domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | The End of the f***ing World – 2ª Temporada

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“Foi um final adequado. Uma história de amor fadada ao fracasso, uma tragédia perfeita”.

The End of The F***ing World teve uma primeira temporada redonda com um final aberto que agradou a maior parte do público. Baseado em uma graphic novel escrita e desenhada por Charles Forsman, a série chegou à TV britânica em  outubro de 2017 e, posteriormente, no início de 2018, na Netflix, em uma escala mundial.



A obra conta a história de James (Alex Lawther) e Alyssa (Jessica Barden), um casal de adolescentes com complexas complicações psicológicas. A série tem um tom direcionado ao humor negro, fugindo assim do padrão de produções ligadas a esse tipo de dupla de protagonistas. Essa pendência para um roteiro mais adulto atinge tanto os mais novos quanto os mais velhos. Na primeira temporada, que cobre toda  a história da graphic novel, um final agonizante. Teoricamente, chegava ali o fim das rebeldias adolescentes e todas as situações absurdas que a dupla passou até chegar a esse ápice.

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O próprio James durante o segundo episódio da nova temporada brinca com a falta de necessidade de uma continuação. Citando a frase apresentado no  início desta crítica, o personagem brinca com a percepção do público.

Necessária ou não, houve uma continuação. Ou seja, os atos inconsequentes seguiriam adiante, dando espaço a novos causos absurdos.

Ao menos, em tese.

Na prática, o modus operandi de raciocinar e tomar decisões ficou para trás. Agora, os dois protagonistas apresentam uma postura muito mais racional, sem que necessariamente eles precisem eliminar todas as atitudes questionáveis. Ao longo dos episódios, uma maior maturidade e reflexão acerca de suas escolhas. Tudo isso sem se desconectar totalmente do que fora apresentado anteriormente deles. A personalidade segue, porém, a cabeça, não.

Essa evolução gradual flui bem e não causa estranhamento, o que é ótimo. Para dar um maior suporte a isso sem parecer forçado, o espaço de tempo de dois anos entre os acontecimentos anteriores que culminaram no tiro em James. Tempo suficiente para reflexão e desenvolvimento em OFF de James e Alyssa.

Em meio a isso tudo, a série nos apresenta uma nova personagem: Bonnie (Naomi Ackie).

Um ponto interessante é que muitos dos elementos dos novos episódios – inclusive o plot principal do roteiro – estão relacionados aos eventos da primeira temporada. Para tudo, há consequências. E é aí que Bonnie se encaixa. A jovem tem em mente o objetivo de matar James e Alyssa devido a um dos acontecimentos principais da série. A história é conduzida principalmente a partir da perspectiva dela em encontrar o momento mais adequado para colocar em prática sua meta.

Porém, apesar desse grande destaque, Bonnie serve mais como uma ferramente de roteiro. A presença dela é necessária para que a história saia da inércia. Sem ela, não haveria muitas alternativas à dupla principal e eles mesmo têm consciência disso. Em muitos diálogos é possível notar a mudança de postura em relação ao modo de conduzir a vida. O afeto mútuo está presente a todo momento, porém, o planejamento inexiste, tornando inviável, àquele momento, qualquer tentativa de seguir adiante de modo inconsequente.

A segunda temporada passa longe de ser tão poética e dramática como a primeira e dá lugar a um pé no chão, um realismo que foi muito bem-vindo. Esse realismo poderia ser extrapolado do modo mais agudo possível em um momento do penúltimo episódio, que causa um grande susto a quem assiste. Toda a linha narrativa faz sentido até chegar a seu último episódio com um momento muito menos bombástico que seu antecessor, porém, com um tom agridoce.

Embora o nível de qualidade não seja superior à primeira temporada, os oito novos episódios de The End of the F***ing World são bons e dão uma maior camada, complexidade e naturalidade a Alyssa e James, agora mais amadurecidos. Um ônus disso é que esse tom mais sério tirou parte do espaço do humor negro, uma das mais notáveis e principais características da obra.

De todo modo, agora sim dá para dizer que houve um final e que realmente não há mais necessidade de uma continuação.

