terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | Sorte de Quem? – Lily Collins e Jesse Plemons em Suspense da Netflix com Roteirista de ‘Seven’

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Entre surpresas e polêmicas, sobrevivemos ao Oscar 2022, embora tenhamos passado o resto da semana comentando sobre o episódio Chris Rock/Will Smith. De todo modo, é hora de pensar já no ano que vem, e ficar de olho nos lançamentos silenciosos que as plataformas de streaming disponibilizam já no início do ano e que podem significar potenciais indicados para a próxima premiação, como é o caso de ‘Sorte de Quem?’, thriller que estreou recentemente na Netflix e já pode configurar um candidato a Melhor Ator.

Um bilionário inglês (Jesse Plemons) e sua jovem esposa (Lily Collins) acabam de chegar de viagem à casa de campo deles em algum lugar da Itália. Os dois se casaram há pouco tempo, têm muita química e estão ansiosos por desfrutar de um final de semana só para eles na casa. Porém, são surpreendidos pela presença de um homem (Jason Segel) ali, que invadira a casa para roubá-la. Diante da imprevisibilidade do momento, o homem decide fazer o casal como refém até decidir um valor satisfatório para libertá-los. Enquanto o dinheiro não chega, os três são obrigados a conviver naquele espaço, e, entre grandes revelações, mentiras arquitetadas e muita tensão, os três mostrarão até onde estão dispostos a ir para sobreviver.

Sorte de Quem?’ tem o roteiro escrito pelo veterano Andrew Kevin Walker, responsável pelos excelentes ‘Seven: Os Sete Crimes Capitais’ e ‘A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça’. Isso diz muito sobre o que podemos esperar do longa: uma narrativa intrincada, cheia de armadilhas nos diálogos e nas cenas, em que nada é colocado de maneira trivial no enredo. A história criada por ele e por Justin Lader, Jason Segel e Charlie McDowell é instigante, tipo aqueles thrillers argentinos que deixa a gente atento nos festivais de cinema mundo adota. Apesar disso, a história se esgota tão logo o plot é apresentado, deixando uma sensação de enrolação no segundo ato, em que os personagens precisam literalmente passar o tempo esperando chegar o dia seguinte. Embora permaneça no ar uma tensão nervosa, não é suficiente para prender o espectador.

Quem rouba a atenção em ‘Sorte de Quem?’ é Jesse Plemons, que constrói um personagem completamente odiável, ao ponto de fazer o espectador revirar os olhos, junto com os outros atores, a cada abobrinha que ele fala. Não é fácil se sentir tão confortável no papel de um sujeito cancelável, e Jesse atingiu o ponto certo para conquistar a antipatia do público. Em oposição a Lily Collins, que faz uma bonequinha bem-comportada que tenta esconder as próprias emoções, ambos conseguem equilibrar a cadência do longa – ele, desprezível, ela, um alívio.

Em uma hora e meia de duração e perfeitamente dividido em três arcos narrativos, ‘Sorte de Quem?’ é um thriller estilo Hitchcock cozido a banho-maria e se valendo essencialmente pela interpretação de seu elenco, cujos personagens não têm nome. Todo passado em uma única locação – a casa –, é um filme com ares de cult movie espremido no cardápio da Netflix para já ficar de olho na temporada de premiações de 2023.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Um bilionário inglês (Jesse Plemons) e sua jovem esposa (Lily Collins) acabam de chegar de viagem à casa de campo deles em algum lugar da Itália. Os dois se casaram há pouco tempo, têm muita química e estão ansiosos por desfrutar de um final de semana só para eles na casa. Porém, são surpreendidos pela presença de um homem (Jason Segel) ali, que invadira a casa para roubá-la. Diante da imprevisibilidade do momento, o homem decide fazer o casal como refém até decidir um valor satisfatório para libertá-los. Enquanto o dinheiro não chega, os três são obrigados a conviver naquele espaço, e, entre grandes revelações, mentiras arquitetadas e muita tensão, os três mostrarão até onde estão dispostos a ir para sobreviver.

Sorte de Quem?’ tem o roteiro escrito pelo veterano Andrew Kevin Walker, responsável pelos excelentes ‘Seven: Os Sete Crimes Capitais’ e ‘A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça’. Isso diz muito sobre o que podemos esperar do longa: uma narrativa intrincada, cheia de armadilhas nos diálogos e nas cenas, em que nada é colocado de maneira trivial no enredo. A história criada por ele e por Justin Lader, Jason Segel e Charlie McDowell é instigante, tipo aqueles thrillers argentinos que deixa a gente atento nos festivais de cinema mundo adota. Apesar disso, a história se esgota tão logo o plot é apresentado, deixando uma sensação de enrolação no segundo ato, em que os personagens precisam literalmente passar o tempo esperando chegar o dia seguinte. Embora permaneça no ar uma tensão nervosa, não é suficiente para prender o espectador.

Quem rouba a atenção em ‘Sorte de Quem?’ é Jesse Plemons, que constrói um personagem completamente odiável, ao ponto de fazer o espectador revirar os olhos, junto com os outros atores, a cada abobrinha que ele fala. Não é fácil se sentir tão confortável no papel de um sujeito cancelável, e Jesse atingiu o ponto certo para conquistar a antipatia do público. Em oposição a Lily Collins, que faz uma bonequinha bem-comportada que tenta esconder as próprias emoções, ambos conseguem equilibrar a cadência do longa – ele, desprezível, ela, um alívio.

Em uma hora e meia de duração e perfeitamente dividido em três arcos narrativos, ‘Sorte de Quem?’ é um thriller estilo Hitchcock cozido a banho-maria e se valendo essencialmente pela interpretação de seu elenco, cujos personagens não têm nome. Todo passado em uma única locação – a casa –, é um filme com ares de cult movie espremido no cardápio da Netflix para já ficar de olho na temporada de premiações de 2023.

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