quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica: “Homem de Ferro 3”, por Renato Marafon

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Com a estreia de ‘Homem de Ferro’ em 2008, a Marvel Studios conquistou os críticos e o público, dando início à produção de seus próprios filmes de super-heróis com qualidade de roteiro e muita ação, como ‘Thor’ e ‘Capitão América – O Primeiro Vingador’, culminando no perfeito ‘Os Vingadores’.

Foi na sequência de ‘Homem de Ferro’, porém, que o estúdio realizou seu primeiro deslize: pecando pelo excesso, a sequência tentou agradar adicionando mais personagens e subtramas que deveria.



Homem de Ferro 3’ chega aos cinemas com o peso de manter o Universo da Marvel na ativa, iniciando a Fase 2 dos Vingadores. Apesar de ser levemente superior ao segundo filme, a produção peca justamente no mesmo aspecto: o excesso.

O roteiro adiciona várias armaduras novas (provavelmente para ganhar dinheiro com venda de brinquedos), personagens e subtramas, que acabam dividindo o enredo em três atos totalmente distintos, fazendo com que os espectadores se percam em meio a tantas histórias paralelas e informações. O problema maior está nos vilões: pessoas com DNA geneticamente alterado pela tecnologia Extremis que explodem e cospem fogo. A transição para as telas não consegue convencer, deixando tudo cartunesco e totalmente irreal.

Shane Black, que já havia dirigido Robert Downey Jr. em ‘Beijos e Tiros’, assume o lugar deixado por Jon Favreu. Em parceria com Drew PearceBlack também assina o roteiro da produção, baseado na série Extremis, dos quadrinhos de Warren Ellis Adi Granov. Apesar de não ter o talento de Favreu, Black não decepciona.

A história começa com um flashback explicando como era o comportamento de Tony Stark anos atrás. Em narração off, ele volta para os dias de hoje, quando vê seu mundo pessoal destruído pelas mãos de um inimigo oculto. Ainda afetado pelos eventos de ‘Os Vingadores’, Stark tem que combater crises de ansiedade enquanto embarca em uma jornada para encontrar os responsáveis pela destruição de sua casa e de um atendado à vida de seu amigo Happy Hogan. Pressionado, Stark tem que sobreviver lançando mão de seus próprios dispositivos, contando com sua engenhosidade e instintos para proteger aqueles que lhe são mais próximos.

Robert Downey Jr. é a personificação perfeita do personagem, novamente o grande ponto positivo. Ele é Tony Stark! Sua interpretação está melhor que os dois filmes anteriores, com um senso de humor indescritível e piadas inteligentes. Os melhores momentos são os que Tony Stark parte em sua jornada pessoal, permitindo aDowney Jr. trabalhar o personagem de maneira brilhante. A química do ator com o ótimo Ty Simpkin, que interpreta o garotinho Harley, é fantástica. Gwyneth Paltrowganha maior destaque para trabalhar sua Pepper Potts, tendo maior importância para a trama.

Ben Kingsley está ótimo no papel do Mandarim, mas ao contrário do que os produtores afirmaram em entrevistas, sua performance não é assustadora, e sim o alívio cômico – o que deve deixar os fãs dos quadrinhos bastante decepcionados. Guy Pearce Rebecca Hall, novas adições no elenco, convencem em seus papeis.

Voltando apenas como ator e produtor, Jon Favreau teve mais tempo para se dedicar ao seu Happy Hogan, sendo responsável por alguns dos melhores e mais engraçados momentos do filme, mesmo tendo pouco tempo em tela.

Enquanto os personagens são bem trabalhados, a trama peca ao não conseguir unir todas as histórias paralelas de uma maneira convincente. Quando se faz necessário o uso de flashbacks e narração em off para contar uma história nos cinemas, algo está errado. E é justamente aí que o enredo se perde. Correndo para condensar a história da tecnologia Extremis e do Mandarim, o roteiro deixa furos e pontas soltas, que acaba deixando as motivações do vilão extremamente rasas e superficiais.

