sexta-feira , 15 novembro , 2024

Crítica | Violette

Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. Em seu quinto longa-metragem, o cineasta francês Martin Provost resolve contar uma história real, forte e cheia de detalhes que impactaram o modo de pensar francês durante todo o século passado. Com um grande desfile de astros da literatura e filosofia, um roteiro primoroso e a dupla Emmanuelle Devos e Sandrine Kiberlain inspiradas, Violette se transforma ao longo dos 139 minutos de fita um retrato contundente sobre uma figura ímpar em uma sociedade careta que recebe um tapa em cada linha de seus polêmicos textos.

Na história, roteirizada pelo próprio diretor, conhecemos mais profundamente a vida da escritora Violette Leduc, uma mulher guerreira que encontrou a salvação através da escrita. Sua amizade e sua paixão por Simone de Beauvoir também é meticulosamente bem mostrada. Se sentindo em um deserto que monologa, desafiando o convencional da época, quebrando tabus, sendo admirada por ilustres escritores do século XX, a protagonista é muito poderosa. Emmanuelle Devos embute uma energia vigorosa que é fundamental para que tenhamos empatia por Violette. Uma grande atuação dessa excelente atriz, talvez, pouco conhecida aqui no Brasil.

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Ao longo da ótima trama, vemos um despertar da sexualidade, uma liberdade profunda em expressar e sentir suas emoções. As asfixias da vida geram uma força em Violette para que a mesma escreva sobre sua ardente e sofrida vida. Na verdade, Violette se punia a cada passo sem êxito, a cada chance desperdiçada, chegava ao limite da razão e emoção facilmente, fruto de sua vida sofrida e os traumas do passado que sempre voltavam como fantasmas sem solução. Sua amizade com Beauvoir ajuda a encontrar o caminho e a ganhar um pouco de razão em busca de seu destino.

O roteiro concentra-se no período pós-segunda guerra até o lançamento de seu famoso livro, A Bastarda, em meados da década de 60. Assim, contornamos uma sociedade francesa que se remodela após uma das grandes tragédias mundiais. O sofrimento de Violette é um pouco o reflexo de uma sociedade que precisa lutar por sua existência, nesse ponto Violette absorve uma obsessão pela escrita, sonhando que o escrever lhe trará tudo que a vida lhe tirou.

Depressiva, pobre, despretensiosa de grande beleza, Violette é um personagem fascinante que nas telonas do cinema transbordará emoções a cada instante. Não percam esta bela fita francesa.

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Na história, roteirizada pelo próprio diretor, conhecemos mais profundamente a vida da escritora Violette Leduc, uma mulher guerreira que encontrou a salvação através da escrita. Sua amizade e sua paixão por Simone de Beauvoir também é meticulosamente bem mostrada. Se sentindo em um deserto que monologa, desafiando o convencional da época, quebrando tabus, sendo admirada por ilustres escritores do século XX, a protagonista é muito poderosa. Emmanuelle Devos embute uma energia vigorosa que é fundamental para que tenhamos empatia por Violette. Uma grande atuação dessa excelente atriz, talvez, pouco conhecida aqui no Brasil.

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Ao longo da ótima trama, vemos um despertar da sexualidade, uma liberdade profunda em expressar e sentir suas emoções. As asfixias da vida geram uma força em Violette para que a mesma escreva sobre sua ardente e sofrida vida. Na verdade, Violette se punia a cada passo sem êxito, a cada chance desperdiçada, chegava ao limite da razão e emoção facilmente, fruto de sua vida sofrida e os traumas do passado que sempre voltavam como fantasmas sem solução. Sua amizade com Beauvoir ajuda a encontrar o caminho e a ganhar um pouco de razão em busca de seu destino.

O roteiro concentra-se no período pós-segunda guerra até o lançamento de seu famoso livro, A Bastarda, em meados da década de 60. Assim, contornamos uma sociedade francesa que se remodela após uma das grandes tragédias mundiais. O sofrimento de Violette é um pouco o reflexo de uma sociedade que precisa lutar por sua existência, nesse ponto Violette absorve uma obsessão pela escrita, sonhando que o escrever lhe trará tudo que a vida lhe tirou.

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