Enquanto a carreira de Tim Burton tem altos e baixos, o musical slasher ‘Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet’ é uma de seus produções mais memoráveis e aclamadas.
Lançada em 2007, a narrativa é adaptada da peça homônima assinada por Stephen Sondheim e Hugh Wheeler, que inclusive conquistou inúmeros Tony Awards após sua estreia, e reconta a história melodramática do personagem titular, um barbeiro inglês e serial killer que assassina seus clientes com uma lâmina afiada, com a ajuda de uma padeira que transforma os corpos das vítimas em tortas de carne.
Estrelado por nomes como Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Timothy Spall, Sacha Baron Cohen e muitos outros, o longa foi ovacionado pela crítica especializada por seus elementos fantásticos, as performances do elenco, os números musicais e a fidelidade à obra original, conquistando três indicações ao Oscar (levando o prêmio de Melhor Direção de Arte) e duas estatuetas do Globo de Ouro (Melhor Filme – Musical ou Comédia e Melhor Ator para Depp).
Em 2022, a produção completa quinze anos de existência – e é claro que não poderíamos deixar essa data passar em branco. Pensando nisso, o CinePOP preparou uma breve lista com algumas curiosidades de bastidores, que você pode conferir abaixo:
- Sondheim, conhecido por ser extremamente protetor em relação a seus trabalhos teatrais, resistiu a inúmeras ofertas de adaptar o musical. Quando Burton expressou interesse, Sondheim ficou feliz com a visão artística do diretor para o projeto – e aceitou a releitura para os cinemas com a condição de que aprovasse o elenco. Burton só dirigiria caso Depp fosse escalado como o protagonista e, apesar de apreensivo quanto aos vocais do ator, Sondheim aceitou. Para aprovar a escalação de Carter e combater quaisquer rumores de nepotismo (visto que ela e Burton estavam casados à época), ela enviou a Sondheim nada menos que doze fitas de audição de suas habilidades vocais.
- Em seu livro autobiográfico, ‘Finishing the Hat’, Sondheim comentou que ‘Sweeney Todd’ é a única adaptação de seus trabalhos para as telonas que realmente aprova.
- Para sua audição, Baron Cohen cantou a trilha sonora completa de ‘Um Violinista no Telhado’, de 1971, para Burton.
- Carter, que interpretou a padeira e doceira Mrs. Lovett no longa, ensaiava suas canções enquanto cozinhava, para aperfeiçoar o ritmo rápido e sincopado das músicas.
- Burton insistiu que o filme fosse sangrento, visto que sentia que as versões teatrais, que cortavam esse elemento, o roubavam de seu poder. Para ele, “tudo é bastante íntimo com Sweeney, então, o sangue é sua expressão emocional. É mais sobre a catarse do que a coisa literal em si”.
Não deixe de assistir:
- Carter estava grávida de seu segundo filho com Burton, e insistiu que, durante as filmagens, o tamanho de seu busto mudasse visualmente em virtude do crescimento dos seios.
- Nos planos originais, o filme iria começar com a inclusão dos espíritos das vítimas de Sweeney Todd (incluindo Anthony Head e Christopher Lee), que cantariam “The Ballad of Sweeney Todd”, suas reprises e o epílogo. As músicas foram gravadas, mas descartadas do corte final, visto que Burton sentiu que eram muito teatrais para o filme.
- Para se preparar para o papel de Adolfo Pirelli, Baron Cohen contratou seu barbeiro profissional como consultor de técnicas de barbear. Foram necessárias quase dezesseis horas para que ele aprendesse a manejar uma lâmina.
- No final da música “A Little Priest”, Sweeney Todd e Mrs. Lovett fazem a mesma pose do material promocional utilizado pela produção original da Broadway.
- Anne Hathaway foi quase elencada como Johanna no filme, mas Burton queria uma atriz completamente desconhecida para o papel e contratou Jayne Wisener.