Há seis anos, o aclamado drama lésbico ‘Carol’ finalmente chegava aos cinemas brasileiros. Considerado por inúmeros especialistas como um dos melhores longas-metragens LGBTQIA+ de todos os tempos, a produção trouxe Todd Haynes na cadeira de direção e se tornou um dos favoritos à temporada de premiações da época – apesar de ter sido totalmente esnobado.
A trama é ambientada em Nova York no início da décad ade 1950 e acompanha Therese Belivet (Rooney Mara), uma jovem que trabalha em uma loja de departamentos de Manhattan e sonha com uma vida mais gratificante quando conhece Carol Aird (Cate Blanchett), uma mulher sedutora presa em um casamento fracassado. Já no primeiro encontro ambas sentem uma atração imediata e ardente, seguida de um sentimento mais profundo. Quando o envolvimento de Carol com Therese vem à tona, o marido de Carol a afronta, desafiando sua competência como uma mãe. Carol e Therese se refugiam na estrada, deixando para trás suas respectivas vidas, logo se vêem encurraladas entre as convenções e a atração mútua.
Ovacionado pela crítica nacional e internacional, o filme, baseado no romance ‘O Preço do Sal’ de Patricia Highsmith, conquistou seis indicações ao Oscar e nove ao BAFTA, além de ter arrecadado mais de US$42 milhões nas bilheterias mundiais contra um orçamento de apenas US$11 milhões.
Para celebrar seu recente aniversário em solo brasileiro, o CinePOP preparou uma lista com algumas curiosidades de bastidores, que você pode conferir abaixo:
- Apesar de Blanchett e Mara não terem sido requisitadas a estar do outro lado da linha enquanto falavam ao telefone, elas se ofereceram para fazer isso para se ajudarem. Dessa forma, toda vez que Carol e Therese falam no telefone, as atrizes estão realmente conversando uma com a outra.
- Mara era fã de Blanchett desde os treze anos de idade e descreveu a experiência de trabalhar com ela como um “sonho se tornando realidade”.
- O filme foi rodado em Super 16mm para ressoar semelhante à atmosfera e ao visual dos filmes fotográficos do final dos anos 1940 e começo dos anos 1950. A fotografia foi inspirada no trabalho fotojornalístico de Vivian Maier, Ruth Orkin, Helen Levitt e Esther Bubley.
- Durante a temporada de premiações, a campanha para faturar indicações a Mara causou controvérsia, em virtude do estúdio resolver colocá-la para eligibilidade nas categorias de atriz coadjuvante. Mara tem 71 minutos de tela (60% do total do filme), enquanto Blanchett, indicada nas categorias de melhor atriz, tem 65 minutos (54% do total).
- Mara recebeu a oferta do papel de Therese depois de terminar as gravações de ‘Millenium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres’, mas não aceitou em virtude de exuastão. Mia Wasikowska, então, foi contratada, mas abandonou o projeto para estrelar o suspense ‘A Colina Escarlate’. Mara voltou ao elenco em 2013, quando Haynes entrou como diretor.
- O longa recebeu uma ovação em pé durante dez minutos no Festival de Cannes, em 2015.
- Em março de 2016, em uma entrevista com Terry Gross, Sarah Paulson (intérprete de Abby Gerhard), revelou que seu papel era “muito mais integral” no roteiro original, mas que, para sua tristeza, boa parte das cenas em que aparecia foi cortada.
- Phyllis Nagy, que, quando foi considerada para assinar o roteiro, trabalhava na residência do Teatro Royal Court, em Londres, escreveu o primeiro rascunho da adaptação em 1996. Ela passou quase duas décadas como uma constante presença para manter o projeto vivo, mesmo em meio a problemas financeiros.
- Nagy era amiga próxima de Highsmith, autora do romance original.
- A personagem de Carol Aird foi inspirada em Virginia Kent Catherwood (1915 – 1966), uma socialite da Filadélfia seis anos mais velha que Highsmith, com quem a autora teve um caso romântico nos anos 1940. Catherwood perdeu a custódia da filha depois de sua homossexualidade ser utilizada contra ela, com uma gravação de uma ligação que teve em quarto de hotel, que falava sobre seu relacionamento lésbico.