quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica SEM Spoilers | ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ é um SÓLIDO e divertido encerramento para o DCEU

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Há meia década, o aclamado realizador James Wan migrava pela primeira vez para o gênero super-heroico ao encabeçar a surpreendente adaptação de Aquaman. O filme se consagrou como um dos melhores de 2018 e arrecadou nada menos que US$1,15 bilhão ao redor do mundo, além de ser eternizado como uma das entradas mais sólidas do DCEU. Agora, Wan retorna à cadeira de direção do antecipado Aquaman 2: O Reino Perdido’ – que estreia nos cinemas nacionais e que marca o fim desse intrincado e complicado universo estendido que será, com sorte, revitalizado nos próximos anos.

Nessa mais aventura marítima, Arthur Curry (Jason Momoa) lida com uma vida dupla, tentando equilibrar suas responsabilidades como pai do adorável Arthur Jr. e seu posto como Rei de Atlântida, tomado após a derrota do irmão, Orm (Patrick Wilson), no primeiro capítulo da saga. Lidando com problemas internos e externos, ele percebe que as coisas não são tão fáceis quanto imaginava – e tudo escala a níveis catastróficos quando seu arqui-inimigo David Kane/Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) adota medidas desesperadas para garantir que Arthur sofra da mesma maneira que ele sofreu – nem que para isso o mundo da superfície e o subaquático tenham que desaparecer. É a partir daí que Aquaman une forças com Orm para que o caos propulsionado por Arraia Negra chegue ao fim.



Como já mencionado, Wan volta à cadeira de direção e mantém-se fiel à estética nostálgica do filme anterior: aqui, o cineasta trabalha com inúmeras referências cinematográficas para expandir o cosmos de Aquaman, lembrando-se de que, agora, não lidamos mais com uma história de origem, e sim uma ramificação pautada em um classicismo saudosista que pode ser apreciada por qualquer fã de uma boa narrativa. Não é surpresa que Wan abra seu leque de homenagens nos mais diversos âmbitos da produção, seja com a épica e dissonante trilha sonora de Rupert Gregson-Williams, que mistura sintetizadores com poderosos instrumentos de corda orquestrais, seja com incursões estilísticas que rememoram ícones da sétima arte como ‘O Senhor dos Anéis’. Cada engrenagem é pensada com minúcia para entregar uma sólida experiência aos espectadores, mesmo que nem todas as investidas funcionem.

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Ao longo de aproximadamente duas horas, Wan reitera sua importância no cenário do entretenimento ao nos envolver em um explosivo universo que ainda tem muito a nos contar – e as explorações do diretor entram em conflito com si próprias com mudanças drásticas de cenário (da exuberância colorida do fundo do mar, ao derradeiro desespero isolador do Saara, à sombria desolação do reino perdido conhecido como Necrus). Mais do que isso, ele é auxiliado por ótimas performances, com destaque à química entre Momoa e Wilson, que fornecem camadas inéditas a personagens memoráveis da cultura pop.

A estrutura da obra tece comentários sobre a necessidade da preservação ambiental e do impacto que os humanos causam na vida marinha e na terrestre. Todavia, as reflexões promovidas por essa iteração são elevadas à enésima potência em uma mixórdia interessante de terror, comédia, drama e aventura. Afinal, Arraia Negra, após entrar em contato com um misterioso tridente enterrado na inóspita Antártida, é levado a libertar uma força maligna esquecida há muito tempo – e, para isso, coloca suas mãos numa tóxica substância conhecida como oricalco (que tem a capacidade de causar mutações na natureza e mudar o curso do planeta e, por essa razão, havia sido armazenado a sete chaves pelos governantes ds Atlântida).

Toda a condução parte de príncipios muito conhecidos pelos inveterados admiradores da arte cinematográfica e que, de certa maneira, estão sendo redescobertos para uma nova geração. Logo, considerando que estamos lidando com uma produção super-heroica, era apenas natural que Wan “jogasse no seguro” ao escancarar as portas para uma jornada do herói, contando com um ótimo arco de redenção para Orm e uma separação entre bem e mal que, apesar dos maniqueísmos convencionais, nos arremessa de volta no tempo e mostra que clichês podem ser utilizados de modo compensador e satisfatório. E, em meio a tudo isso, o público é bombardeado com cenas de ação coreografadas com esmero (mesmo que, por vezes, cansativas).

Os dois primeiros atos de Aquaman 2: O Reino Perdido’ podem não ser livres de falhas, mas com certeza nutrem da habilidade de elevarem nossas expectativas para o ato de encerramento, levando o tempo que precisam para se desenvolverem. E, após nos alimentarem com uma antecipação angustiante, culminam em uma batalha final afoita demais para ser apreciada e que promove uma resolução formulaica e apressada – desperdiçando um vilão aterrorizante que parece não exibir toda a magnitude que deveria. Porém, não podemos deixar de exibir um sorriso ao sair da sala de cinema, aliviados com uma última jornada do DCEU que funciona em quase sua completude – e que nos deixa ávidos para um novo capítulo resguardado pelas mãos de James Gunn e Peter Safran.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Há meia década, o aclamado realizador James Wan migrava pela primeira vez para o gênero super-heroico ao encabeçar a surpreendente adaptação de Aquaman. O filme se consagrou como um dos melhores de 2018 e arrecadou nada menos que US$1,15 bilhão ao redor do mundo, além de ser eternizado como uma das entradas mais sólidas do DCEU. Agora, Wan retorna à cadeira de direção do antecipado Aquaman 2: O Reino Perdido’ – que estreia nos cinemas nacionais e que marca o fim desse intrincado e complicado universo estendido que será, com sorte, revitalizado nos próximos anos.

