terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | Um Jantar entre Espiões – Chris Pine busca a Verdade em Suspense do Amazon Prime Video

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Depois de dar as caras na série de filmes de ‘Star Trek’ e de se apaixonar pela ‘Mulher-Maravilha’, Chris Pine está de volta aos filmes que não fazem parte de um universo pré-concebido antes nos quadrinhos ou na cinematografia. O mesmo podemos falar da atriz Thandiwe Newton, que, no intervalo da última e da nova temporada de ‘Westworld’, conseguiu encaixar na agenda a gravação, ao lado do ator californiano, desse novo longa, ‘Um Jantar entre Espiões’, que chegou esse final de semana na Prime Video.

Em 2012, um avião foi sequestrado em Viena, com mais de cem passageiros a bordo que ficaram reféns de um grupo de terroristas chechenos. Na sala do FBI da cidade, um grupo de especialistas – encabeçado por Henry (Chris Pine), Celia (Thandiwe Newton), Bill (Jonathan Pryce) e Vick (Laurence Fishburne) – tenta desvendar como este e outros ataques terroristas podem acontecer e, consequentemente, como evitar esse tipo de situação. Porém, com o fim desastroso do episódio, o núcleo se desfaz, e, oito anos depois, Vick pede para que Henry investigue seu próprio grupo de trabalho, uma vez que novas informações indicam que dentre eles havia um traidor que fornecera informações ao núcleo terrorista na época do episódio. Por isso, Henry terá que enfrentar seu passado para encontrar a verdade, e isso significará reencontrar o amor de sua vida, Celia.

Apresentado em uma hora e quarenta de duração, o enredo de ‘Um Jantar entre Espiões’ se constrói de uma maneira exageradamente rebuscada, num excesso de flashbacks e mudanças de ponto de vista que dão uma boa cansada numa história que já não é muito interessante por si só. É como se o roteiro de Oleg Steinhauer tivesse sido copiado e colado do livro homônimo escrito por ele mesmo, sem tirar nem por. Ou seja, uma estrutura de flashback constante que funciona muito bem em narrativas escritas (por exemplo, são divididas em um novo capítulo, ou com uma tipografia diferente, deixando evidente para o leitor de se tratar de uma outra linha narrativa que não a principal) não necessariamente funciona para um roteiro (que precisa de indicações de reações emocionais dos personagens, de marcação de lugar, de figurino, etc).

É como se o filme fosse o livro gravado, e todo mundo não reage à história. Eis o problema principal na direção de Janus Metz (que dirigiu um episódio de ‘True Detective’ em 2015): não ter exigido entrega de seu elenco para uma história de suspense investigativo; portanto, temos Chris Pine e Thandiwe Newton reticentes em cena, como se estivessem desconfortáveis. Ainda que a trama tenha uma reviravolta bem interessante no fim, o caminho que o espectador percorre até alcançar a resposta é cansativo e tortuoso demais.

Para quem curte filme de espionagem, ‘Um Jantar entre Espiões’ é o último lançamento do gênero, mas não chega a ser o melhor desse tipo de filme. Gravado durante a pandemia, dá para sentir a tensão – e, consequentemente, as soluções encontradas – nas gravações em que o elenco tinha que interagir (e esse tipo de tensão não deveria passar para o espectador, não deveria ser perceptível), dando a impressão de que foi um filme prematuramente gravado, quando ninguém estava preparado para fazê-lo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Em 2012, um avião foi sequestrado em Viena, com mais de cem passageiros a bordo que ficaram reféns de um grupo de terroristas chechenos. Na sala do FBI da cidade, um grupo de especialistas – encabeçado por Henry (Chris Pine), Celia (Thandiwe Newton), Bill (Jonathan Pryce) e Vick (Laurence Fishburne) – tenta desvendar como este e outros ataques terroristas podem acontecer e, consequentemente, como evitar esse tipo de situação. Porém, com o fim desastroso do episódio, o núcleo se desfaz, e, oito anos depois, Vick pede para que Henry investigue seu próprio grupo de trabalho, uma vez que novas informações indicam que dentre eles havia um traidor que fornecera informações ao núcleo terrorista na época do episódio. Por isso, Henry terá que enfrentar seu passado para encontrar a verdade, e isso significará reencontrar o amor de sua vida, Celia.

Apresentado em uma hora e quarenta de duração, o enredo de ‘Um Jantar entre Espiões’ se constrói de uma maneira exageradamente rebuscada, num excesso de flashbacks e mudanças de ponto de vista que dão uma boa cansada numa história que já não é muito interessante por si só. É como se o roteiro de Oleg Steinhauer tivesse sido copiado e colado do livro homônimo escrito por ele mesmo, sem tirar nem por. Ou seja, uma estrutura de flashback constante que funciona muito bem em narrativas escritas (por exemplo, são divididas em um novo capítulo, ou com uma tipografia diferente, deixando evidente para o leitor de se tratar de uma outra linha narrativa que não a principal) não necessariamente funciona para um roteiro (que precisa de indicações de reações emocionais dos personagens, de marcação de lugar, de figurino, etc).

É como se o filme fosse o livro gravado, e todo mundo não reage à história. Eis o problema principal na direção de Janus Metz (que dirigiu um episódio de ‘True Detective’ em 2015): não ter exigido entrega de seu elenco para uma história de suspense investigativo; portanto, temos Chris Pine e Thandiwe Newton reticentes em cena, como se estivessem desconfortáveis. Ainda que a trama tenha uma reviravolta bem interessante no fim, o caminho que o espectador percorre até alcançar a resposta é cansativo e tortuoso demais.

Para quem curte filme de espionagem, ‘Um Jantar entre Espiões’ é o último lançamento do gênero, mas não chega a ser o melhor desse tipo de filme. Gravado durante a pandemia, dá para sentir a tensão – e, consequentemente, as soluções encontradas – nas gravações em que o elenco tinha que interagir (e esse tipo de tensão não deveria passar para o espectador, não deveria ser perceptível), dando a impressão de que foi um filme prematuramente gravado, quando ninguém estava preparado para fazê-lo.

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