sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | Together Together: Ed Helms brilha em comédia dramática sobre amor platônico

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Filme assistido durante o Festival de Sundance 2021

A paternidade na meia idade chega de forma diferente na vida de Matt (Ed Helms), um desenvolvedor de aplicativos que, após fracassadas tentativas de encontrar a mulher certa, decide realizar o sonho de ser pai de forma independente – com o auxílio de uma barriga de aluguel. Esse é o instante em que somos apresentados à Anna (Patti Harrison), uma jovem de 26 anos que decide comprar a ideia de fazer uma grana extra, sem medir as consequências do que essa jornada pode se transformar. Together Together chega aqui como sendo uma produção inusitada. Como uma espécie de não-comédia-romântica, o longa subverte alguns padrões e presenteia o público com uma experiência cinematográfica que – ao final de tudo – provará que quem de fato vai se apaixonar nessa história é a própria audiência.



A diretora e roteirista Nikole Beckwith traz um conto invertido para o público com a sua mais nova dramédia. Habituados a sempre vermos o clássico combo mãe solteira, o longa faz uma mudança de gênero na sua abordagem, nos mostrando como funciona o sonho da paternidade em um homem que já possui tudo, menos o que ele realmente sempre quis. Regando o seu protagonista com uma sensibilidade tocante, a cineasta ainda subverte o próprio estereótipo do astro Ed Helms. Normalmente sempre aquele nerd desajeitado, com poucas habilidades sociais e nenhum jeito para conquistar as pessoas, ele se transforma aqui em um inesperado crush – para bom entendedor.

Com um carisma cativante e um jeito nerd-desajeitado que nos conquista a cada mancada ou decisão questionável, Matt é aqui – dentro dos padrões já vividos por Helms – o oposto do seu próprio padrão. Inevitavelmente divertido, ele é um cara desconfortável com um coração apaixonante e protagoniza um impressionante humor adocicado e às vezes ácido com Harrison, atriz trans que dá vida a uma cética personagem que gradativamente cai no gosto do público – embora o seu começo em cena seja mais ardiloso, nos deixando desconfiados.

Mas fato é que Together Together é uma surpresa deliciosa. Com uma atmosfera reconfortante, a produção explora um amor platônico entre dois personagens que se encontram nos extremos sociais. Enquanto um possui uma vida estável até demais, a outra vive em meio às suas constantes desistências, sem foco e sempre protelando um futuro sólido. Essa inesperada combinação ainda nos engana, nos levando a crer que talvez estejamos diante da história de amor mais inusitada e apaixonante já mostrada em tela. No entanto, a comédia dramática se prova como sendo muito mais do que isso, nos mostrando um tipo de amor que raramente vemos bem apresentado em tela: A mais pura amizade nascida na mais controversa das circunstâncias.

Envolvente, divertido e leve, a dramédia é um respiro profundamente necessário em tempos tão dolorosos e difíceis. Com Ed Helms brilhando em cada cena ao lado de Harrison, o longa passa diante dos nossos olhos em um piscar de olhos e consegue nos deixar à deriva em seu final, na expectativa por muito mais do que nos fora apresentado. Com características peculiares que – inicialmente – parecem que jamais funcionariam em tela, Together Together é improvável do começo ao fim e faz da sua estranheza, sua carta de ouro para entregar uma história autêntica e prazerosa, daquelas de fazer suspirar até o mais resistente dos corações.

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A diretora e roteirista Nikole Beckwith traz um conto invertido para o público com a sua mais nova dramédia. Habituados a sempre vermos o clássico combo mãe solteira, o longa faz uma mudança de gênero na sua abordagem, nos mostrando como funciona o sonho da paternidade em um homem que já possui tudo, menos o que ele realmente sempre quis. Regando o seu protagonista com uma sensibilidade tocante, a cineasta ainda subverte o próprio estereótipo do astro Ed Helms. Normalmente sempre aquele nerd desajeitado, com poucas habilidades sociais e nenhum jeito para conquistar as pessoas, ele se transforma aqui em um inesperado crush – para bom entendedor.

Com um carisma cativante e um jeito nerd-desajeitado que nos conquista a cada mancada ou decisão questionável, Matt é aqui – dentro dos padrões já vividos por Helms – o oposto do seu próprio padrão. Inevitavelmente divertido, ele é um cara desconfortável com um coração apaixonante e protagoniza um impressionante humor adocicado e às vezes ácido com Harrison, atriz trans que dá vida a uma cética personagem que gradativamente cai no gosto do público – embora o seu começo em cena seja mais ardiloso, nos deixando desconfiados.

Mas fato é que Together Together é uma surpresa deliciosa. Com uma atmosfera reconfortante, a produção explora um amor platônico entre dois personagens que se encontram nos extremos sociais. Enquanto um possui uma vida estável até demais, a outra vive em meio às suas constantes desistências, sem foco e sempre protelando um futuro sólido. Essa inesperada combinação ainda nos engana, nos levando a crer que talvez estejamos diante da história de amor mais inusitada e apaixonante já mostrada em tela. No entanto, a comédia dramática se prova como sendo muito mais do que isso, nos mostrando um tipo de amor que raramente vemos bem apresentado em tela: A mais pura amizade nascida na mais controversa das circunstâncias.

Envolvente, divertido e leve, a dramédia é um respiro profundamente necessário em tempos tão dolorosos e difíceis. Com Ed Helms brilhando em cada cena ao lado de Harrison, o longa passa diante dos nossos olhos em um piscar de olhos e consegue nos deixar à deriva em seu final, na expectativa por muito mais do que nos fora apresentado. Com características peculiares que – inicialmente – parecem que jamais funcionariam em tela, Together Together é improvável do começo ao fim e faz da sua estranheza, sua carta de ouro para entregar uma história autêntica e prazerosa, daquelas de fazer suspirar até o mais resistente dos corações.

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