sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica: “A Morte do Demônio”, por Renato Marafon

 

Nos últimos anos, o lado comercial tomou conta de Hollywood: Filmes começaram a ser feitos apenas para arrecadarem dinheiro, o que forçava os estúdios a remover cenas fortes para baixar a censura e não perder público.

O CGI (computação gráfica) se apossou dos estúdios, que começaram a criar quase todas as cenas com chroma-key e efeitos visuais, tornando algumas produções visualmente sofríveis.

O gênero que mais perdeu com essa nova era foi o terror: o sangre começou a ser criado em CGI e/ou cortado das produções, para que a censura permitisse menores desacompanhados irem aos cinemas, gerando mais lucro.

Foi o fim da era gore, daqueles filmes extremamente violentos e sangrentos, que deixaram muitos fãs órfãos. ‘A Morte do Demônio‘ chega para quebrar esse tabu: violento, sangrento, nojento, pesado. Uma verdadeira homenagem ao filme original e aos clássicos do terror.

O roteiro toma liberdades criativas e alterações gritantes na trama original, para justificar os 50 mil galões de sangue falso usados pelo diretor Fede Alvarez, e criar um suspense maior para aqueles que assistiram ao filme original. As alterações devem agradar até mesmo os fãs, pois deixam a nova versão muito mais violenta e sanguinária – porém, mais visual e menos suspense.

Nos EUA, o filme recebeu a alta classificação Rated R, que significa que menores de 17 anos só podem assistir ao filme acompanhados dos pais ou de algum responsável. A censura é explicada: decapitações, mutilação, linguagem chula, banho de sangue… Tudo está ali.

Não deixe de assistir:

Após ficarem presos em uma afastada cabana, cinco amigos de 20 e poucos anos encontram o Livro dos Mortos, e sem saber dos perigos presentes, conjuram demônios adormecidos que vivem na floresta. Os demônios começam a possuir jovem por jovem, deixando apenas um para lutar pela sobrevivência.

O semi-desconhecido diretor uruguaio Federico Alvarez conquista o público ao preferir chocar a plateia, mesmo que isso causasse uma demanda menor de público. É um filme para pessoas fortes e apreciadoras do gênero terror.

Alvarez não quis usar efeitos em computação gráfica no filme. Tudo é explicito, e extremamente realista. Foram longos 70 dias de filmagens, com truques de mágica e ilusionismo para deixar as cenas mais próximas possíveis da realidade.

O elenco também demonstra um grande talento, com destaque para a nova protagonista, interpretada pela ótima Jane Levy (da série ‘Suburgatory’). Shiloh Fernandez (‘A Garota da Capa Vermelha’), Lou Taylor Pucci (‘Vírus’) e Jessica Lucas (‘Cloverfield – Monstro’) também se destacam, deixando apenas Elizabeth Blackmore (da série ‘Legend of the Seeker’) como o elo fraco em termos de atuação.
No roteiro, podemos ver o dedo de Diablo Cody (‘Juno’, ‘Garota Infernal’): falas irreverentes, uma protagonista falha e viciada em cocaína e alguns momentos bastante irônicos, porém não engraçados (positivamente falando).

Os fãs do original sentirão falta de algumas coisas, como a risada diabólica da garota possuída durante quase todo o filme, a interação dos jovens, o balanço se movendo sozinho… mas as novidades na trama consegue subverter a atenção para as novas viradas do enredo – e não são poucas.

A Morte do Demônio‘ chega para quebrar esse paradigma contra os filmes de terror, fazendo sucesso nas bilheterias norte-americanas (fez ótimos US$ 25,7 milhões em sua estreia) e agradando aos críticos – que geralmente torcem o nariz para filmes do gênero. E o melhor: é um filme chocante, que vai agradar aos ávidos pelo verdadeiro gênero terror, além dos fãs do clássico de Sam Raimi.

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