quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | The Boys – 2ª temporada: Ainda mais sádica, violenta e ofensiva

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The Boys rapidamente se provou – em seu primeiro ano – ser uma inesperada e inebriante experiência cheia de antíteses, insolência, hipocrisia, sarcasmos e impudor – quase um relato realista da sociedade contemporânea, só que pela ótica de super heróis. E contrariando a definição auto declarada dessas figuras quase endeusadas, a produção, que traz Seth Rogen como produtor executivo e que foi desenvolvida por Eric Kripke para a Amazon, retorna com o mais puro néctar dos quadrinhos de Garth Ennis e Darick Robertson, em uma nova temporada assustadoramente mais intensa. Cruzando outras barreiras até então socialmente inaceitáveis, o segundo ciclo de The Boys torna a linha entre “heróis” e “vilões” ainda mais tênue, à medida que explora o desenvolvimento dos seus personagens com ares referenciais ao estilo de uma tragédia grega.

The Boys
L-R: Karl Urban, Jack Quaid, Karen Fukuhara, Tomer Capon (background), Laz Alonso

Essa nova atmosfera escalonada vai exigir de você muito mais do que resistência física para suportar as intensas e gráficas cenas de violência. Em meio a inúmeros conflitos socioculturais e o desdobramento do que seria ético e moral, a segunda temporada de The Boys prova que não apenas há muito chão a ser percorrido pelos nossos protagonistas, como ainda solidifica a premissa de que nada é tão ardiloso assim que não possa piorar. Desafiando a consciência da audiência a todo momento, os novos oitos episódios redefinem a nossa percepção sobre alguns personagens, transformam nossa visão sobre outros e exploram as nuances e pontas soltas que ficaram em aberto no ano anterior.



Estrategicamente planejada, a segunda temporada se anuncia como um banquete irreverente de pura sanguinolência, revela novas camadas dos heróis já conhecidos do público, conforme introduz também novos personagens, que migram das extremidades para o centro da narrativa de forma soberba e inesperada em fração de minutos. Com incessantes sustos que nos lembram do poder hipnotizante da narrativa, este novo ciclo traz um roteiro conciso e bem ajustado e sabe usar o tempo de tela de todos os seus protagonistas com maestria e leveza. E quanto mais desafia nossa compreensão sobre dinâmicas relacionais, comportamentos obsessivos e complexos emocionais doentios, mais a série nos traga para uma sucessão de epifanias onde – de forma inesperada – começamos a desenvolver sentimentos dúbios por personagens tão desprezíveis como o próprio Capitão Pátria e – quem diria – o Profundo.

Conectando os arcos dos personagens com naturalidade, The Boys aumenta ainda mais aquela atmosfera cínica e contraproducente, que desafia a integridade mental de quem está deste lado de cá, enquanto audiência. Contrariando às vezes o que conhecíamos do protagonistas, a construção narrativa desses personagens sofre alterações irônicas e coerentes, que agregam um sabor diferenciado à série, fazendo com que o nosso envolvimento com a trama evolua do mesmo jeito que a própria narrativa. E como se tudo que vimos no passado já não fosse eletrizante e histérico o bastante, nos apaixonamos pela produção novamente, como se fosse a primeira vez.

Flertando com o passado – para ampliar nossa visão a respeito do universo de The Boys – e abordando questões sociais mundiais tão importantes, a série extrapola os limites de uma produção fictícia mais uma vez, tratando problemáticas genuínas e reais como a manipulação midiática, os jogos políticos-partidários e o poder doentio e perigoso por trás de algumas seitas religiosas tão macabras e que ainda permanecem impunes diante da sociedade contemporânea.

E ao valorizar as mulheres com momentos únicos e cenas de catfight que se desconectam da hipersexualização, a segunda temporada reitera o poder que elas possuem na trama, sendo ainda uma crítica e uma deliciosa antítese à própria imagem feminina forçada, exigida por alguns personagens secundários presentes na trama. Metalinguística a plenos pulmões e criticando a indústria Hollywoodiana, a série é cercada de contrastes e referências musicais que ditam o tom de ironia das cenas. Divertida, confrontadora e enérgica, a segunda temporada de The Boys ultrapassa os seus próprios limites, desafia a compreensão humana de certo e errado e mais uma vez deixará sua audiência salivando por novos episódios.

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L-R: Karl Urban, Jack Quaid, Karen Fukuhara, Tomer Capon (background), Laz Alonso

Essa nova atmosfera escalonada vai exigir de você muito mais do que resistência física para suportar as intensas e gráficas cenas de violência. Em meio a inúmeros conflitos socioculturais e o desdobramento do que seria ético e moral, a segunda temporada de The Boys prova que não apenas há muito chão a ser percorrido pelos nossos protagonistas, como ainda solidifica a premissa de que nada é tão ardiloso assim que não possa piorar. Desafiando a consciência da audiência a todo momento, os novos oitos episódios redefinem a nossa percepção sobre alguns personagens, transformam nossa visão sobre outros e exploram as nuances e pontas soltas que ficaram em aberto no ano anterior.

Estrategicamente planejada, a segunda temporada se anuncia como um banquete irreverente de pura sanguinolência, revela novas camadas dos heróis já conhecidos do público, conforme introduz também novos personagens, que migram das extremidades para o centro da narrativa de forma soberba e inesperada em fração de minutos. Com incessantes sustos que nos lembram do poder hipnotizante da narrativa, este novo ciclo traz um roteiro conciso e bem ajustado e sabe usar o tempo de tela de todos os seus protagonistas com maestria e leveza. E quanto mais desafia nossa compreensão sobre dinâmicas relacionais, comportamentos obsessivos e complexos emocionais doentios, mais a série nos traga para uma sucessão de epifanias onde – de forma inesperada – começamos a desenvolver sentimentos dúbios por personagens tão desprezíveis como o próprio Capitão Pátria e – quem diria – o Profundo.

Conectando os arcos dos personagens com naturalidade, The Boys aumenta ainda mais aquela atmosfera cínica e contraproducente, que desafia a integridade mental de quem está deste lado de cá, enquanto audiência. Contrariando às vezes o que conhecíamos do protagonistas, a construção narrativa desses personagens sofre alterações irônicas e coerentes, que agregam um sabor diferenciado à série, fazendo com que o nosso envolvimento com a trama evolua do mesmo jeito que a própria narrativa. E como se tudo que vimos no passado já não fosse eletrizante e histérico o bastante, nos apaixonamos pela produção novamente, como se fosse a primeira vez.

Flertando com o passado – para ampliar nossa visão a respeito do universo de The Boys – e abordando questões sociais mundiais tão importantes, a série extrapola os limites de uma produção fictícia mais uma vez, tratando problemáticas genuínas e reais como a manipulação midiática, os jogos políticos-partidários e o poder doentio e perigoso por trás de algumas seitas religiosas tão macabras e que ainda permanecem impunes diante da sociedade contemporânea.

E ao valorizar as mulheres com momentos únicos e cenas de catfight que se desconectam da hipersexualização, a segunda temporada reitera o poder que elas possuem na trama, sendo ainda uma crítica e uma deliciosa antítese à própria imagem feminina forçada, exigida por alguns personagens secundários presentes na trama. Metalinguística a plenos pulmões e criticando a indústria Hollywoodiana, a série é cercada de contrastes e referências musicais que ditam o tom de ironia das cenas. Divertida, confrontadora e enérgica, a segunda temporada de The Boys ultrapassa os seus próprios limites, desafia a compreensão humana de certo e errado e mais uma vez deixará sua audiência salivando por novos episódios.

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