A série está disponível no catálogo da Netflix.

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“Foi um final adequado. Uma história de amor fadada ao fracasso, uma tragédia perfeita”.

The End of The F***ing World teve uma primeira temporada redonda com um final aberto que agradou a maior parte do público. Baseado em uma graphic novel escrita e desenhada por Charles Forsman, a série chegou à TV britânica em  outubro de 2017 e, posteriormente, no início de 2018, na Netflix, em uma escala mundial.

A obra conta a história de James (Alex Lawther) e Alyssa (Jessica Barden), um casal de adolescentes com complexas complicações psicológicas. A série tem um tom direcionado ao humor negro, fugindo assim do padrão de produções ligadas a esse tipo de dupla de protagonistas. Essa pendência para um roteiro mais adulto atinge tanto os mais novos quanto os mais velhos. Na primeira temporada, que cobre toda  a história da graphic novel, um final agonizante. Teoricamente, chegava ali o fim das rebeldias adolescentes e todas as situações absurdas que a dupla passou até chegar a esse ápice.

O próprio James durante o segundo episódio da nova temporada brinca com a falta de necessidade de uma continuação. Citando a frase apresentado no  início desta crítica, o personagem brinca com a percepção do público.

Necessária ou não, houve uma continuação. Ou seja, os atos inconsequentes seguiriam adiante, dando espaço a novos causos absurdos.

Ao menos, em tese.

Na prática, o modus operandi de raciocinar e tomar decisões ficou para trás. Agora, os dois protagonistas apresentam uma postura muito mais racional, sem que necessariamente eles precisem eliminar todas as atitudes questionáveis. Ao longo dos episódios, uma maior maturidade e reflexão acerca de suas escolhas. Tudo isso sem se desconectar totalmente do que fora apresentado anteriormente deles. A personalidade segue, porém, a cabeça, não.

Essa evolução gradual flui bem e não causa estranhamento, o que é ótimo. Para dar um maior suporte a isso sem parecer forçado, o espaço de tempo de dois anos entre os acontecimentos anteriores que culminaram no tiro em James. Tempo suficiente para reflexão e desenvolvimento em OFF de James e Alyssa.

Em meio a isso tudo, a série nos apresenta uma nova personagem: Bonnie (Naomi Ackie).

Um ponto interessante é que muitos dos elementos dos novos episódios – inclusive o plot principal do roteiro – estão relacionados aos eventos da primeira temporada. Para tudo, há consequências. E é aí que Bonnie se encaixa. A jovem tem em mente o objetivo de matar James e Alyssa devido a um dos acontecimentos principais da série. A história é conduzida principalmente a partir da perspectiva dela em encontrar o momento mais adequado para colocar em prática sua meta.

Porém, apesar desse grande destaque, Bonnie serve mais como uma ferramente de roteiro. A presença dela é necessária para que a história saia da inércia. Sem ela, não haveria muitas alternativas à dupla principal e eles mesmo têm consciência disso. Em muitos diálogos é possível notar a mudança de postura em relação ao modo de conduzir a vida. O afeto mútuo está presente a todo momento, porém, o planejamento inexiste, tornando inviável, àquele momento, qualquer tentativa de seguir adiante de modo inconsequente.

A segunda temporada passa longe de ser tão poética e dramática como a primeira e dá lugar a um pé no chão, um realismo que foi muito bem-vindo. Esse realismo poderia ser extrapolado do modo mais agudo possível em um momento do penúltimo episódio, que causa um grande susto a quem assiste. Toda a linha narrativa faz sentido até chegar a seu último episódio com um momento muito menos bombástico que seu antecessor, porém, com um tom agridoce.

Embora o nível de qualidade não seja superior à primeira temporada, os oito novos episódios de The End of the F***ing World são bons e dão uma maior camada, complexidade e naturalidade a Alyssa e James, agora mais amadurecidos. Um ônus disso é que esse tom mais sério tirou parte do espaço do humor negro, uma das mais notáveis e principais características da obra.

De todo modo, agora sim dá para dizer que houve um final e que realmente não há mais necessidade de uma continuação.

A série está disponível no catálogo da Netflix.

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