segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | Till: A Luta Por Justiça – Danielle Deadwyler entrega atuação poderosa em DRAMA real pesado

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Mamie Till (Danielle Deadwyler) é uma mãe com o coração apertado. Seu filho, Emmett Till (Jalyn Hall), de quatorze anos, está indo passar as férias com os primos e o tio, na fazenda em que trabalham na pequena cidade de Money, no Mississipi. Nada disso seria motivo para Mamie se sentir apreensiva, não fosse o fato de seu filho ser um rapaz preto, muito festivo, alegre, conversador, que, inconscientemente, chama muita atenção para si mesmo. Jovem e inocente, Emmett não percebe a maldade do mundo que o cerca. Quando, durante a viagem, algo terrível acontece com seu menino, Mamie se vê obrigada a tirar forças de onde nem sabia que tinha para lutar por justiça não só para seu próprio filho, mas para todas as crianças negras nos Estados Unidos no ano de 1955.

Till: A Busca por Justiça’ é desses filmes que costumam estrear na segunda metade do ano ou no iniciozinho do ano por aqui já de olho nas premiações do hemisfério norte. E o longa responde a vários requisitos para receber algumas indicações, dentre os quais o figurino, belamente composto acompanhando a década de 1950 em personagens cujo poder aquisitivo destaca o abismo do contexto social; os cenários e produção de arte, que recriam em tons solares o contexto sombrio no qual a história se encaixa, alternando apenas na última cena, quando a luz se esvai. Apesar disso, o longa que estreia essa semana nos cinemas brasileiros, foi completamente esnobado no Oscar.



O destaque impressionante nesse longa é certamente a atuação de Danielle Deadwyler, que, desde a primeira cena, demonstra que irá conduzir com um crescente emocional as mais de duas horas de filme. A câmera da diretora Chinonye Chukwu (que atualmente andou no Top 10 da Netflix com seu ‘Clemência’, cuja crítica pode ser lida aqui) em close no rosto da atriz garante uma total imersão do espectador no sofrimento dessa mãe – até em demasia. Por mais da metade longa vemos Danielle chorar, e muito, ao ponto de gerar profundo desconforto na gente. Se por um lado isso destaca a atriz no radar das premiações, por outro gera mal estar em quem assiste a essa história inspirada em eventos reais. No final das contas, para o Oscar, o segundo ponto deve ter pesado mais.

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Till: A Busca por Justiça’ joga luz sobre mais um triste episódio real do racismo estrutural que rege a sociedade estadunidense. Com participação bem especial de uma quase irreconhecível Whoopi Goldberg, que também é produtora do longa, ‘Till: A Busca por Justiça’ é um importante e potente drama que coloca o dedo bem fundo em uma ferida aberta da história daquele país, sem se esquivar de evidenciar o horror das consequências do racismo, mostrando, de maneira bem evidente, as violências ao corpo negro e seus reflexos para a comunidade, especialmente para as mães. Fica o alerta de gatilho.

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Mamie Till (Danielle Deadwyler) é uma mãe com o coração apertado. Seu filho, Emmett Till (Jalyn Hall), de quatorze anos, está indo passar as férias com os primos e o tio, na fazenda em que trabalham na pequena cidade de Money, no Mississipi. Nada disso seria motivo para Mamie se sentir apreensiva, não fosse o fato de seu filho ser um rapaz preto, muito festivo, alegre, conversador, que, inconscientemente, chama muita atenção para si mesmo. Jovem e inocente, Emmett não percebe a maldade do mundo que o cerca. Quando, durante a viagem, algo terrível acontece com seu menino, Mamie se vê obrigada a tirar forças de onde nem sabia que tinha para lutar por justiça não só para seu próprio filho, mas para todas as crianças negras nos Estados Unidos no ano de 1955.

Till: A Busca por Justiça’ é desses filmes que costumam estrear na segunda metade do ano ou no iniciozinho do ano por aqui já de olho nas premiações do hemisfério norte. E o longa responde a vários requisitos para receber algumas indicações, dentre os quais o figurino, belamente composto acompanhando a década de 1950 em personagens cujo poder aquisitivo destaca o abismo do contexto social; os cenários e produção de arte, que recriam em tons solares o contexto sombrio no qual a história se encaixa, alternando apenas na última cena, quando a luz se esvai. Apesar disso, o longa que estreia essa semana nos cinemas brasileiros, foi completamente esnobado no Oscar.

O destaque impressionante nesse longa é certamente a atuação de Danielle Deadwyler, que, desde a primeira cena, demonstra que irá conduzir com um crescente emocional as mais de duas horas de filme. A câmera da diretora Chinonye Chukwu (que atualmente andou no Top 10 da Netflix com seu ‘Clemência’, cuja crítica pode ser lida aqui) em close no rosto da atriz garante uma total imersão do espectador no sofrimento dessa mãe – até em demasia. Por mais da metade longa vemos Danielle chorar, e muito, ao ponto de gerar profundo desconforto na gente. Se por um lado isso destaca a atriz no radar das premiações, por outro gera mal estar em quem assiste a essa história inspirada em eventos reais. No final das contas, para o Oscar, o segundo ponto deve ter pesado mais.

Till: A Busca por Justiça’ joga luz sobre mais um triste episódio real do racismo estrutural que rege a sociedade estadunidense. Com participação bem especial de uma quase irreconhecível Whoopi Goldberg, que também é produtora do longa, ‘Till: A Busca por Justiça’ é um importante e potente drama que coloca o dedo bem fundo em uma ferida aberta da história daquele país, sem se esquivar de evidenciar o horror das consequências do racismo, mostrando, de maneira bem evidente, as violências ao corpo negro e seus reflexos para a comunidade, especialmente para as mães. Fica o alerta de gatilho.

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