segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | Valeria – Uma ‘Sex and the City’ Espanhola e Empoderada

YouTube video

Quatro melhores amigas costumam se falar e se encontrar com frequência para desabafar sobre todas as questões de suas vidas, incluindo amores, corações partidos, desejos e desafios da carreira. Não, não estamos falando da famosa ‘Sex and the City’, mas sim de ‘Valeria’, nova série espanhola disponível na grade da Netflix.



A Valeria (Diana Gómez) que dá nome à série é uma jovem mulher de vinte e sete anos casada com Adrián (Ibrahim Al Shami J.) e é uma escritora em ascensão, com um pré-contrato para publicar seu primeiro livro, mas que está tendo um bloqueio criativo e não consegue escrever sobre nada. Mais ainda, Valeria está certa de que está vivendo a síndrome do impostor, que consiste no medo de se descobrir incapaz ou de não ser tão inteligente para fazer algo. Em plena crise, ela conta com o apoio de suas melhores amigas, Carmen (Paula Malia), Lola (Silma López) e Nerea (Teresa Riott), que também têm conflitos em suas vidas pessoais.

Centrado na vida dessas quatro personagens, o grande diferencial para a série estadunidense é que ‘Valeria’ é bastante empoderada, e as personagens realmente correm atrás daquilo que acreditam serem certo para si. É fácil entender isso quando vemos que a ficha técnica da série é majoritariamente composta por mulheres: o conceito foi criado por María López Castaño; escrita por ela e por Elísabet Benavent, Aurora Garcià, Fernanda Eguiarte e Almudena Ocaña; dirigido por Inma Torrente e Nely Reguera; e baseado nos livros de Elísabet Benavent (que aparece no primeiro episódio, na cafeteria, de cabelo azul). Uma equipe cujas funções principais são ocupadas por mulheres faz a diferença na hora de contar uma história sobre mulheres.

Assista também:
YouTube video


O roteiro dos oito episódios com média de quarenta minutos cada faz um bom balanço entre os conflitos da protagonista e das outras três personagens principais, intercalando-os de maneira a jogar a devida proporção de luz em cada uma delas e apresentá-las ao espectador. Os destaques recaem para a vida de Lola, uma mulher totalmente independente, inclusive nos seus relacionamentos sem apego sentimental; e em Nerea, uma advogada bem-sucedida e lésbica que está buscando coragem para assumir sua identidade sexual e encontrar uma mulher com quem se relacionar. Daí ‘Valéria’ ter classificação etária 18 anos: por contar com algumas cenas de sexo um pouco mais evidentes, incluindo entre mulheres.

Extremamente colorido em suas locações, ‘Valeria’ é uma série fácil de assistir e que diverte e instrui na medida certa. Só talvez pudesse focar um pouquinho mais em outros temas que não fosse apenas os percalços de um relacionamento amoroso, pois essa primeira temporada teve basicamente apenas esse tema central – incluindo a escritura do tal livro pela protagonista. Ainda assim, é um bom entretenimento para se sentir perto das amigas nessa época de reclusão social.

YouTube video

Mais notícias...

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Crítica | Valeria – Uma ‘Sex and the City’ Espanhola e Empoderada

Quatro melhores amigas costumam se falar e se encontrar com frequência para desabafar sobre todas as questões de suas vidas, incluindo amores, corações partidos, desejos e desafios da carreira. Não, não estamos falando da famosa ‘Sex and the City’, mas sim de ‘Valeria’, nova série espanhola disponível na grade da Netflix.

A Valeria (Diana Gómez) que dá nome à série é uma jovem mulher de vinte e sete anos casada com Adrián (Ibrahim Al Shami J.) e é uma escritora em ascensão, com um pré-contrato para publicar seu primeiro livro, mas que está tendo um bloqueio criativo e não consegue escrever sobre nada. Mais ainda, Valeria está certa de que está vivendo a síndrome do impostor, que consiste no medo de se descobrir incapaz ou de não ser tão inteligente para fazer algo. Em plena crise, ela conta com o apoio de suas melhores amigas, Carmen (Paula Malia), Lola (Silma López) e Nerea (Teresa Riott), que também têm conflitos em suas vidas pessoais.

Centrado na vida dessas quatro personagens, o grande diferencial para a série estadunidense é que ‘Valeria’ é bastante empoderada, e as personagens realmente correm atrás daquilo que acreditam serem certo para si. É fácil entender isso quando vemos que a ficha técnica da série é majoritariamente composta por mulheres: o conceito foi criado por María López Castaño; escrita por ela e por Elísabet Benavent, Aurora Garcià, Fernanda Eguiarte e Almudena Ocaña; dirigido por Inma Torrente e Nely Reguera; e baseado nos livros de Elísabet Benavent (que aparece no primeiro episódio, na cafeteria, de cabelo azul). Uma equipe cujas funções principais são ocupadas por mulheres faz a diferença na hora de contar uma história sobre mulheres.

O roteiro dos oito episódios com média de quarenta minutos cada faz um bom balanço entre os conflitos da protagonista e das outras três personagens principais, intercalando-os de maneira a jogar a devida proporção de luz em cada uma delas e apresentá-las ao espectador. Os destaques recaem para a vida de Lola, uma mulher totalmente independente, inclusive nos seus relacionamentos sem apego sentimental; e em Nerea, uma advogada bem-sucedida e lésbica que está buscando coragem para assumir sua identidade sexual e encontrar uma mulher com quem se relacionar. Daí ‘Valéria’ ter classificação etária 18 anos: por contar com algumas cenas de sexo um pouco mais evidentes, incluindo entre mulheres.

Extremamente colorido em suas locações, ‘Valeria’ é uma série fácil de assistir e que diverte e instrui na medida certa. Só talvez pudesse focar um pouquinho mais em outros temas que não fosse apenas os percalços de um relacionamento amoroso, pois essa primeira temporada teve basicamente apenas esse tema central – incluindo a escritura do tal livro pela protagonista. Ainda assim, é um bom entretenimento para se sentir perto das amigas nessa época de reclusão social.

YouTube video
Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS