sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Um Dia Para Viver – Ethan Hawke em filme de ação que é osso duro de roer

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Uma Hora e Meia para Evitar

Não importa o gênero, existem apenas quatro tipos de filmes no mundo: os bons, os cult, os tão ruins que são bons, e os apenas ruins. O talentoso Ethan Hawke já esteve, assim como a maioria dos atores, em cada um destes casos. Nos últimos anos, filmes como Boyhood, O Plano de Maggie e O Predestinado se encaixam nos dois primeiros quesitos. Mas na filmografia recente do ator, obras como Resgate em Alta Velocidade e Regressão fazem parte dos dois últimos, dependendo de sua boa vontade, e como irá defini-los.

Bem, nos últimos quesitos é exatamente onde podemos colocar o novo Um Dia Para Viver também. Se formos muito bonzinhos, ele completa o ciclo de volta para o “bom”, aos meus olhos, no entanto, a obra para no fundo do poço. O roteiro mambembe e mal ajambrado, escrito por Ron Mita, Jim McClain e Zach Dean – os nomes por trás de “filmaços” como SWAT (2003) e A Fuga (2012) – não possui foco e não sabe muito bem sobre o que quer falar. Fora isso, mesmo dentro da proposta, consegue jogar a coerência (ou melhor, zunir para longe) pela janela, a cada cena se contradizendo sobre suas próprias regras.



Um Dia para Viver é desorganizado, se mostrando um produto tão genérico que se torna quase uma paródia do gênero, se ao menos tivesse algum senso de humor. O pobre Hawke, ator quatro vezes indicado ao Oscar (duas como roteirista), se vê perdido em muitos momentos, nos quais devia apenas estar pensando no contracheque. Apesar disso, o talentoso protagonista não entrega os pontos e não soa ligado no automático, dando tudo de si para vender este peixe fedido.

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O filme até começa bem, com Hawke e Rutger Hauer (sim, o eterno Roy Batty de Blade Runner) interagindo e se apoiando para superar uma perda: a esposa e filho de Hawke, e filha e neto de Hauer. Daí em diante, Um dia para Viver engata um clichê doloroso atrás do outro, sem nem ao menos entrar na brincadeira assumindo-os. Aqui tudo é levado com o peso dramático de como se tais situações fossem inéditas no mundo do cinema. Qualquer um que já tenha assistido ao menos um filme do gênero na vida sabe de cor e salteado o repertório apresentado aqui.

Hawke vive um ex-agente secreto, que é o melhor no que faz. Discurso que seu melhor amigo no serviço não consegue evitar de proferir quando vai encontra-lo num bar para persuadi-lo a realizar “um último serviço”. Por que não vão atrás de outro?, diz o personagem. Porque queremos o melhor, responde o colega. Depois de relutar, o sujeito acaba aceitando. Essa premissa data de 1980, de filmes como Rambo e Comando para matar, feitos por Stallone e Schwarzenegger respectivamente. Hoje, algo assim precisa ser autoconsciente. Mas Um Dia para Viver não é apenas um festival gigantesco de chavões de ação. Dentro de sua própria argumentação, comente inúmeros deslizes, soando muito com o tipo de filme que vemos lançados direto para vídeo, e protagonizados por gente como Jean Claude Van Damme, Dolph Lundgren e Steven Seagal atualmente.

Na trama, a missão do assassino de elite Hawke é encontrar um sujeito com informações vitais e elimina-lo, como sempre fez e pelo que foi contratado. O problema é que o alvo está sendo protegido por outra agente, papel da chinesa Qing Xu. Após um confronto entre o protagonista e a mulher, ela leva a melhor, e o personagem de Hawke “morre”. Somente para ser trazido de volta à vida por um programa experimental de sua agência. O absurdo é que logo em seguida, mal ressuscitado, a organização já quer eliminá-lo sem que ele tenha sequer saído da maca de operação. Não podiam deixa-lo morto simplesmente? Agora, o “futurístico” agente tem apenas 24 horas de vida, é o que diz um contador inserido sob sua pele!?

Bom, não vale a pena se alongar e detalhar cada ultraje apresentado na tela. Vale a pena dizer apenas que Um Dia para Viver se divide entre a cópia carbono de qualquer outra produção do gênero, o que nos causa sono, e a total falta de sentido entre suas cenas, o que nos deixa perplexos com tamanha falta de cuidado da produção. No lado positivo, o cineasta Brian Smrz, diretor de segunda unidade de superproduções como Homem de Ferro 3 (2013) e X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014), tem cacife e imprime um ritmo narrativo tão bom, que promete conseguir enganar os mais desavisados. As cenas de ação são boas.

Um Dia para Viver é um filme de ação B, quem tem “direto para vídeo” escrito nele todo. Se você não liga muito para história e coerência, vá fundo. E como nota final, vale dizer que a última cena resume bem a essência do que foi todo o longa. Dias melhores virão para Hawke, sem dúvidas.

