domingo , 17 novembro , 2024

Crítica | ‘Sombra e Ossos’ retorna à Netflix com uma sólida e divertida 2ª temporada

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Crítica livre de grandes spoilers.

Em 2021, a Netflix dava vida a um de seus melhores títulos originais da década (até agora): a aguardada adaptação da saga fantástica Sombra e Ossos, de Leigh Bardugo. A produção, ambientada em um universo dividido entre humanos e Grishas (isto é, indivíduos dotados de habilidades mágicas e sobrenaturais), acompanha Alina Starkov (Jessie Mei Li), uma jovem cartógrafa da Primeira Divisão do exército real de Ravka que descobre ser a única Conjuradora do Sol e ter um papel essencial no enfrentamento de uma estrutura imaterial conhecida como Dobra que divide os dois lados do mundo. E, dois anos mais tarde, estamos de volta com uma sólida, ainda que um pouco desengonçada segunda temporada que nos faz lembrar do motivo pelo qual nos apaixonamos pelo show.

Seguindo os passos do impactante season finale, lidamos com as consequências de Kirigan (Ben Barnes) ter revelado sua verdadeira natureza, emergindo da Dobra depois de ter sido levado por um volcra e dando continuidade a seus planos malignos. Alina, acompanhada de Mal (Archie Renaux), seguem o próprio caminho para encontrar o segundo Amplificador (isto é, uma criatura que consegue alimentar os poderes da Conjuradora a fim de destruir a Dobra) e cruzam caminho com o charmoso Nikolai Lantsov (Patrick Gibson), um corsário que tem seus próprios planos e percebe que pode fechar uma aliança com a protagonista. E, por fim, os nossos Corvos retornam para Ketterdam apenas para descobrirem que estão sendo acusados de assassinato e que podem ser presos a qualquer momento.



O novo ciclo se desenvolve com um pouco mais de fluidez que o anterior, principalmente por não carregar uma necessidade de apresentar o complexo universo arquitetado por Bardugo. Nos episódios anteriores, foi notável como o roteiro mergulhou na exploração dos Grishas e das múltiplas habilidades especiais que carregavam, além da intrincada engrenagem política que servia de atmosfera para a trama; agora, é possível investir enredos muito mais distintos para cada personagem pelo fato de já os conhecermos e termos nos conectado com seus respectivos traumas e ambições. E, apesar dos óbvios deslizes, o resultado é bem aprazível e aproveita para introduzir diversos personagens ao panteão que devem se tornar os favoritos dos fãs.

De um lado, temos a storyline de Alina e Mal, incumbidos com a missão de encontrar os Amplificadores, adentrar a Dobra e reverter o que Kirigan causou. Todavia, as coisas não são tão fáceis como imaginam: o poder das sombras que continuam a crescer e a espalhar o caos é muito maior do que previam e os impulsionam a buscar outros meios de enfrentá-la – como é o caso da supracitada aliança formada com Nikolai para diminuir a ofensiva preconceituosa contra os Grishas, aumentar o treinamento do exército e garantir que Kirigan fossem derrotado de uma vez por todas. E um outro aspecto que merece nossa atenção é o estranho e problemático elo que une Alina a seu algoz, impedindo-a de enfrentar a Dobra por conta própria.

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Enquanto isso, o Darkling reúne forças e coleta Grishas como seguidores – incluindo a jovem Artesã Genya Safin (Daisy Head), que ganha um protagonismo merecidamente maior. Barnes faz um ótimo trabalho ao potencializar as camadas do antagonista em um misto de ódio, vingança e autocomiseração. Afinal, ele sofre com um mal que, em breve, tirará a própria vida – mas se recusa a deixar que isso defina os próprios passos, recorrendo aos mais variados métodos para permanecer vivo e reforçar o consequente reencontro com Alina.

As duas linhas narrativas discorridas acima são as de maior peso para a conjunção dos eventos, porém, não são as que mais nos chamam a atenção. De fato, as sequências envolvendo os Corvos (delineando uma construção que, inclusive, não aparece nos livros) são feitas com esmero invejável e nos arrebatam desde os primeiros minutos até as incríveis reviravoltas promovidas pelo roteiro. Kaz (Freddy Carter) deixa se levar pelas emoções ao perceber que perdeu tudo o que tinha, pedindo a ajuda de seus fiéis companheiros, Inej (Amita Suman) e Jesper (Kit Young), para dar início a uma vendeta pessoal que garantiria liberdade e uma promessa de prosperidade. E, como se não bastasse, o trio é auxiliado pela Sangradora Nina Zenik (Danielle Galligan), uma adição imprescindível para os Corvos, e pelo adorável Wyan Hendriks (Jack Wolfe), um sagaz e habilidoso químico que nutre de uma lealdade invejável para com Kaz.

