quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Wolfwalkers – Animação Indicada ao Globo de Ouro é uma Bela Fábula Irlandesa

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A entrega do Globo de Ouro aconteceu na noite de ontem, e o prêmio de melhor animação foi para ‘Soul’, da Pixar. Embora isso não seja exatamente uma surpresa, a novidade na lista de indicados era a produção irlandesa ‘Wolfwalkers’, que chegou à Apple TV+ do Brasil em dezembro e alcançou a lista de finalistas da premiação. E com razão: é a coisa mais fofinha desse segmento dos últimos tempos.



Em um vilarejo isolado da Irlanda, pai – sr. Goodfellowe (Sean Bean) –, e filha – Robyn (Honor Kneafsey) – tentam se adaptar às rígidas regras de Lord Protector (Simon McBurney), o chefão local que manda e desmanda, cujo objetivo é eliminar todos os lobos da floresta. Para tal, contrata o sr. Goodfellowe, um exímio caçador. Sendo filha de quem é, Robyn não aceita ficar em casa cuidando das tarefas domésticas: quer ir com o pai ajudar a caçar as grandes feras que ameaçam a paz da cidadela. Certo dia, a menina consegue escapar e acaba se embrenhando pela floresta, onde conhece Mebh (Eva Whittaker), uma ‘Wolfwalker’, uma criatura mágica que anda com os lobos e está disposta a tudo para proteger a floresta e sua mãe (Maria Doyle Kennedy), que também é uma ‘Wolfwalker’.

A história criada e dirigida pela dupla Tomm Moore e Ross Stewart é extremamente fofa e resgata o tom fabuloso das clássicas histórias infantis que se tornaram tão populares mundialmente, como as dos Irmãos Grimm ou dos primeiros filmes da Disney. Há elementos, inclusive, semelhantes aos recentes sucessos ‘Valente’ e ‘Os Croods’. Isso se espelha muito na estética da produção, que retoma a técnica 2D de desenho animado, misturando a pintura em aquarela e a utilização de traços fluidos para fomentar a geração de movimento dos animais e personagens.

Will Collins assina o roteiro que parte de uma história de um universo particular britânico para abranger o mundo – e, possivelmente, este pode ter sido o quesito que pesou desfavorável na eleição do vencedor do Globo de Ouro: ao contrário de ‘Soul’, que abrange uma temática universal, ‘Wolfwalkers’ joga luz em uma lenda da cultura irlandesa e a imposição bélico-cristã inglesa na região, para, numa camada mais profunda, propor uma reflexão sobre quanto que essas investidas de colonização e de invasão nos séculos passados tentaram a todo custo destruir os povos originários, as fontes naturais e as crenças em outros formatos que não aquele imposto pela Igreja Católica.

Wolfwalkers’ se camufla na amizade de duas meninas lindinhas cujas liberdades são privadas pelos homens no poder. Assim, o espectador se prende mais às brincadeiras por elas travadas e a magia antropomorfa por trás dos lobos do que no real dilema do longa. Com um traço clássico de ilustração gráfica, cores outonais e personagens carismáticos, ‘Wolfwalkers’ transporta o espectador às clássicas histórias de ninar, aos livros ilustrados de nossa infância e à magia do sonho. Um belo filme para crianças e adultos.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Em um vilarejo isolado da Irlanda, pai – sr. Goodfellowe (Sean Bean) –, e filha – Robyn (Honor Kneafsey) – tentam se adaptar às rígidas regras de Lord Protector (Simon McBurney), o chefão local que manda e desmanda, cujo objetivo é eliminar todos os lobos da floresta. Para tal, contrata o sr. Goodfellowe, um exímio caçador. Sendo filha de quem é, Robyn não aceita ficar em casa cuidando das tarefas domésticas: quer ir com o pai ajudar a caçar as grandes feras que ameaçam a paz da cidadela. Certo dia, a menina consegue escapar e acaba se embrenhando pela floresta, onde conhece Mebh (Eva Whittaker), uma ‘Wolfwalker’, uma criatura mágica que anda com os lobos e está disposta a tudo para proteger a floresta e sua mãe (Maria Doyle Kennedy), que também é uma ‘Wolfwalker’.

A história criada e dirigida pela dupla Tomm Moore e Ross Stewart é extremamente fofa e resgata o tom fabuloso das clássicas histórias infantis que se tornaram tão populares mundialmente, como as dos Irmãos Grimm ou dos primeiros filmes da Disney. Há elementos, inclusive, semelhantes aos recentes sucessos ‘Valente’ e ‘Os Croods’. Isso se espelha muito na estética da produção, que retoma a técnica 2D de desenho animado, misturando a pintura em aquarela e a utilização de traços fluidos para fomentar a geração de movimento dos animais e personagens.

Will Collins assina o roteiro que parte de uma história de um universo particular britânico para abranger o mundo – e, possivelmente, este pode ter sido o quesito que pesou desfavorável na eleição do vencedor do Globo de Ouro: ao contrário de ‘Soul’, que abrange uma temática universal, ‘Wolfwalkers’ joga luz em uma lenda da cultura irlandesa e a imposição bélico-cristã inglesa na região, para, numa camada mais profunda, propor uma reflexão sobre quanto que essas investidas de colonização e de invasão nos séculos passados tentaram a todo custo destruir os povos originários, as fontes naturais e as crenças em outros formatos que não aquele imposto pela Igreja Católica.

Wolfwalkers’ se camufla na amizade de duas meninas lindinhas cujas liberdades são privadas pelos homens no poder. Assim, o espectador se prende mais às brincadeiras por elas travadas e a magia antropomorfa por trás dos lobos do que no real dilema do longa. Com um traço clássico de ilustração gráfica, cores outonais e personagens carismáticos, ‘Wolfwalkers’ transporta o espectador às clássicas histórias de ninar, aos livros ilustrados de nossa infância e à magia do sonho. Um belo filme para crianças e adultos.

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