domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | The Girl from Plainville: Elle Fanning convence namorado a se matar em nova série biográfica

YouTube video

Michelle Carter estampou as manchetes ao redor do mundo após protagonizar um dos casos mais polêmicos da história judicial norte-americana. A introvertida adolescente foi acusada de convencer o seu namorado a tirar sua própria vida, por meio de mensagens de texto. Ainda que ela estivesse a quilômetros de distância da terrível fatalidade, seu nome ficou talhado nos últimos instantes de vida de Conrad, um garoto sensível que sofria de depressão e ansiedade social. E The Girl from Plainville tenta preencher o rastro de inúmeras lacunas deixadas pelo processo que dominou os tribunais, apresentando mais uma belíssima e tocante performance de Elle Fanning.



A produção original da Hulu, trazida ao Brasil pelo streaming da Starzplay, nos leva para os bastidores das milhares de mensagens trocadas entre o casal, que passou a maior parte do seu relacionamento à distância. Tentando equilibrar a questão de que Michelle também sofria de depressão e distúrbios alimentares e o fato dela (independente disso) ter induzido seu namorado ao suicídio, Liz Hannah (The Post: A Guerra Secreta) e Patrick Macmanus (Dr. Death) busca mostrar as demais camadas mais profundas que jamais chegaram aos principais noticiários dos Estados Unidos.

Indo além do combo “garota estimula namorado a se matar”, The Girl from Plainville tenta entender como a mente de Michelle funcionava, explorando seus aspectos narcisistas, à medida em que explora ainda mais as doenças psicoemocionais que ela sofria. Sem tentar inocentá-la da atrocidade que comentou, a minissérie dramática faz uma reflexão sobre a cultura de relacionamentos doentios nascida e sustentada pela era das redes sociais, além de ponderar sobre a importância da comunicação honesta entre pais e filhos dentro do seio familiar. Aqui, ao testemunharmos duas pessoas doentes tentando se ajudar à sua maneira, compreendemos ainda mais o quão delicado e complexo é o tempo em que vivemos – onde relacionamentos muitas vezes se restringem ao virtual e a ética e moral se tornam cada vez mais turvas.

Assista também:
YouTube video


E com uma atuação poderosa de Elle Fanning, que expressa uma voz mansa e um olhar triste em quase todas as suas cenas, somos uma vez mais presenteados pela incrível versatilidade da atriz em cena. Com uma caracterização mais soturna e um pequeno trabalho de maquiagem para emanar os traços faciais de Carter, ela cumpre seu trabalho de forma única, expressa seu talento até mesmo por meio do canto e brilha em tela, facilmente ofuscando os demais personagens coadjuvantes. Chloë Sevigny e Colton Ryan também não ficam atrás e compõem um ótimo trio de protagonistas, em uma trama cujo maior vilão é a falta de entendimento sobre saúde mental.

Com um roteiro repleto de metáforas que tenta tornar a dinâmica Michelle-Conrad mais convidativa, a minissérie é feita para os apaixonados por produções biográficas – ainda que peque em alguns momentos pela falta de apuração dos fatos e por deixar muitos detalhes cruciais do processo de fora. Mas de fato, o maior problema de The Girl from Plainville é seu ritmo. Excessivamente lenta, a minissérie possui pouco sabor para os que amam thrillers dramáticos e depende muito da curiosidade alheia para garantir a concentração do público geral até o final. Ainda assim, a nova minissérie da Starzplay é um excelente e delicado relato sobre doenças mentais, que se priva do direito de oferecer muitas respostas conclusivas. Até porque, depois de tudo que descobrimos neste caso, será mesmo que elas genuinamente existem?

YouTube video

Mais notícias...

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Crítica | The Girl from Plainville: Elle Fanning convence namorado a se matar em nova série biográfica

Michelle Carter estampou as manchetes ao redor do mundo após protagonizar um dos casos mais polêmicos da história judicial norte-americana. A introvertida adolescente foi acusada de convencer o seu namorado a tirar sua própria vida, por meio de mensagens de texto. Ainda que ela estivesse a quilômetros de distância da terrível fatalidade, seu nome ficou talhado nos últimos instantes de vida de Conrad, um garoto sensível que sofria de depressão e ansiedade social. E The Girl from Plainville tenta preencher o rastro de inúmeras lacunas deixadas pelo processo que dominou os tribunais, apresentando mais uma belíssima e tocante performance de Elle Fanning.

A produção original da Hulu, trazida ao Brasil pelo streaming da Starzplay, nos leva para os bastidores das milhares de mensagens trocadas entre o casal, que passou a maior parte do seu relacionamento à distância. Tentando equilibrar a questão de que Michelle também sofria de depressão e distúrbios alimentares e o fato dela (independente disso) ter induzido seu namorado ao suicídio, Liz Hannah (The Post: A Guerra Secreta) e Patrick Macmanus (Dr. Death) busca mostrar as demais camadas mais profundas que jamais chegaram aos principais noticiários dos Estados Unidos.

Indo além do combo “garota estimula namorado a se matar”, The Girl from Plainville tenta entender como a mente de Michelle funcionava, explorando seus aspectos narcisistas, à medida em que explora ainda mais as doenças psicoemocionais que ela sofria. Sem tentar inocentá-la da atrocidade que comentou, a minissérie dramática faz uma reflexão sobre a cultura de relacionamentos doentios nascida e sustentada pela era das redes sociais, além de ponderar sobre a importância da comunicação honesta entre pais e filhos dentro do seio familiar. Aqui, ao testemunharmos duas pessoas doentes tentando se ajudar à sua maneira, compreendemos ainda mais o quão delicado e complexo é o tempo em que vivemos – onde relacionamentos muitas vezes se restringem ao virtual e a ética e moral se tornam cada vez mais turvas.

E com uma atuação poderosa de Elle Fanning, que expressa uma voz mansa e um olhar triste em quase todas as suas cenas, somos uma vez mais presenteados pela incrível versatilidade da atriz em cena. Com uma caracterização mais soturna e um pequeno trabalho de maquiagem para emanar os traços faciais de Carter, ela cumpre seu trabalho de forma única, expressa seu talento até mesmo por meio do canto e brilha em tela, facilmente ofuscando os demais personagens coadjuvantes. Chloë Sevigny e Colton Ryan também não ficam atrás e compõem um ótimo trio de protagonistas, em uma trama cujo maior vilão é a falta de entendimento sobre saúde mental.

Com um roteiro repleto de metáforas que tenta tornar a dinâmica Michelle-Conrad mais convidativa, a minissérie é feita para os apaixonados por produções biográficas – ainda que peque em alguns momentos pela falta de apuração dos fatos e por deixar muitos detalhes cruciais do processo de fora. Mas de fato, o maior problema de The Girl from Plainville é seu ritmo. Excessivamente lenta, a minissérie possui pouco sabor para os que amam thrillers dramáticos e depende muito da curiosidade alheia para garantir a concentração do público geral até o final. Ainda assim, a nova minissérie da Starzplay é um excelente e delicado relato sobre doenças mentais, que se priva do direito de oferecer muitas respostas conclusivas. Até porque, depois de tudo que descobrimos neste caso, será mesmo que elas genuinamente existem?

YouTube video

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS