quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Tratamento de Realeza – Comédia Romântica da Netflix coloca Aladdin no lugar da Jasmine

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A última leitura da história de ‘Aladdin’ para os cinemas veio pelas mãos da Disney, em versão live-action, e focou a aventura muito mais na jornada de Jasmine do que no protagonista que dá nome à história. Isso porque, apesar do título, é a aventura de Jasmine que interessa ao público: pobre menina rica, princesa enclausurada, que sonhava conhecer o mundo mas, ao invés, estava sendo obrigada a escolher marido. Mas… e se a coisa toda fosse ao contrário? Essa é a proposta de ‘Tratamento de Realeza’, nova comédia romântica da Netflix que já estreou no Top 10 da plataforma.



Izzy (Laura Marano) é uma jovem muito querida em sua comunidade, que a abraça porque ela, com seu jeitinho de descendente de italianos, sempre está cuidando de tudo e de todos, oferecendo comida e se interessando pela vida das pessoas. Ela também é dona do Belle, um salão de beleza popular no subúrbio de Nova York. Quando Walter (Cameron Rhodes) liga erroneamente para o salão para agendar um horário de corte de cabelo para o príncipe Thomas (Mena Massoud), em visita à cidade, Izzy enxerga no serviço a oportunidade de saldar as dívidas do salão, porém, o príncipe se mostra bastante indiferente às pessoas, e isso faz o sangue da moça ferver e faz com que ela diga algumas verdades na cara da realeza.

Em cerca de uma hora e quarenta de duração, ‘Tratamento de Realeza’ fisga facilmente o espectador que se amarra em comédias românticas, e tudo por conta do carisma do casal protagonista, que tem química e incorpora as características de seus personagens na medida certa. Mas é bem verdade também que, se pararmos para analisar a parte técnica da produção, tem um bocado de falhas e liberdades que, muitas vezes, forçam a barra, como por exemplo a personagem Rochelle (Tania Lesser), uma antipática francesa sem função na trama nem explicação para tanta amargura; ou a composição do núcleo pobre, região chamada de Uber de Gleise, povoada por pessoas brancas, felizes e bem vestidas, mas que aparentemente deveríamos sentir pena delas por morarem… do outro lado da linha do trem? Confuso isso no filme de Rick Jacobson.

Mas como o que vale mesmo é o amorzinho, ‘Tratamento de Realeza’ traz uma inversão nos papéis da história das arábias: aqui Jasmine inspira a composição do príncipe Thomas, prisioneiro do próprio castelo, forçado a casar para sustentar a riqueza da família, enquanto Aladdin é incorporado pela jovem cabelereira ítalo-americana e cheia de vida que apresenta o mundo – inclusive o próprio reino – ao inexperiente monarca. Essa inversão funciona muito bem, inclusive a sacada genial de chamar para o papel do príncipe ninguém menos do que Mena Massoud, que viveu o Aladdin no live-action da Disney. Rá!

Curiosamente, ‘Tratamento de Realeza’ é uma produção neozelandesa – país sem monarquia, ainda que parte do Commonwealth britânico. Mas tirando a parte técnica e verossímil da coisa, é um filme muito gostosinho de assistir, com personagens divertidos e carismáticos e um casal protagonista que você shippa desde o início, numa pegada meio ‘Em um bairro de Nova York‘ com ‘O Diário da Princesa’. Guilty pleasure total.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Izzy (Laura Marano) é uma jovem muito querida em sua comunidade, que a abraça porque ela, com seu jeitinho de descendente de italianos, sempre está cuidando de tudo e de todos, oferecendo comida e se interessando pela vida das pessoas. Ela também é dona do Belle, um salão de beleza popular no subúrbio de Nova York. Quando Walter (Cameron Rhodes) liga erroneamente para o salão para agendar um horário de corte de cabelo para o príncipe Thomas (Mena Massoud), em visita à cidade, Izzy enxerga no serviço a oportunidade de saldar as dívidas do salão, porém, o príncipe se mostra bastante indiferente às pessoas, e isso faz o sangue da moça ferver e faz com que ela diga algumas verdades na cara da realeza.

Em cerca de uma hora e quarenta de duração, ‘Tratamento de Realeza’ fisga facilmente o espectador que se amarra em comédias românticas, e tudo por conta do carisma do casal protagonista, que tem química e incorpora as características de seus personagens na medida certa. Mas é bem verdade também que, se pararmos para analisar a parte técnica da produção, tem um bocado de falhas e liberdades que, muitas vezes, forçam a barra, como por exemplo a personagem Rochelle (Tania Lesser), uma antipática francesa sem função na trama nem explicação para tanta amargura; ou a composição do núcleo pobre, região chamada de Uber de Gleise, povoada por pessoas brancas, felizes e bem vestidas, mas que aparentemente deveríamos sentir pena delas por morarem… do outro lado da linha do trem? Confuso isso no filme de Rick Jacobson.

Mas como o que vale mesmo é o amorzinho, ‘Tratamento de Realeza’ traz uma inversão nos papéis da história das arábias: aqui Jasmine inspira a composição do príncipe Thomas, prisioneiro do próprio castelo, forçado a casar para sustentar a riqueza da família, enquanto Aladdin é incorporado pela jovem cabelereira ítalo-americana e cheia de vida que apresenta o mundo – inclusive o próprio reino – ao inexperiente monarca. Essa inversão funciona muito bem, inclusive a sacada genial de chamar para o papel do príncipe ninguém menos do que Mena Massoud, que viveu o Aladdin no live-action da Disney. Rá!

Curiosamente, ‘Tratamento de Realeza’ é uma produção neozelandesa – país sem monarquia, ainda que parte do Commonwealth britânico. Mas tirando a parte técnica e verossímil da coisa, é um filme muito gostosinho de assistir, com personagens divertidos e carismáticos e um casal protagonista que você shippa desde o início, numa pegada meio ‘Em um bairro de Nova York‘ com ‘O Diário da Princesa’. Guilty pleasure total.

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