida o espectador a jogar também. Já no primeiro episódio somos fisgados, hipnoticamente, para dentro desse universo estético muito atraente, mas que no fundo sabemos ser uma grande ameaça. Ainda assim, é impossível desviar os olhos dos desafios simples, porém bizarros, aos quais os personagens são submetidos. O primeiro episódio (o da boneca) propõe o jogo ao espectador: quem quiser continuar assistindo e saber o final da história é só seguir adiante nos episódios; quem achar que o conteúdo é pesado demais, pode ficar apenas no primeiro capítulo mesmo, que já dá o tom do que se trata a série e, inclusive, oferece um final meio que alternativo aos que desistirem do jogo, digo, da série.

Há também um quê de ridículo nas situações por vermos adultos de várias idades desesperados para tentar resolver seriamente brincadeiras muito simples de crianças; tudo isso envolto em uma plasticidade colorida, tentadora e pulsante, cheio de referências à cultura pop e às artes ocidentais, como o famoso quadro de escadas de Escher, e tudo isso ajuda a seduzir espectador e personagem para dentro dessa armadilha infantil.

Não é exagero dizer que ‘Round 6’ é uma das produções mais inovadoras e viciantes dos últimos anos, um verdadeiro fenômeno mundial, que nos leva de volta a nossa infância nos forçando a olhar para nossos anos ternos com mais desconfiança e medo, afinal, é uma deliciosa e instigante série de terror que provoca e desafia a nossa criança interior.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Seong Gi-Hun (Lee Jung-jae) é um pai de família de 47 anos, desempregado, viciado em jogos de azar e devedor de grandes quantias de dinheiro a diversos agiotas. Prestes a perder a filha – que vai se mudar para os Estados Unidos com a mãe – e, literalmente, encontrando-se no fundo do poço, Seong Gi-Hun é desafiado no metrô por um desconhecido que lhe oferece muito dinheiro caso ele o vença em uma partida simples de um jogo bastante similar ao bafo, aquele de cartas. Em seguida, o mesmo desconhecido convida-o a participar de um jogo maior, com uma promessa de muito mais dinheiro como prêmio. Endividado até o pescoço e sem muita opção, Seong Gi-Hun acaba topando participar dessa maluquice, sem saber que essa decisão colocaria literalmente a sua vida em risco.

Dividido em apenas nove episódios de duração distintas, entre meia hora e uma hora, ‘Round 6’ usa a isca certa para fisgar o espectador: o afeto que criamos pela nossa infância. Ainda que se tratando da cultura sul-coreana, bastante diferente da brasileira, a memória afetiva que as pessoas criam das brincadeiras e diversões da época que eram crianças permanece, e muitos jogos são bastante iguais, de modo que qualquer adulto pode se relacionar com o que os personagens estão tendo que enfrentar na trama.

O roteiro de Dong-hyuk Hwang é muito bem escrito e convida o espectador a jogar também. Já no primeiro episódio somos fisgados, hipnoticamente, para dentro desse universo estético muito atraente, mas que no fundo sabemos ser uma grande ameaça. Ainda assim, é impossível desviar os olhos dos desafios simples, porém bizarros, aos quais os personagens são submetidos. O primeiro episódio (o da boneca) propõe o jogo ao espectador: quem quiser continuar assistindo e saber o final da história é só seguir adiante nos episódios; quem achar que o conteúdo é pesado demais, pode ficar apenas no primeiro capítulo mesmo, que já dá o tom do que se trata a série e, inclusive, oferece um final meio que alternativo aos que desistirem do jogo, digo, da série.

Há também um quê de ridículo nas situações por vermos adultos de várias idades desesperados para tentar resolver seriamente brincadeiras muito simples de crianças; tudo isso envolto em uma plasticidade colorida, tentadora e pulsante, cheio de referências à cultura pop e às artes ocidentais, como o famoso quadro de escadas de Escher, e tudo isso ajuda a seduzir espectador e personagem para dentro dessa armadilha infantil.

Não é exagero dizer que ‘Round 6’ é uma das produções mais inovadoras e viciantes dos últimos anos, um verdadeiro fenômeno mundial, que nos leva de volta a nossa infância nos forçando a olhar para nossos anos ternos com mais desconfiança e medo, afinal, é uma deliciosa e instigante série de terror que provoca e desafia a nossa criança interior.

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