domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Segurança – Suspense da Netflix tem tanta história e personagens, que parece série

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Cidades praianas geralmente são o point das viagens de férias familiares em qualquer lugar do mundo, e isso não é diferente nas praias italianas. Muito procuradas pelos europeus, a pequena cidade de Forte dei Marmi, na província de Lucca, na Itália, se enche de turistas nos meses de calor, porém, no inverno, os pouco mais de 8 mil habitantes voltam às suas rotinhas – até que algo terrível acontece. Esse é o mote de ‘Segurança’, novo suspense original da Netflix.



Roberto Santini (Marco D’Amore) trabalha como segurança particular, responsável por vigiar as casas de veraneio dos ricos em Forte dei Marmi, que só vão lá de férias e passam o resto do ano em outros países. O trabalho é tranquilo, embora Roberto sofra de insônia grave. Certa noite, porém, uma tragédia acontece: a adolescente Maria (Beatrice Grannò) é violentada, e sua imagem aparece nas câmeras de segurança das casas da rua abastada. A partir daí, o sossego da pacata cidade é abalado, e Roberto passa a investigar por conta própria o que pode ter acontecido com a jovem, projetando que o mesmo poderia ter acontecido com sua própria filha, Angela (Ludovica Martino). Porém, seguir com a investigação pode acabar colocando em risco a candidatura à prefeita de sua própria esposa, Claudia (Maya Sansa).

Baseado no livro de Stephen Amidon, que foi adaptado por Amina Grenci, ‘Segurança’ traz muitos elementos e personagens para que o espectador tente conectar as relações entre eles, porém, a sensação ao final do longa é que fomos apresentados a informações demais, muitas das quais nem sequer foram utilizadas. Na real, é como se tivéssemos visto a uma série inteirinha compactada em duas horas de longa-metragem.

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O roteiro elaborado por Peter Chelsom, Tinker Lindsay e Michele Pellegrini constrói o enredo a partir do episódio trágico para, em seguida, apresentar o protagonista Roberto e ir costurando o elenco e as tramas a partir daí. O impasse fica justamente nesse desenvolvimento, que foca demais em determinados personagens (que nem são usados para a resolução do longa), em vez de de fato se dedicar a pavimentar o caminho do tal crime, que é o mote para que tudo aconteça na cidade. Quando isso por fim acontece, a resolução ocorre de maneira gratuita, voluntária pelos personagens. Assim, somos desviados para diversos caminhos, nos quais gastamos nossa atenção e energia, para, ao fim, mais da metade do que registramos como relevante não ser utilizado.

Apesar disso, há qualquer coisa em ‘Segurança’ que prende a gente até o fim, e esse mérito deve ser atribuído ao diretor Peter Chelsom, que de alguma maneira conseguiu construir um clima de suspense que nos induz a continuar nessa trama, para além das paisagens aconchegantes de uma pequena e charmosa cidade litorânea.

Segurança’ é um filme de suspense e mistério com um protagonista fechadão estilo filme de ação, mas com uma sobrecarga de informações que pode dar uma cansada no espectador que optar assistir ao longa tarde da noite. É um filme nem bom nem ruim, que nem as novelas de entretenimento que assistimos na tv brasileira.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Roberto Santini (Marco D’Amore) trabalha como segurança particular, responsável por vigiar as casas de veraneio dos ricos em Forte dei Marmi, que só vão lá de férias e passam o resto do ano em outros países. O trabalho é tranquilo, embora Roberto sofra de insônia grave. Certa noite, porém, uma tragédia acontece: a adolescente Maria (Beatrice Grannò) é violentada, e sua imagem aparece nas câmeras de segurança das casas da rua abastada. A partir daí, o sossego da pacata cidade é abalado, e Roberto passa a investigar por conta própria o que pode ter acontecido com a jovem, projetando que o mesmo poderia ter acontecido com sua própria filha, Angela (Ludovica Martino). Porém, seguir com a investigação pode acabar colocando em risco a candidatura à prefeita de sua própria esposa, Claudia (Maya Sansa).

Baseado no livro de Stephen Amidon, que foi adaptado por Amina Grenci, ‘Segurança’ traz muitos elementos e personagens para que o espectador tente conectar as relações entre eles, porém, a sensação ao final do longa é que fomos apresentados a informações demais, muitas das quais nem sequer foram utilizadas. Na real, é como se tivéssemos visto a uma série inteirinha compactada em duas horas de longa-metragem.

O roteiro elaborado por Peter Chelsom, Tinker Lindsay e Michele Pellegrini constrói o enredo a partir do episódio trágico para, em seguida, apresentar o protagonista Roberto e ir costurando o elenco e as tramas a partir daí. O impasse fica justamente nesse desenvolvimento, que foca demais em determinados personagens (que nem são usados para a resolução do longa), em vez de de fato se dedicar a pavimentar o caminho do tal crime, que é o mote para que tudo aconteça na cidade. Quando isso por fim acontece, a resolução ocorre de maneira gratuita, voluntária pelos personagens. Assim, somos desviados para diversos caminhos, nos quais gastamos nossa atenção e energia, para, ao fim, mais da metade do que registramos como relevante não ser utilizado.

Apesar disso, há qualquer coisa em ‘Segurança’ que prende a gente até o fim, e esse mérito deve ser atribuído ao diretor Peter Chelsom, que de alguma maneira conseguiu construir um clima de suspense que nos induz a continuar nessa trama, para além das paisagens aconchegantes de uma pequena e charmosa cidade litorânea.

Segurança’ é um filme de suspense e mistério com um protagonista fechadão estilo filme de ação, mas com uma sobrecarga de informações que pode dar uma cansada no espectador que optar assistir ao longa tarde da noite. É um filme nem bom nem ruim, que nem as novelas de entretenimento que assistimos na tv brasileira.

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