quinta-feira , 7 novembro , 2024

Crítica | The Chair: Série da Netflix dos criadores de Game of Thrones é uma inusitada combinação entre drama e humor

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Desde a estreia de Game of Thrones, é inegável associarmos a dupla D. B. Weiss e David Benioff ao gênero. Mas virando a chave para o completo oposto, os criativos estreiam sua parceira com a Netflix com The Chair, uma série de comédia dramática com ares de produção independente, ambientada no cenário acadêmico. Com um humor aos moldes dos cineastas Irmãos Duplass, o projeto traz uma visão intimista sobre os conflitos de geração muitas vezes existentes entre professores e alunos universitários, a partir de uma ótica sensível e deliciosa. Totalmente diferente do recente histórico da dupla, a série é um frescor maduro em meio a tantas séries do streaming que aparentam ser tão…parecidas.

Na trama, Sandra Oh é uma professora universitária que acaba de assumir o posto de chefe do departamento de Língua Inglesa de uma prestigiada universidade americana – que está em frangalhos entre professores arcaicos demais e uma liderança ultra conservadora incapaz de se conectar com a nova geração de alunos. E como a primeira mulher asiática a assumir o posto, ela terá que enfrentar a missão sob a pressão dos seus superiores, enquanto lida com os seus próprios conflitos emocionais e relacionais, que constantemente lhe assombram.

The Chair facilmente se enquadraria na mesma prateleira de O Método Kosminsky e carrega em si uma certa maturidade peculiar que é prazerosa de assistir. Assinada pelos artistas populares já citados, em parceria com a atriz e aqui showrunner Amanda Peet (esposa de Benioff), a dramédia é cercada por um humor indie, salpicado pelo formato pastelão. Desenvolvendo a comédia a partir de situações bem dramáticas – como um bom filme independente à la Festival de Sundance o faz -, a série é um deleite visual de belas performances, sob um roteiro com estrutura simples, mas com um complexo desenvolvimento.

Com episódios de cerca de 30 minutos de duração, a produção é bem ritmada, ainda que comece a se tornar mais cativante a partir do seu segundo/terceiro episódio. Funcionando mais como uma análise de personagens em certos momentos, a trama se firma habilmente na dinâmica Sandra Oh-Jay Duplass, que possuem uma química efervescente e apaixonante. Os dois, extremos da mesma moeda, formam um quase casal às avessas e funcionam como duas peças de um quebra-cabeça tão perfeitamente encaixadas – justamente por serem tão díspares.

E com o cerne da narrativa sempre orbitando no constante conflito profissional e pessoal entre os dois, The Chair se apresenta como uma série mais sóbria, que toca em assuntos social e culturalmente relevantes, como as diferenças de gênero, preconceitos raciais e choques de gerações. Fazendo isso sempre com uma ótica mais direcionada para o meio universitário, a série consegue transformar seu simples roteiro em algo mais complexo por trabalhar seus personagens adjacentes de forma bem pautada. Ainda que os seus arcos sejam sempre retidos ao perímetro estudantil, a série transforma os seus seis episódios de 30 minutos em uma experiência bem resolvida e articulada, que envolve a audiência. Sem muitos floreios e objetiva em seu simbolismo, The Chair não é uma série de impactos alegóricos e extravagantes – como tantas outras originais Netflix são. E é exatamente por isso que ela é tão boa.

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Na trama, Sandra Oh é uma professora universitária que acaba de assumir o posto de chefe do departamento de Língua Inglesa de uma prestigiada universidade americana – que está em frangalhos entre professores arcaicos demais e uma liderança ultra conservadora incapaz de se conectar com a nova geração de alunos. E como a primeira mulher asiática a assumir o posto, ela terá que enfrentar a missão sob a pressão dos seus superiores, enquanto lida com os seus próprios conflitos emocionais e relacionais, que constantemente lhe assombram.

The Chair facilmente se enquadraria na mesma prateleira de O Método Kosminsky e carrega em si uma certa maturidade peculiar que é prazerosa de assistir. Assinada pelos artistas populares já citados, em parceria com a atriz e aqui showrunner Amanda Peet (esposa de Benioff), a dramédia é cercada por um humor indie, salpicado pelo formato pastelão. Desenvolvendo a comédia a partir de situações bem dramáticas – como um bom filme independente à la Festival de Sundance o faz -, a série é um deleite visual de belas performances, sob um roteiro com estrutura simples, mas com um complexo desenvolvimento.

Com episódios de cerca de 30 minutos de duração, a produção é bem ritmada, ainda que comece a se tornar mais cativante a partir do seu segundo/terceiro episódio. Funcionando mais como uma análise de personagens em certos momentos, a trama se firma habilmente na dinâmica Sandra Oh-Jay Duplass, que possuem uma química efervescente e apaixonante. Os dois, extremos da mesma moeda, formam um quase casal às avessas e funcionam como duas peças de um quebra-cabeça tão perfeitamente encaixadas – justamente por serem tão díspares.

E com o cerne da narrativa sempre orbitando no constante conflito profissional e pessoal entre os dois, The Chair se apresenta como uma série mais sóbria, que toca em assuntos social e culturalmente relevantes, como as diferenças de gênero, preconceitos raciais e choques de gerações. Fazendo isso sempre com uma ótica mais direcionada para o meio universitário, a série consegue transformar seu simples roteiro em algo mais complexo por trabalhar seus personagens adjacentes de forma bem pautada. Ainda que os seus arcos sejam sempre retidos ao perímetro estudantil, a série transforma os seus seis episódios de 30 minutos em uma experiência bem resolvida e articulada, que envolve a audiência. Sem muitos floreios e objetiva em seu simbolismo, The Chair não é uma série de impactos alegóricos e extravagantes – como tantas outras originais Netflix são. E é exatamente por isso que ela é tão boa.

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