terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | Você Nem Imagina – Um Sensível Olhar Sobre Amor e Amizade na Adolescência

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Você Nem Imagina’ é desses filmes que nem parece, mas, quando você se dá conta, percebe que ele atropelou seus sentimentos e você nem percebeu. Superficialmente, a trama pode parecer clichê, mas, confie: este filme traz algo mais.

Na pequena cidade estadounidense de Squahamish (local fictício), a jovem Ellie Chu (Leah Lewis, que entrega uma atuação bastante convincente, semelhante à de Daphne Bozaski com sua Benê em ‘Malhação: Viva a Diferença’) tenta sobreviver ao bullying e ao Ensino Médio da maneira como pode: enquanto a maioria dos jovens se aliena em fofocas e jogos de futebol americano, ela enfia a cara nos estudos e ganha dinheiro fazendo as redações dos colegas. Um dia, ela é surpreendida pelo pedido inusitado de Paul Munsky (Daniel Diemer), que está apaixonado pela bela Aster Flores (Alexxis Lemire) e precisa que Ellie o ajude a escrever uma carta para ela. O resto vocês conseguem adivinhar mais ou menos o que pode acontecer, e, nem por isso o filme deixará de te surpreender.

Escrito e dirigido por Alice Wu, esse olhar feminino sobre a história – mais ainda: o olhar de uma mulher descendente de chineses – traz uma sensibilidade bastante palpável às relações interpessoais dos personagens. As dificuldades e inquietudes que atravessam Ellie Chu são reais, e essa realidade não é impecável como na maioria dos filmes adolescentes; a construção das amizades (primeiramente, à base de interesse) evolui naturalmente, sem clichês e sem forçação de barra, e aponta o quanto os jovens podem descobrir pessoas muito legais dentro da própria escola se ao menos eles se derem a chance de se permitirem conhecer outras pessoas e se deixarem conhecer por elas.

Não bastasse o tema relevante e os personagens cativantes e comuns, o longa traz uma bela fotografia e citações literárias que conduzem as uma hora e quarenta e cinco minutos de filme, passeando entre Platão, Oscar Wilde, Sartre, entre outros. Prestem atenção nessas citações, pois elas vão evoluindo junto com seus personagens e dão o sinal para o que está por vir no longa.

O marketing de ‘Você Nem Imagina’ o cataloga como romance LGTBQI+, porém, o filme não se engessa nesse rótulo. Embora a temática esteja ali, acima de tudo ‘Você Nem Imagina’ é um filme sensível sobre a descoberta do primeiro amor e sobre cativar amizades, independentemente de orientação sexual. Através de seus personagens, o espectador descobre que o amor é um sentimento igual para todos, e que ele nos move em todas as decisões de nossas vidas o tempo todo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Escrito e dirigido por Alice Wu, esse olhar feminino sobre a história – mais ainda: o olhar de uma mulher descendente de chineses – traz uma sensibilidade bastante palpável às relações interpessoais dos personagens. As dificuldades e inquietudes que atravessam Ellie Chu são reais, e essa realidade não é impecável como na maioria dos filmes adolescentes; a construção das amizades (primeiramente, à base de interesse) evolui naturalmente, sem clichês e sem forçação de barra, e aponta o quanto os jovens podem descobrir pessoas muito legais dentro da própria escola se ao menos eles se derem a chance de se permitirem conhecer outras pessoas e se deixarem conhecer por elas.

Não bastasse o tema relevante e os personagens cativantes e comuns, o longa traz uma bela fotografia e citações literárias que conduzem as uma hora e quarenta e cinco minutos de filme, passeando entre Platão, Oscar Wilde, Sartre, entre outros. Prestem atenção nessas citações, pois elas vão evoluindo junto com seus personagens e dão o sinal para o que está por vir no longa.

O marketing de ‘Você Nem Imagina’ o cataloga como romance LGTBQI+, porém, o filme não se engessa nesse rótulo. Embora a temática esteja ali, acima de tudo ‘Você Nem Imagina’ é um filme sensível sobre a descoberta do primeiro amor e sobre cativar amizades, independentemente de orientação sexual. Através de seus personagens, o espectador descobre que o amor é um sentimento igual para todos, e que ele nos move em todas as decisões de nossas vidas o tempo todo.

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