sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Um Instante de Amor – mais uma entrega emotiva de Marion Cotillard

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Frenesi Incontrolável

Estreou hoje nos cinemas brasileiros o novo trabalho da musa francesa Marion Cotillard. O título não é exagero ou sequer um elogioso ato de cavalheirismo, acontece que aqui falamos de uma atriz não americana, jovem, e que já concretizou em sua carreira o que mais da metade das colegas de profissão sonham e ainda buscam.

Aos 41 anos, Cotillard tem um Oscar de melhor atriz decorando sua casa, e outra indicação na mesma categoria. O que surpreende, no entanto, é que ela com o feito entrou para a história, como a primeira francesa a levar o prêmio da Academia na categoria principal por um filme falado em seu idioma (Piaf – Um Hino ao Amor, 2007). Alguns anos depois e Cotillard era indicada sob as mesmas circunstâncias (Dois Dias, Uma Noite, 2014). Além disso, a atriz transita como poucas entre blockbusters gigantescos, vide A Origem (2010) e O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012) e Assassin´s Creed (2016), e produções dramáticas e independentes, oriundas de seu país.



Em Um Instante de Amor (Mal de Pierres), ou “a doença das pedras”, Cotillard interpreta Gabrielle, uma jovem interiorana, vivendo num vilarejo francês na década de 1950. Seu comportamento errático em relação a um conhecido de sua cidadezinha, por quem mostra-se apaixonada acima do controle emocional, faz com que sua família demonstre preocupação. A sucessão de fatos equivocados, trazidos pelos sentimentos incontroláveis da protagonista, leva seus pais a cogitarem interná-la em um hospital psiquiátrico. Parece uma medida extrema hoje, no entanto, precisamos levar em conta a época e o local.

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A salvação chega na forma de um casamento arranjado com José (Alex  Brendemühl), um sujeito simples, pedreiro da região. O matrimônio, que não estava nos planos da moça, torna-se ainda mais complicado devido a uma doença (a tal pedra nos rins do título), que pode prejudicar a possibilidade de uma gestação. Para o tratamento, Gabrielle é enviada a um SPA nos Alpes Suíços, local onde entra em jogo o último elemento desta narrativa, o incapacitado Tenente André Sauvage (papel do outro nome de peso neste elenco, Louis Garrel). E justamente esta peça final é que trará o desequilíbrio, e abalará de vez a dinâmica matrimonial já capenga.

Um Instante de Amor é baseado no livro de Milena Agus, e dirigido por Nicole Garcia. Com um tema tão feminino, que apresenta as inquietações e questionamentos da mulher, sem querer julgá-la por tais, era essencial estas presenças por trás de tal história. Garcia acerta a mão e entrega além de uma produção feminina, deixando especificados em seu filme momentos enigmáticos, ao lidar com temas tão delicados quanto a loucura, a paixão e a obsessão. Cotillard e Garcia criam juntas, sem em momento algum sequer pedir compreensão por sua protagonista, cuja punição já é a angústia apresentada de forma cruel em sua realidade.

Um Instante de Amor é um drama francês, confeccionado especialmente para os fãs do cinema alternativo, ou seja, com um estilo próprio de se contar uma história. Acima de tudo, este é um trágico conto de amor, que aborda a complexa psique humana, a qual simplesmente temos a breve ilusão de controlar, já que constantes elementos em movimento surgem a todo instante para nos tentar. Afinal, desde os primórdios do homem, a normalidade é questionada e desafiada.

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Aos 41 anos, Cotillard tem um Oscar de melhor atriz decorando sua casa, e outra indicação na mesma categoria. O que surpreende, no entanto, é que ela com o feito entrou para a história, como a primeira francesa a levar o prêmio da Academia na categoria principal por um filme falado em seu idioma (Piaf – Um Hino ao Amor, 2007). Alguns anos depois e Cotillard era indicada sob as mesmas circunstâncias (Dois Dias, Uma Noite, 2014). Além disso, a atriz transita como poucas entre blockbusters gigantescos, vide A Origem (2010) e O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012) e Assassin´s Creed (2016), e produções dramáticas e independentes, oriundas de seu país.

Em Um Instante de Amor (Mal de Pierres), ou “a doença das pedras”, Cotillard interpreta Gabrielle, uma jovem interiorana, vivendo num vilarejo francês na década de 1950. Seu comportamento errático em relação a um conhecido de sua cidadezinha, por quem mostra-se apaixonada acima do controle emocional, faz com que sua família demonstre preocupação. A sucessão de fatos equivocados, trazidos pelos sentimentos incontroláveis da protagonista, leva seus pais a cogitarem interná-la em um hospital psiquiátrico. Parece uma medida extrema hoje, no entanto, precisamos levar em conta a época e o local.

A salvação chega na forma de um casamento arranjado com José (Alex  Brendemühl), um sujeito simples, pedreiro da região. O matrimônio, que não estava nos planos da moça, torna-se ainda mais complicado devido a uma doença (a tal pedra nos rins do título), que pode prejudicar a possibilidade de uma gestação. Para o tratamento, Gabrielle é enviada a um SPA nos Alpes Suíços, local onde entra em jogo o último elemento desta narrativa, o incapacitado Tenente André Sauvage (papel do outro nome de peso neste elenco, Louis Garrel). E justamente esta peça final é que trará o desequilíbrio, e abalará de vez a dinâmica matrimonial já capenga.

Um Instante de Amor é baseado no livro de Milena Agus, e dirigido por Nicole Garcia. Com um tema tão feminino, que apresenta as inquietações e questionamentos da mulher, sem querer julgá-la por tais, era essencial estas presenças por trás de tal história. Garcia acerta a mão e entrega além de uma produção feminina, deixando especificados em seu filme momentos enigmáticos, ao lidar com temas tão delicados quanto a loucura, a paixão e a obsessão. Cotillard e Garcia criam juntas, sem em momento algum sequer pedir compreensão por sua protagonista, cuja punição já é a angústia apresentada de forma cruel em sua realidade.

Um Instante de Amor é um drama francês, confeccionado especialmente para os fãs do cinema alternativo, ou seja, com um estilo próprio de se contar uma história. Acima de tudo, este é um trágico conto de amor, que aborda a complexa psique humana, a qual simplesmente temos a breve ilusão de controlar, já que constantes elementos em movimento surgem a todo instante para nos tentar. Afinal, desde os primórdios do homem, a normalidade é questionada e desafiada.

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