domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Sundown: Tim Roth em surpreendente drama dirigido pelo mexicano Michel Franco

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Filme assistido durante o Festival de Toronto

Um misterioso milionário de férias em Acapulco muda os rumos da sua vida de forma inesperada e faz da mexicana cidade praiana o seu novo lar. Longe da sua suntuosa fortuna, ele passa a levar os dias como um estrangeiro sem lar, sem posses e sem pretensão. Sundown inicialmente se apresenta como um drama misterioso, de poucos diálogos e comportamentos um tanto suspeitos. Diante de um filme magnético que está sempre à beira de um inesperado acontecimento, passamos a primeira meia hora tentando compreender essa versão de Tim Roth que, aos 60 anos, exala uma sensualidade e um carisma inegáveis, enquanto se relaciona com uma jovem latina que sequer fala o seu idioma.



Michel Franco nos surpreende em Sundown, com uma jornada que só exige de nós a curiosidade cinéfila de quem está disposto a sair da sua zona de conforto, em direção a uma experiência cinematográfica mais complexa e incomum. Fazendo do drama uma espécie de carta de amor ao seu povo e ao seu país, ele traz um roteiro repleto de reviravoltas socioemocionais que fazem um contraste entre a estonteante beleza natural de Acapulco, com os seus perigos – como sendo uma cidade praiana regada pela impunidade e criminalidade.

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O longa é genuinamente uma suave declarou de amor ao estilo de vida latino – sempre tão encantador para os estrangeiros europeus e norte-americanos -, enquanto também se posiciona como um relato honesto e genuíno das mazelas deste país de Terceiro Mundo que tanto se parece com o Brasil em vários aspectos. E à medida em que Franco constrói esse cenário de background sócio político e estrutural, ele também nos entrega uma trama que nos surpreende, sempre nos intrigando por esse misterioso homem de meia idade e milionário, que optou por se desligar da sua própria realidade e família.

Nos levando a uma constância de questionamentos a respeito das motivações do nosso protagonista – que é pouco falante, mas vive intensamente a atmosfera de Acapulco -, o drama é capaz de transformar uma simples história familiar em algo soberbo e intrigante. Franco desenvolve sua trama em uma espiral caótica de eventos, que não apenas transformam a nossa percepção inicial do filme, como também nos leva a um final excelente e inesperado.

Diferente e hipnotizante, Sundown é o tipo de filme para quem está cansado dos tradicionais e bem formatados dramas familiares. Com Roth nos cativando a cada cena, a produção é uma experiência deliciosa como tantas vezes o cinema independente é capaz de nos proporcionar.

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Um misterioso milionário de férias em Acapulco muda os rumos da sua vida de forma inesperada e faz da mexicana cidade praiana o seu novo lar. Longe da sua suntuosa fortuna, ele passa a levar os dias como um estrangeiro sem lar, sem posses e sem pretensão. Sundown inicialmente se apresenta como um drama misterioso, de poucos diálogos e comportamentos um tanto suspeitos. Diante de um filme magnético que está sempre à beira de um inesperado acontecimento, passamos a primeira meia hora tentando compreender essa versão de Tim Roth que, aos 60 anos, exala uma sensualidade e um carisma inegáveis, enquanto se relaciona com uma jovem latina que sequer fala o seu idioma.

Michel Franco nos surpreende em Sundown, com uma jornada que só exige de nós a curiosidade cinéfila de quem está disposto a sair da sua zona de conforto, em direção a uma experiência cinematográfica mais complexa e incomum. Fazendo do drama uma espécie de carta de amor ao seu povo e ao seu país, ele traz um roteiro repleto de reviravoltas socioemocionais que fazem um contraste entre a estonteante beleza natural de Acapulco, com os seus perigos – como sendo uma cidade praiana regada pela impunidade e criminalidade.

O longa é genuinamente uma suave declarou de amor ao estilo de vida latino – sempre tão encantador para os estrangeiros europeus e norte-americanos -, enquanto também se posiciona como um relato honesto e genuíno das mazelas deste país de Terceiro Mundo que tanto se parece com o Brasil em vários aspectos. E à medida em que Franco constrói esse cenário de background sócio político e estrutural, ele também nos entrega uma trama que nos surpreende, sempre nos intrigando por esse misterioso homem de meia idade e milionário, que optou por se desligar da sua própria realidade e família.

Nos levando a uma constância de questionamentos a respeito das motivações do nosso protagonista – que é pouco falante, mas vive intensamente a atmosfera de Acapulco -, o drama é capaz de transformar uma simples história familiar em algo soberbo e intrigante. Franco desenvolve sua trama em uma espiral caótica de eventos, que não apenas transformam a nossa percepção inicial do filme, como também nos leva a um final excelente e inesperado.

Diferente e hipnotizante, Sundown é o tipo de filme para quem está cansado dos tradicionais e bem formatados dramas familiares. Com Roth nos cativando a cada cena, a produção é uma experiência deliciosa como tantas vezes o cinema independente é capaz de nos proporcionar.

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