domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Três Realizadoras Portuguesas – Curta-metragem também é filme!

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Três filmes em um só. Com o quase poder nulo de entrada no mercado exibidor brasileiro, mesmo existindo a lei do curta para filmes nacionais dessa duração, o projeto Três Realizadoras Portuguesas surge como algo que beira ao inovador além de mostrar a muitos que curta-metragem também é filme. Três curtas em formato de um longa-metragem, dirigidos por três mulheres portuguesas.



Mas, voltando a esse filme em três ato separados, no primeiro curta, o abre alas do projeto, exibido em Cannes anos atrás chama-se Dia de Festa e mostra um recorte na vida de uma mãe que faz um grande esforço para agradar sua filha que completa aniversário no dia com uma festinha em seu humilde apartamento. Mas com o desenrolar do dia, uma ligação muda tudo e o foco muda, assim, a mãe precisará encontrar os avós da menina. O filme, aborda temas reflexivos sobre o ser mãe. Uma mulher amargurada que enfrenta um dilema de visitar o pai ou não no seu leito de morte além de marcas do passado que são colocadas à mesa no alto da emoção e numa espécie de duelo final entre mãe e filha. Há uma ansiedade colocada no tom da narrativa e na maneira que é filmado. Um belo trabalho da cineasta Sofia Bost, principalmente nessa condução das emoções em forma de cinema.

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O segundo curta-metragem, Ruby, de Mariana Gaivão nos apresenta a personagem título em busca de seu animal de estimação perdido que fugiu, ao mesmo tempo que conversa com amigos próximos e vai refletindo sobre as mudanças do local onde está e conhece bem, além de todas as idas e vindas de amigos de longa data. A protagonista possui uma rebeldia quase indecifrável que aliada a uma narrativa sem muito sentido precisa de um grande esforço do espectador para juntar peças com poucas informações.

Já no terceiro curta-metragem, Cães que Ladram aos Pássaros, talvez o mais interessante pela questão atemporal que possui, selecionado para Veneza e dirigido por Leonor Teles explora-se a gentrificação (processo que muitas cidades passam, uma transformação urbana camuflada de modernização de uma área antiga). Assunto interessantíssimo muito bem abordado na ótica de um jovem português que precisa se mudar com a mãe e os irmãos do único lugar que conheceu como lar em sua vida na cidade do Porto. Assim, gerando dúvidas sobre a questão, envolvidas no porquê estão se mudando, o personagem busca o entendimento mais amplo sobre a influência das mudanças de sua cidade e o fator que o faz abandonar o local de suas lembranças.

Esse projeto, inclusive, pode servir de inspiração para realizadores brasileiros que possam adaptar essa ótima ideia e quem sabe convencer a maioria das planilhas excel dos programadores brasileiros.

 

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Três filmes em um só. Com o quase poder nulo de entrada no mercado exibidor brasileiro, mesmo existindo a lei do curta para filmes nacionais dessa duração, o projeto Três Realizadoras Portuguesas surge como algo que beira ao inovador além de mostrar a muitos que curta-metragem também é filme. Três curtas em formato de um longa-metragem, dirigidos por três mulheres portuguesas.

Mas, voltando a esse filme em três ato separados, no primeiro curta, o abre alas do projeto, exibido em Cannes anos atrás chama-se Dia de Festa e mostra um recorte na vida de uma mãe que faz um grande esforço para agradar sua filha que completa aniversário no dia com uma festinha em seu humilde apartamento. Mas com o desenrolar do dia, uma ligação muda tudo e o foco muda, assim, a mãe precisará encontrar os avós da menina. O filme, aborda temas reflexivos sobre o ser mãe. Uma mulher amargurada que enfrenta um dilema de visitar o pai ou não no seu leito de morte além de marcas do passado que são colocadas à mesa no alto da emoção e numa espécie de duelo final entre mãe e filha. Há uma ansiedade colocada no tom da narrativa e na maneira que é filmado. Um belo trabalho da cineasta Sofia Bost, principalmente nessa condução das emoções em forma de cinema.

O segundo curta-metragem, Ruby, de Mariana Gaivão nos apresenta a personagem título em busca de seu animal de estimação perdido que fugiu, ao mesmo tempo que conversa com amigos próximos e vai refletindo sobre as mudanças do local onde está e conhece bem, além de todas as idas e vindas de amigos de longa data. A protagonista possui uma rebeldia quase indecifrável que aliada a uma narrativa sem muito sentido precisa de um grande esforço do espectador para juntar peças com poucas informações.

Já no terceiro curta-metragem, Cães que Ladram aos Pássaros, talvez o mais interessante pela questão atemporal que possui, selecionado para Veneza e dirigido por Leonor Teles explora-se a gentrificação (processo que muitas cidades passam, uma transformação urbana camuflada de modernização de uma área antiga). Assunto interessantíssimo muito bem abordado na ótica de um jovem português que precisa se mudar com a mãe e os irmãos do único lugar que conheceu como lar em sua vida na cidade do Porto. Assim, gerando dúvidas sobre a questão, envolvidas no porquê estão se mudando, o personagem busca o entendimento mais amplo sobre a influência das mudanças de sua cidade e o fator que o faz abandonar o local de suas lembranças.

Esse projeto, inclusive, pode servir de inspiração para realizadores brasileiros que possam adaptar essa ótima ideia e quem sabe convencer a maioria das planilhas excel dos programadores brasileiros.

 

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