Novo filme de Eastwood evoca seu passado com o famoso gênero
O lançamento de Cry Macho, novo filme de Clint Eastwood, revisita de alguma forma o tipo de personagem que mais marcou a carreira do veterano: o cowboy destemido. Ainda que o filme não seja um western no sentido tradicional (incluindo a ambientação do oeste norte-americano do século XIX) é perceptível o espírito do gênero ronda a obra.
Com isso em mente, nenhum nome caminha mais alinhado com o gênero do western do que Clint Eastwood, que durante os anos 60 consolidou sua carreira em Hollywood ao estrelar os filmes dirigidos por Sergio Leone. Mesmo que o faroeste seja um dos gêneros mais antigos do cinema norte-americano, sua popularidade atingiu o ápice no período em que Leone e Eastwood estiveram na vanguarda. Tendo isso em mente seguem cinco ótimos exemplares do tipo.
5) O Grande Roubo do Trem
Um dos exemplares mais antigos do western, a obra foi lançada em 1903 e adaptou um roubo famoso ocorrido em 1900. Não pense, porém, que o fato dele ser um exemplar do começo do cinema foi um limitador, muito pelo contrário. A obra de Edwin S. Porter (diretor com mais de trezentas obras no currículo) trouxe várias inovações para o meio.
Gravações em locações reais, o fim da câmera estática e a implementação da montagem em paralelo foram algumas das novidades técnicas apresentadas pela obra anos antes de filmes como Nascimento de uma Nação e das produções de Chaplin.
Por muito tempo as histórias de Quentin Tarantino tinham uma forte identificação com o ambiente urbano e contemporâneo, não raramente tendo muito do humor da sua violência girando ao redor de que a sociedade moderna torna a violência em algo pop. Foi com Django Livre que ele fez a primeira incursão no western no qual apresenta uma jornada clássica de herói.
Entretanto, em Os Oito Odiados, lançado logo em seguida, Tarantino conseguiu algo além ao manter um variado elenco de personagens confinados em um único ambiente à medida que novos conflitos vão surgindo entre eles. A obra foge a tradição do genero de mostrar amplas planícies e tiroteios, apresentando exatamente o oposto.
Assim como o mencionado diretor, os Irmãos Coen tiveram uma nos anos 90 ao apresentar histórias com diálogos envolventes ambientadas em núcleos urbanos contemporâneos. Eventualmente eles abandonaram a zona de conforto ao abraçar um remake do filme homônimo de 1969, este sendo a respeito de uma jovem que contrata um velho xerife para levar à justiça os homens que assassinaram seu pai.
Ambos os projetos são baseados, por sua vez, no romance assinado por Charles Portis em 1968. O grande diferencial de Bravura Indômita seja, talvez, o senso de dever que seu cowboy tradicional (o persongem de Jeff Bridges) em relação ao trabalho que recebe; ele não aceita de imediato e nem vai implacavelmente atrás dos alvos, mas reluta e tenta convencer a jovem a não seguir por esse caminho resultando em uma humanização interessante desse arquétipo.
2) O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
Considerado o último grande western, lançado em 2007, a trama traz a traição que levou à morte do famoso ladrão Jesse James pelas mãos de seu colega de gangue Robert Ford. Evidente que o diretor Andrew Dominik prepara o cenário para a traição de Ford, não entregando nada gratuito.
Ocorre um trabalho parecido, nesse sentido, com a traição em Bonnie & Clyde: Uma rajada de balas que também envolve uma traição de um membro de gangue mas ela é construída ao redor do personagem e para o público ao longo da exibição.
Um dos grandes exemplares de Leone, a produção compõe a famosa Trilogia dos Dólares em que Eastwood dá vida ao pistoleiro sem nome que precisa lidar com outros indivíduos de caráter duvidoso que disputam o controle sobre uma pequena cidade no México. Vale mencionar que a obra é inspirada por Yojimbo de Akira Kurosawa que trata de uma disputa de poder semelhante no Japão feudal