Como entretenimento puro, ‘Homem de Ferro 3’ entrega um dos grandes blockbusters do ano. Porém, não consegue fazer jus ao primeiro filme e ao legado que ‘Os Vingadores’ deixaram no cinema, se tornando uma ponta solta no Universo que a Marvel trabalha brilhantemente para criar.

E não perca tempo com o 3D convertido, totalmente desnecessário e caça-níqueis.

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Foi na sequência de ‘Homem de Ferro’, porém, que o estúdio realizou seu primeiro deslize: pecando pelo excesso, a sequência tentou agradar adicionando mais personagens e subtramas que deveria.

Homem de Ferro 3’ chega aos cinemas com o peso de manter o Universo da Marvel na ativa, iniciando a Fase 2 dos Vingadores. Apesar de ser levemente superior ao segundo filme, a produção peca justamente no mesmo aspecto: o excesso.

O roteiro adiciona várias armaduras novas (provavelmente para ganhar dinheiro com venda de brinquedos), personagens e subtramas, que acabam dividindo o enredo em três atos totalmente distintos, fazendo com que os espectadores se percam em meio a tantas histórias paralelas e informações. O problema maior está nos vilões: pessoas com DNA geneticamente alterado pela tecnologia Extremis que explodem e cospem fogo. A transição para as telas não consegue convencer, deixando tudo cartunesco e totalmente irreal.

Shane Black, que já havia dirigido Robert Downey Jr. em ‘Beijos e Tiros’, assume o lugar deixado por Jon Favreu. Em parceria com Drew PearceBlack também assina o roteiro da produção, baseado na série Extremis, dos quadrinhos de Warren Ellis Adi Granov. Apesar de não ter o talento de Favreu, Black não decepciona.

A história começa com um flashback explicando como era o comportamento de Tony Stark anos atrás. Em narração off, ele volta para os dias de hoje, quando vê seu mundo pessoal destruído pelas mãos de um inimigo oculto. Ainda afetado pelos eventos de ‘Os Vingadores’, Stark tem que combater crises de ansiedade enquanto embarca em uma jornada para encontrar os responsáveis pela destruição de sua casa e de um atendado à vida de seu amigo Happy Hogan. Pressionado, Stark tem que sobreviver lançando mão de seus próprios dispositivos, contando com sua engenhosidade e instintos para proteger aqueles que lhe são mais próximos.

Robert Downey Jr. é a personificação perfeita do personagem, novamente o grande ponto positivo. Ele é Tony Stark! Sua interpretação está melhor que os dois filmes anteriores, com um senso de humor indescritível e piadas inteligentes. Os melhores momentos são os que Tony Stark parte em sua jornada pessoal, permitindo aDowney Jr. trabalhar o personagem de maneira brilhante. A química do ator com o ótimo Ty Simpkin, que interpreta o garotinho Harley, é fantástica. Gwyneth Paltrowganha maior destaque para trabalhar sua Pepper Potts, tendo maior importância para a trama.

Ben Kingsley está ótimo no papel do Mandarim, mas ao contrário do que os produtores afirmaram em entrevistas, sua performance não é assustadora, e sim o alívio cômico – o que deve deixar os fãs dos quadrinhos bastante decepcionados. Guy Pearce Rebecca Hall, novas adições no elenco, convencem em seus papeis.

Voltando apenas como ator e produtor, Jon Favreau teve mais tempo para se dedicar ao seu Happy Hogan, sendo responsável por alguns dos melhores e mais engraçados momentos do filme, mesmo tendo pouco tempo em tela.

Enquanto os personagens são bem trabalhados, a trama peca ao não conseguir unir todas as histórias paralelas de uma maneira convincente. Quando se faz necessário o uso de flashbacks e narração em off para contar uma história nos cinemas, algo está errado. E é justamente aí que o enredo se perde. Correndo para condensar a história da tecnologia Extremis e do Mandarim, o roteiro deixa furos e pontas soltas, que acaba deixando as motivações do vilão extremamente rasas e superficiais.

Como entretenimento puro, ‘Homem de Ferro 3’ entrega um dos grandes blockbusters do ano. Porém, não consegue fazer jus ao primeiro filme e ao legado que ‘Os Vingadores’ deixaram no cinema, se tornando uma ponta solta no Universo que a Marvel trabalha brilhantemente para criar.

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