sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | Um Natal Cheio de Graça – Aposta Brasileira da Netflix Não Entrega o que o Título Promete

Aos poucos uma nova tradição começa a se desenhar no Natal dos brasileiros: todo fim de ano, além de diversos títulos natalinos trazidos especialmente para essa época do ano, a Netflix está lançando anualmente um filme com essa temática imerso na cultura nacional e com atores daqui. Isso tem ocorrido nos últimos anos, com filmes estrelados por Leandro Hassum em sequência (‘Tudo Bem No Natal Que Vem’ e ‘Amor Sem Medida’, sendo que este último chegou como um lançamento de fim de ano) e, neste 2022, estrelado pela mais nova estrela do humor nacional, Gkay, a plataforma apostou suas fichas em ‘Um Natal Cheio de Graça’, comédia natalina já disponível aos assinantes e que, desde sua chegada, figura entre os mais vistos no Top 10.

Carlinhos (Sérgio Malheiros) é um rapaz super ocupado que vive para o trabalho. Às vésperas do Natal, ele já tem tudo decidido: vai pedir a mão de sua namorada (Monique Alfradique) em casamento assim que chegar à casa. Só que ele não esperava era encontrá-la com outra mulher… De coração partido e confuso, ele sai correndo do prédio, mas dá de cara com a maluquete Graça (Gessica Kayane), que alega estar presa na cidade por ter perdido suas malas e, por isso, não poderá passar o Natal com sua família na Suíça. Conversa vai, conversa vem, os dois decidem por um plano: Graça fingirá ser a namorada de Carlinhos na reunião da família do rapaz durante as festas de fim de ano, de modo que, assim, ele não terá que dar muitas satisfações a todos, enquanto ela, por sua vez, terá com quem passar a data festiva. Mas os dois não esperavam que o encontro dessa família tradicional com a espevitada Graça fosse produzir marcas profundas em todos os familiares – especialmente em Graça e Carlinhos.

Em uma hora e quarenta e cinco de duração, ‘Um Natal Cheio de Graça’ é, literalmente, o cinema brasileiro tipo exportação. Ele tem um elenco nacional, que fala em português, e foi gravado no Rio, mas, tirando esses elementos, é o tipo de história que traz tantos elementos estrangeiros, que nós mesmos, brasileiros, ficamos com dificuldade de nos conectarmos com a proposta do longa. Por exemplo, na dita família rígida do protagonista, uma das “tradições de Natal” é simplesmente realizar uma partida de polo (aquele esporte de pessoas em cavalos, batendo em uma pequena bola na grama com uma espécie de bastão) – quer dizer, que família brasileira pratica polo como tradição do Natal? Outro exemplo: antes da ceia, familiares e convidados vão para o salão para dançar… valsa! Mais ainda: quando finalmente parece rolar um clima entre os protagonistas, Carlinhos vira e fala: nossa, nós paramos debaixo do visco, isso quer dizer alguma coisa… mas, cá entre nós, o que isso quer dizer aqui no Brasil? Absolutamente nada, porque esse negócio de beijar debaixo do visco faz sentido só lá no norte do planeta.

Em ‘Um Natal Cheio de Graça’ o destaque é mesmo Gessica Kayane, que faz sua farofa rolar solta no filme de Pedro Antônio Paes. Agindo com naturalidade, Gkay transborda energia e simpatia em um núcleo de personagens engessados em brigas familiares e aparências. Dona das tiradas mais engraçadas nesta comédia, a atriz transita com facilidade entre o riso e o papo sério, e sinaliza que veio para conquistar as telonas tal como outros comediantes oriundos das redes sociais anteriormente o fizeram.

Um Natal Cheio de Graça’ é uma luxuosíssima produção que conta com grandes nomes do audiovisual, de Vera Fischer a Noemia Oliveira, de Flávia Reis a Cézar Maracujá (este, em dobradinha com Gkay na Netflix). Mas, apesar do título, o filme é sem graça.

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