Nessa mais aventura marítima, Arthur Curry (Jason Momoa) lida com uma vida dupla, tentando equilibrar suas responsabilidades como pai do adorável Arthur Jr. e seu posto como Rei de Atlântida, tomado após a derrota do irmão, Orm (Patrick Wilson), no primeiro capítulo da saga. Lidando com problemas internos e externos, ele percebe que as coisas não são tão fáceis quanto imaginava – e tudo escala a níveis catastróficos quando seu arqui-inimigo David Kane/Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) adota medidas desesperadas para garantir que Arthur sofra da mesma maneira que ele sofreu – nem que para isso o mundo da superfície e o subaquático tenham que desaparecer. É a partir daí que Aquaman une forças com Orm para que o caos propulsionado por Arraia Negra chegue ao fim.

Como já mencionado, Wan volta à cadeira de direção e mantém-se fiel à estética nostálgica do filme anterior: aqui, o cineasta trabalha com inúmeras referências cinematográficas para expandir o cosmos de Aquaman, lembrando-se de que, agora, não lidamos mais com uma história de origem, e sim uma ramificação pautada em um classicismo saudosista que pode ser apreciada por qualquer fã de uma boa narrativa. Não é surpresa que Wan abra seu leque de homenagens nos mais diversos âmbitos da produção, seja com a épica e dissonante trilha sonora de Rupert Gregson-Williams, que mistura sintetizadores com poderosos instrumentos de corda orquestrais, seja com incursões estilísticas que rememoram ícones da sétima arte como ‘O Senhor dos Anéis’. Cada engrenagem é pensada com minúcia para entregar uma sólida experiência aos espectadores, mesmo que nem todas as investidas funcionem.

Ao longo de aproximadamente duas horas, Wan reitera sua importância no cenário do entretenimento ao nos envolver em um explosivo universo que ainda tem muito a nos contar – e as explorações do diretor entram em conflito com si próprias com mudanças drásticas de cenário (da exuberância colorida do fundo do mar, ao derradeiro desespero isolador do Saara, à sombria desolação do reino perdido conhecido como Necrus). Mais do que isso, ele é auxiliado por ótimas performances, com destaque à química entre Momoa e Wilson, que fornecem camadas inéditas a personagens memoráveis da cultura pop.

A estrutura da obra tece comentários sobre a necessidade da preservação ambiental e do impacto que os humanos causam na vida marinha e na terrestre. Todavia, as reflexões promovidas por essa iteração são elevadas à enésima potência em uma mixórdia interessante de terror, comédia, drama e aventura. Afinal, Arraia Negra, após entrar em contato com um misterioso tridente enterrado na inóspita Antártida, é levado a libertar uma força maligna esquecida há muito tempo – e, para isso, coloca suas mãos numa tóxica substância conhecida como oricalco (que tem a capacidade de causar mutações na natureza e mudar o curso do planeta e, por essa razão, havia sido armazenado a sete chaves pelos governantes ds Atlântida).

Toda a condução parte de príncipios muito conhecidos pelos inveterados admiradores da arte cinematográfica e que, de certa maneira, estão sendo redescobertos para uma nova geração. Logo, considerando que estamos lidando com uma produção super-heroica, era apenas natural que Wan “jogasse no seguro” ao escancarar as portas para uma jornada do herói, contando com um ótimo arco de redenção para Orm e uma separação entre bem e mal que, apesar dos maniqueísmos convencionais, nos arremessa de volta no tempo e mostra que clichês podem ser utilizados de modo compensador e satisfatório. E, em meio a tudo isso, o público é bombardeado com cenas de ação coreografadas com esmero (mesmo que, por vezes, cansativas).

Os dois primeiros atos de Aquaman 2: O Reino Perdido’ podem não ser livres de falhas, mas com certeza nutrem da habilidade de elevarem nossas expectativas para o ato de encerramento, levando o tempo que precisam para se desenvolverem. E, após nos alimentarem com uma antecipação angustiante, culminam em uma batalha final afoita demais para ser apreciada e que promove uma resolução formulaica e apressada – desperdiçando um vilão aterrorizante que parece não exibir toda a magnitude que deveria. Porém, não podemos deixar de exibir um sorriso ao sair da sala de cinema, aliviados com uma última jornada do DCEU que funciona em quase sua completude – e que nos deixa ávidos para um novo capítulo resguardado pelas mãos de James Gunn e Peter Safran.

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