domingo , 29 dezembro , 2024

Crítica | Turismo Selvagem: Thriller psicológico da Prime Video nem sempre acerta, mas ainda assim vale o play

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Em uma insana espiral declinante de eventos, Turismo Selvagem se desabrocha nas telas como muito mais do que um sombrio suspense sobre infidelidade e vingança. Explorando a psique de seus personagens e suas caóticas decisões impulsivas, a nova minissérie original da Prime Video é um tour pelos meandros de diversos relacionamentos tóxicos e como eles afetam diretamente a percepção individual de cada um sobre si e – consequentemente – sobre sua necessidade de sobrevivência a qualquer custo.



Aqui, paixões à flor da pele se transformam em obsessões desenfreadas que desencadeiam em uma jornada infernal de catástrofes emocionais e físicas. Provando que uma traição vai muito além de um desvio de caráter momentâneo, Turismo Selvagem explora todos os desdobramentos que a atitude irracional de um homem infiel é capaz de acarretar na vida de todos que o cercam, salientando ainda que a linha que separa vilões e mocinhos pode muitas vezes ser mais turva do que verdadeiramente clara. 

Baseada no livro homônimo de B.E. Jones, a série criada por Marnie Dickens abraça o caos e sustenta-se nisso até seus últimos instantes. Frenética em seu efeito dominó de eventos incessantes e dinâmica por nunca reduzir seu veloz ritmo narrativo, a original Prime Video sabe muito bem trabalhar seus personagens ao longo de seus seis episódios e embora não se aprofunde muito no background de cada um deles, entrega o suficiente para justificar as motivações e irracionalidades de cada um. E ainda que peque por não ir além na construção de seus protagonistas, o thriller criminal/psicológico acerta facilmente ao nos convencer a comprar a intensa narrativa de radioatividade relacional que impera ao longo dos capítulos.

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E mesmo com personagens tão mais detestáveis do que identificáveis, a trama de Turismo Selvagem consegue nos envolver com facilidade. Correndo o risco de se tornar cansativa pela falta de carisma de Liv (Jenna Coleman) e Will (Oliver Jackson-Cohen) – que por fim se tornam duas pessoas codependentes de uma falsa sensação de amor mútuo -, a minissérie de suspense consegue nos manter atentos pela ótima dinâmica entre os atores e por saber criar a tensão necessária. Sustentando essa sombria e desconfiada atmosfera com tranquilidade, a produção cresce ainda mais ao construir clímaxes genuinamente bons, coroados por plot twists de tirar o fôlego.

E ainda que a série flerte demais com clichês hollywoodianos e não chegue nem perto de ser uma das grandes estreias da Prime Video de 2023 – embora tivesse potencial para isso -, ela continua viciante e é o entretenimento ideal para os amantes do gênero curtirem em um pacato fim de semana. Com um desfecho cafona e piegas que sinaliza virtude para a agenda identitária, Turismo Selvagem pode até não ser aquele thriller psicológico que esperávamos, mas sem sombra de dúvidas a aventura não é um desperdício de tempo. Contagiante por suas reviravoltas caóticas e com um ar novelesco ultra dramático que funciona, a minissérie é uma prazerosa fantasia sobre obsessões narcisistas e paixões doentias.

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Crítica | Turismo Selvagem: Thriller psicológico da Prime Video nem sempre acerta, mas ainda assim vale o play

Em uma insana espiral declinante de eventos, Turismo Selvagem se desabrocha nas telas como muito mais do que um sombrio suspense sobre infidelidade e vingança. Explorando a psique de seus personagens e suas caóticas decisões impulsivas, a nova minissérie original da Prime Video é um tour pelos meandros de diversos relacionamentos tóxicos e como eles afetam diretamente a percepção individual de cada um sobre si e – consequentemente – sobre sua necessidade de sobrevivência a qualquer custo.

Aqui, paixões à flor da pele se transformam em obsessões desenfreadas que desencadeiam em uma jornada infernal de catástrofes emocionais e físicas. Provando que uma traição vai muito além de um desvio de caráter momentâneo, Turismo Selvagem explora todos os desdobramentos que a atitude irracional de um homem infiel é capaz de acarretar na vida de todos que o cercam, salientando ainda que a linha que separa vilões e mocinhos pode muitas vezes ser mais turva do que verdadeiramente clara. 

Baseada no livro homônimo de B.E. Jones, a série criada por Marnie Dickens abraça o caos e sustenta-se nisso até seus últimos instantes. Frenética em seu efeito dominó de eventos incessantes e dinâmica por nunca reduzir seu veloz ritmo narrativo, a original Prime Video sabe muito bem trabalhar seus personagens ao longo de seus seis episódios e embora não se aprofunde muito no background de cada um deles, entrega o suficiente para justificar as motivações e irracionalidades de cada um. E ainda que peque por não ir além na construção de seus protagonistas, o thriller criminal/psicológico acerta facilmente ao nos convencer a comprar a intensa narrativa de radioatividade relacional que impera ao longo dos capítulos.

E mesmo com personagens tão mais detestáveis do que identificáveis, a trama de Turismo Selvagem consegue nos envolver com facilidade. Correndo o risco de se tornar cansativa pela falta de carisma de Liv (Jenna Coleman) e Will (Oliver Jackson-Cohen) – que por fim se tornam duas pessoas codependentes de uma falsa sensação de amor mútuo -, a minissérie de suspense consegue nos manter atentos pela ótima dinâmica entre os atores e por saber criar a tensão necessária. Sustentando essa sombria e desconfiada atmosfera com tranquilidade, a produção cresce ainda mais ao construir clímaxes genuinamente bons, coroados por plot twists de tirar o fôlego.

E ainda que a série flerte demais com clichês hollywoodianos e não chegue nem perto de ser uma das grandes estreias da Prime Video de 2023 – embora tivesse potencial para isso -, ela continua viciante e é o entretenimento ideal para os amantes do gênero curtirem em um pacato fim de semana. Com um desfecho cafona e piegas que sinaliza virtude para a agenda identitária, Turismo Selvagem pode até não ser aquele thriller psicológico que esperávamos, mas sem sombra de dúvidas a aventura não é um desperdício de tempo. Contagiante por suas reviravoltas caóticas e com um ar novelesco ultra dramático que funciona, a minissérie é uma prazerosa fantasia sobre obsessões narcisistas e paixões doentias.

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