segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | The End of the F**king World é uma deliciosa comédia de humor negro da Netflix

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Filmes e séries focados nos ritos de passagem da adolescência à vida adulta sempre são interessantes, mas algumas obras se destacam ao mostrar fielmente essa difícil transição do ser humano. ‘The End of The F**cking World‘, série original da Channel 4 e lançada no Brasil pela Netflix, conquista o espectador ao aliar humor e drama de uma maneira inteligente e bastante obscura.

Baseada nos quadrinhos de Charles Forsman, a série apresenta os peculiares adolescentes James e Alyssa, que embarcam em uma viagem para encontrar o pai dela, que deixou a casa quando ela ainda era pequena. Os dois são desajustados sociais cheios de problemas psicológicos. Ele tem traços de psicopatia, e sonha em matar um ser humano. Ela é uma sociopata de boca suja, com traços de bipolaridade.



Em um primeiro momento, é assustador passear pela mente doentia desses dois jovens, mas conforme os personagens vão sendo desconstruídos, nós entendemos mais sobre suas motivações e como suas famílias disfuncionais deixaram eles totalmente piradinhos.

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Conforme a história vai se desencadeando, eventos sinistros vão levando esses jovens a cometerem uma série de crimes, numa versão moderna e arrojada de ‘Thelma e Louise’, e vamos descobrindo que eles são apenas duas crianças perdidas no mundo que não tiveram uma educação decente ou carinho de seus pais.

Ao mesmo tempo que a gente se diverte com seus crimes, nós temos uma grande empatia pelo sofrimento que a dupla sente por terem sido negligenciados por aqueles que amavam…

Ao invés de contar a história como um drama, Forsman prefere criar uma comédia divertida com um humor ácido e politicamente incorreto, um humor específico dos britânicos que é seco e totalmente irreverente. Algumas pessoas podem não gostar da série justamente por esse tipo de humor.

O maior acerto da série está em seu casal protagonista. Jessica Barden (‘Penny Dreadful‘) dá um espetáculo de atuação como Alyssa, e consegue transmitir de maneira sensacional os dilemas que a personagem está passando Alex Lawther (‘Black Mirror’) é igualmente brilhante como James, apesar de seu personagem ser mais contido.

A trilha sonora com batidas melodramáticas é quase um personagem do filme, e auxilia na belíssima fotografia enquanto vemos planos abertos que parecem pinturas… Os belos cenários contrastam com a maneira feia como esses protagonistas enxergam o mundo, repletos de sentimentos negativos que eles estão aprendendo a digerir enquanto se transformam em pessoas melhores.

Com apenas 8 episódios de 20 e poucos minutos, ‘The End of The F**cking World’ traz uma minuciosa análise do ser humano e consegue te conquistar com um humor negro e áspero, que contrasta com a triste história de seus protagonistas. É uma série corajosa, irreverente, bem humorada e pervertida. Se você é fã de um humor politicamente incorreto, é um prato cheio.

No final, a série deixa um gostinho de quero mais com pontas soltas que nos deixam extremamente ansiosos para a segunda temporada.

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Filmes e séries focados nos ritos de passagem da adolescência à vida adulta sempre são interessantes, mas algumas obras se destacam ao mostrar fielmente essa difícil transição do ser humano. ‘The End of The F**cking World‘, série original da Channel 4 e lançada no Brasil pela Netflix, conquista o espectador ao aliar humor e drama de uma maneira inteligente e bastante obscura.

Baseada nos quadrinhos de Charles Forsman, a série apresenta os peculiares adolescentes James e Alyssa, que embarcam em uma viagem para encontrar o pai dela, que deixou a casa quando ela ainda era pequena. Os dois são desajustados sociais cheios de problemas psicológicos. Ele tem traços de psicopatia, e sonha em matar um ser humano. Ela é uma sociopata de boca suja, com traços de bipolaridade.

Em um primeiro momento, é assustador passear pela mente doentia desses dois jovens, mas conforme os personagens vão sendo desconstruídos, nós entendemos mais sobre suas motivações e como suas famílias disfuncionais deixaram eles totalmente piradinhos.

Conforme a história vai se desencadeando, eventos sinistros vão levando esses jovens a cometerem uma série de crimes, numa versão moderna e arrojada de ‘Thelma e Louise’, e vamos descobrindo que eles são apenas duas crianças perdidas no mundo que não tiveram uma educação decente ou carinho de seus pais.

Ao mesmo tempo que a gente se diverte com seus crimes, nós temos uma grande empatia pelo sofrimento que a dupla sente por terem sido negligenciados por aqueles que amavam…

Ao invés de contar a história como um drama, Forsman prefere criar uma comédia divertida com um humor ácido e politicamente incorreto, um humor específico dos britânicos que é seco e totalmente irreverente. Algumas pessoas podem não gostar da série justamente por esse tipo de humor.

O maior acerto da série está em seu casal protagonista. Jessica Barden (‘Penny Dreadful‘) dá um espetáculo de atuação como Alyssa, e consegue transmitir de maneira sensacional os dilemas que a personagem está passando Alex Lawther (‘Black Mirror’) é igualmente brilhante como James, apesar de seu personagem ser mais contido.

A trilha sonora com batidas melodramáticas é quase um personagem do filme, e auxilia na belíssima fotografia enquanto vemos planos abertos que parecem pinturas… Os belos cenários contrastam com a maneira feia como esses protagonistas enxergam o mundo, repletos de sentimentos negativos que eles estão aprendendo a digerir enquanto se transformam em pessoas melhores.

Com apenas 8 episódios de 20 e poucos minutos, ‘The End of The F**cking World’ traz uma minuciosa análise do ser humano e consegue te conquistar com um humor negro e áspero, que contrasta com a triste história de seus protagonistas. É uma série corajosa, irreverente, bem humorada e pervertida. Se você é fã de um humor politicamente incorreto, é um prato cheio.

No final, a série deixa um gostinho de quero mais com pontas soltas que nos deixam extremamente ansiosos para a segunda temporada.

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