Talvez o principal problema da nova temporada seja o balanço rítmico – notavelmente diferente entre as várias sequências. Diferente do ciclo de estreia, em que o desenrolar dos acontecimentos seguia uma linha clara de espectros introdutórios, este abre espaço considerável para apostas maiores e leva o showrunner Eric Heisserer a tropeçar em alguns momentos. Entretanto, é notável como ele e seu competente time criativo têm as melhores intenções e só desejam que os espectadores se deliciem com uma série que ainda tem muito a contar.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Seguindo os passos do impactante season finale, lidamos com as consequências de Kirigan (Ben Barnes) ter revelado sua verdadeira natureza, emergindo da Dobra depois de ter sido levado por um volcra e dando continuidade a seus planos malignos. Alina, acompanhada de Mal (Archie Renaux), seguem o próprio caminho para encontrar o segundo Amplificador (isto é, uma criatura que consegue alimentar os poderes da Conjuradora a fim de destruir a Dobra) e cruzam caminho com o charmoso Nikolai Lantsov (Patrick Gibson), um corsário que tem seus próprios planos e percebe que pode fechar uma aliança com a protagonista. E, por fim, os nossos Corvos retornam para Ketterdam apenas para descobrirem que estão sendo acusados de assassinato e que podem ser presos a qualquer momento.

O novo ciclo se desenvolve com um pouco mais de fluidez que o anterior, principalmente por não carregar uma necessidade de apresentar o complexo universo arquitetado por Bardugo. Nos episódios anteriores, foi notável como o roteiro mergulhou na exploração dos Grishas e das múltiplas habilidades especiais que carregavam, além da intrincada engrenagem política que servia de atmosfera para a trama; agora, é possível investir enredos muito mais distintos para cada personagem pelo fato de já os conhecermos e termos nos conectado com seus respectivos traumas e ambições. E, apesar dos óbvios deslizes, o resultado é bem aprazível e aproveita para introduzir diversos personagens ao panteão que devem se tornar os favoritos dos fãs.

De um lado, temos a storyline de Alina e Mal, incumbidos com a missão de encontrar os Amplificadores, adentrar a Dobra e reverter o que Kirigan causou. Todavia, as coisas não são tão fáceis como imaginam: o poder das sombras que continuam a crescer e a espalhar o caos é muito maior do que previam e os impulsionam a buscar outros meios de enfrentá-la – como é o caso da supracitada aliança formada com Nikolai para diminuir a ofensiva preconceituosa contra os Grishas, aumentar o treinamento do exército e garantir que Kirigan fossem derrotado de uma vez por todas. E um outro aspecto que merece nossa atenção é o estranho e problemático elo que une Alina a seu algoz, impedindo-a de enfrentar a Dobra por conta própria.

Enquanto isso, o Darkling reúne forças e coleta Grishas como seguidores – incluindo a jovem Artesã Genya Safin (Daisy Head), que ganha um protagonismo merecidamente maior. Barnes faz um ótimo trabalho ao potencializar as camadas do antagonista em um misto de ódio, vingança e autocomiseração. Afinal, ele sofre com um mal que, em breve, tirará a própria vida – mas se recusa a deixar que isso defina os próprios passos, recorrendo aos mais variados métodos para permanecer vivo e reforçar o consequente reencontro com Alina.

As duas linhas narrativas discorridas acima são as de maior peso para a conjunção dos eventos, porém, não são as que mais nos chamam a atenção. De fato, as sequências envolvendo os Corvos (delineando uma construção que, inclusive, não aparece nos livros) são feitas com esmero invejável e nos arrebatam desde os primeiros minutos até as incríveis reviravoltas promovidas pelo roteiro. Kaz (Freddy Carter) deixa se levar pelas emoções ao perceber que perdeu tudo o que tinha, pedindo a ajuda de seus fiéis companheiros, Inej (Amita Suman) e Jesper (Kit Young), para dar início a uma vendeta pessoal que garantiria liberdade e uma promessa de prosperidade. E, como se não bastasse, o trio é auxiliado pela Sangradora Nina Zenik (Danielle Galligan), uma adição imprescindível para os Corvos, e pelo adorável Wyan Hendriks (Jack Wolfe), um sagaz e habilidoso químico que nutre de uma lealdade invejável para com Kaz.

Talvez o principal problema da nova temporada seja o balanço rítmico – notavelmente diferente entre as várias sequências. Diferente do ciclo de estreia, em que o desenrolar dos acontecimentos seguia uma linha clara de espectros introdutórios, este abre espaço considerável para apostas maiores e leva o showrunner Eric Heisserer a tropeçar em alguns momentos. Entretanto, é notável como ele e seu competente time criativo têm as melhores intenções e só desejam que os espectadores se deliciem com uma série que ainda tem muito a contar.

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