sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | The Humans: Drama da A24 com Beanie Feldstein e Steven Yeun é um poderoso ensaio sobre o comportamento humano

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Assistido durante o Festival de Toronto 2021

Como um personagem sem diálogos, mas profundamente expressivo, um enorme e mal acabado apartamento de Nova York se torna o palco de uma sucessão cataclísmica de conflitos familiares. Na noite do Dia de Ação de Graças, Erik Blake reúne três gerações de sua família na casa de sua filha mais nova, inadvertidamente sem saber o que o breve confinamento é capaz de trazer à tona. Como um ensaio sobre a vida familiar na Lower Manhattan, The Humans é um drama poderoso que traz em sua essência a digital da produtora A24.



Em meio a ruídos de um imóvel velho, amplo e com poucos móveis, os protagonistas vivenciam o mais puro desconforto do silêncio, das conversas atravessadas e dos diálogos repletos de sofridas e inquietantes pausas. Como uma família, todos aparentam ser mais desconhecidos, como a familiaridade saindo de cena o tempo todo – com exceção das pequenas anedotas que vez outra tentam preencher o vazio da efêmera química existente entre pais e filhos.

E Stephen Karam faz da adaptação de sua própria peça The Humans uma análise surpreendente. Sempre nos levando para a linguagem corporal de seu elenco, o cineasta adapta o texto com precisão, deixando sempre aquele gostinho de estarmos diante de um ensaio sobre o comportamento humano. Com uma direção simples e um roteiro afiado, ele sabe preencher o vácuo dos diálogos com a fotografia de um apartamento que nada de atraente possui. Entre mofos, goteiras e um banheiro grotesco, Beani Feldstein (Fora de Série), Amy Schumer (Descompensada), Steven Yeun (Minari), Richard Jenkins (Spotlight: Segredos Revelados), Jayne Houdyshell (Adoráveis Mulheres) e June Squibb (The Good Doctor) são tudo o que esse filme precisa para nos instigar até os últimos segundos – com suas performances sincronizadas e dinâmicas.

Um drama familiar angustiante, The Humans é uma experiência sensorial que constantemente nos proporciona um sentimento de enclausuramento. A estrutura do apartamento, com seus corredores minúsculos e cômodos escuros, agrega à tensão do filme e nos faz absorver toda a atmosfera que norteia os personagens. E o que deveria ser um encontro familiar aconchegante em um imóvel recém adquirido, de fato se transforma em uma noite exaustiva e angustiante de lavação de roupa suja. Aqui, a amplitude do espaço físico exerce o papel inverso e as paredes de cada cômodo parecem pressionar e sufocar cada pensamento e comportamento.

Perspicaz em sua direção, Karam explora uma fotografia urbana que abusa do singelo, porém poderoso design de produção. Usando a luz artificial como uma ferramenta de contraste, ele faz com que todos os elementos de cada cômodo se comportem como peças-chave para a construção da estética, da tensão entre os personagens e obviamente do sufocamento que tanto persegue os protagonistas e a audiência. E ainda que o filme seja um pouquinho longo, a excepcional inquietude da trama nos move sempre adiante. E com um aspecto mais teatral, The Humans faz da vida comum em confinamento algo realmente extraordinário e digno do selo A24 de qualidade.

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Em meio a ruídos de um imóvel velho, amplo e com poucos móveis, os protagonistas vivenciam o mais puro desconforto do silêncio, das conversas atravessadas e dos diálogos repletos de sofridas e inquietantes pausas. Como uma família, todos aparentam ser mais desconhecidos, como a familiaridade saindo de cena o tempo todo – com exceção das pequenas anedotas que vez outra tentam preencher o vazio da efêmera química existente entre pais e filhos.

E Stephen Karam faz da adaptação de sua própria peça The Humans uma análise surpreendente. Sempre nos levando para a linguagem corporal de seu elenco, o cineasta adapta o texto com precisão, deixando sempre aquele gostinho de estarmos diante de um ensaio sobre o comportamento humano. Com uma direção simples e um roteiro afiado, ele sabe preencher o vácuo dos diálogos com a fotografia de um apartamento que nada de atraente possui. Entre mofos, goteiras e um banheiro grotesco, Beani Feldstein (Fora de Série), Amy Schumer (Descompensada), Steven Yeun (Minari), Richard Jenkins (Spotlight: Segredos Revelados), Jayne Houdyshell (Adoráveis Mulheres) e June Squibb (The Good Doctor) são tudo o que esse filme precisa para nos instigar até os últimos segundos – com suas performances sincronizadas e dinâmicas.

Um drama familiar angustiante, The Humans é uma experiência sensorial que constantemente nos proporciona um sentimento de enclausuramento. A estrutura do apartamento, com seus corredores minúsculos e cômodos escuros, agrega à tensão do filme e nos faz absorver toda a atmosfera que norteia os personagens. E o que deveria ser um encontro familiar aconchegante em um imóvel recém adquirido, de fato se transforma em uma noite exaustiva e angustiante de lavação de roupa suja. Aqui, a amplitude do espaço físico exerce o papel inverso e as paredes de cada cômodo parecem pressionar e sufocar cada pensamento e comportamento.

Perspicaz em sua direção, Karam explora uma fotografia urbana que abusa do singelo, porém poderoso design de produção. Usando a luz artificial como uma ferramenta de contraste, ele faz com que todos os elementos de cada cômodo se comportem como peças-chave para a construção da estética, da tensão entre os personagens e obviamente do sufocamento que tanto persegue os protagonistas e a audiência. E ainda que o filme seja um pouquinho longo, a excepcional inquietude da trama nos move sempre adiante. E com um aspecto mais teatral, The Humans faz da vida comum em confinamento algo realmente extraordinário e digno do selo A24 de qualidade.

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