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Não importa o gênero, existem apenas quatro tipos de filmes no mundo: os bons, os cult, os tão ruins que são bons, e os apenas ruins. O talentoso Ethan Hawke já esteve, assim como a maioria dos atores, em cada um destes casos. Nos últimos anos, filmes como Boyhood, O Plano de Maggie e O Predestinado se encaixam nos dois primeiros quesitos. Mas na filmografia recente do ator, obras como Resgate em Alta Velocidade e Regressão fazem parte dos dois últimos, dependendo de sua boa vontade, e como irá defini-los.

Bem, nos últimos quesitos é exatamente onde podemos colocar o novo Um Dia Para Viver também. Se formos muito bonzinhos, ele completa o ciclo de volta para o “bom”, aos meus olhos, no entanto, a obra para no fundo do poço. O roteiro mambembe e mal ajambrado, escrito por Ron Mita, Jim McClain e Zach Dean – os nomes por trás de “filmaços” como SWAT (2003) e A Fuga (2012) – não possui foco e não sabe muito bem sobre o que quer falar. Fora isso, mesmo dentro da proposta, consegue jogar a coerência (ou melhor, zunir para longe) pela janela, a cada cena se contradizendo sobre suas próprias regras.

Um Dia para Viver é desorganizado, se mostrando um produto tão genérico que se torna quase uma paródia do gênero, se ao menos tivesse algum senso de humor. O pobre Hawke, ator quatro vezes indicado ao Oscar (duas como roteirista), se vê perdido em muitos momentos, nos quais devia apenas estar pensando no contracheque. Apesar disso, o talentoso protagonista não entrega os pontos e não soa ligado no automático, dando tudo de si para vender este peixe fedido.

O filme até começa bem, com Hawke e Rutger Hauer (sim, o eterno Roy Batty de Blade Runner) interagindo e se apoiando para superar uma perda: a esposa e filho de Hawke, e filha e neto de Hauer. Daí em diante, Um dia para Viver engata um clichê doloroso atrás do outro, sem nem ao menos entrar na brincadeira assumindo-os. Aqui tudo é levado com o peso dramático de como se tais situações fossem inéditas no mundo do cinema. Qualquer um que já tenha assistido ao menos um filme do gênero na vida sabe de cor e salteado o repertório apresentado aqui.

Hawke vive um ex-agente secreto, que é o melhor no que faz. Discurso que seu melhor amigo no serviço não consegue evitar de proferir quando vai encontra-lo num bar para persuadi-lo a realizar “um último serviço”. Por que não vão atrás de outro?, diz o personagem. Porque queremos o melhor, responde o colega. Depois de relutar, o sujeito acaba aceitando. Essa premissa data de 1980, de filmes como Rambo e Comando para matar, feitos por Stallone e Schwarzenegger respectivamente. Hoje, algo assim precisa ser autoconsciente. Mas Um Dia para Viver não é apenas um festival gigantesco de chavões de ação. Dentro de sua própria argumentação, comente inúmeros deslizes, soando muito com o tipo de filme que vemos lançados direto para vídeo, e protagonizados por gente como Jean Claude Van Damme, Dolph Lundgren e Steven Seagal atualmente.

Na trama, a missão do assassino de elite Hawke é encontrar um sujeito com informações vitais e elimina-lo, como sempre fez e pelo que foi contratado. O problema é que o alvo está sendo protegido por outra agente, papel da chinesa Qing Xu. Após um confronto entre o protagonista e a mulher, ela leva a melhor, e o personagem de Hawke “morre”. Somente para ser trazido de volta à vida por um programa experimental de sua agência. O absurdo é que logo em seguida, mal ressuscitado, a organização já quer eliminá-lo sem que ele tenha sequer saído da maca de operação. Não podiam deixa-lo morto simplesmente? Agora, o “futurístico” agente tem apenas 24 horas de vida, é o que diz um contador inserido sob sua pele!?

Bom, não vale a pena se alongar e detalhar cada ultraje apresentado na tela. Vale a pena dizer apenas que Um Dia para Viver se divide entre a cópia carbono de qualquer outra produção do gênero, o que nos causa sono, e a total falta de sentido entre suas cenas, o que nos deixa perplexos com tamanha falta de cuidado da produção. No lado positivo, o cineasta Brian Smrz, diretor de segunda unidade de superproduções como Homem de Ferro 3 (2013) e X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014), tem cacife e imprime um ritmo narrativo tão bom, que promete conseguir enganar os mais desavisados. As cenas de ação são boas.

Um Dia para Viver é um filme de ação B, quem tem “direto para vídeo” escrito nele todo. Se você não liga muito para história e coerência, vá fundo. E como nota final, vale dizer que a última cena resume bem a essência do que foi todo o longa. Dias melhores virão para Hawke, sem dúvidas.

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