Dua Lipa é uma powerhouse.
A artista britânica, que ganhou imensa popularidade após o lançamento do sleeper hit “New Rules”, provou que veio para ficar inúmeras vezes. Depois do massivo sucesso comercial de seu álbum de estreia homônimo, ela retornou em 2020 com o aclamado ‘Future Nostalgia’, responsável por trazer a nostalgia do disco de volta ao mainstream e emergindo como a marca que inspiraria diversos outros nomes. Agora, ela está pronta para sua próxima incursão fonográfica e, hoje (15), nos entregou mais um gostinho de seu terceiro álbum de estúdio.
O lançamento de “Training Season”, segundo single do compilado de originais que ainda segue sem nome ou data de estreia oficiais, vinha sendo antecipado há algumas semanas – e não poderíamos estar mais animados para ver o que ela havia gestado em colaboração com o produtor Kevin Parker (sim, mesmo nome por trás do grupo Tame Impala). Afinal, “Houdini” trabalhou as pulsões noventistas do ítalo-disco e abriu com chave de ouro uma era que tem tudo para conquistar a crítica e o público novamente; e, com o début da sua nova canção, fica mais claro que Dua é uma das A-lists mais originais e prolíficas do cenário do entretenimento.
A performer já tinha nos agraciado com um breve trecho da canção durante a apresentação do Grammy Awards 2024, com uma rendição espetacular que seria endossada com o lançamento da versão completa. Aqui, a artista é acompanhada pelos vibrantes acordes do baixo e de vocais irretocáveis de um dos maiores emblemas da nova geração: Dua e Parker unem forças para um convite às pistas de dança que volta-se mais uma vez para uma atmosfera escapista, em que o arranjo entre bateria, piano e sintetizadores explode em uma jornada de três minutos e meio que é automaticamente colocada em repetição – para que cada elemento instrumental e cada fraseamento seja absorvido por completo.
A track é alicerçada na potência do euro-disco, revelando as predileções da cantora e compositora por um passado não muito longínquo e que ganha uma roupagem, ao mesmo tempo, nostálgica e modernizada; os versos, que falam das dúvidas de um amor em potencial que apenas se concretizará caso entregue exatamente o que ela queira, são demarcados por batidas profundas e saudosistas, afastando-se de um conceitualismo exaustivo ou de uma reinvenção do gênero. O que Dua promove é a celebração daquilo que a inspira até hoje – e que reitera seu merecido status no escopo da música.