quarta-feira , 20 novembro , 2024

Dia do Amigo | 10 Filmes sobre Emocionantes Amizades

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A amizade é uma das razões da felicidade de muitas pessoas. Quantos amigos você tem? Já parou para pensar nisso? Qual a importância disso para sua vida? Enquanto o mundo nos prega peças terríveis, obstáculos que achamos nunca serem possíveis de serem ultrapassados, sempre temos alguém por perto que podemos contar. Um alguém que às vezes não é nem da nossa família (mas é como se fosse), que chega de surpresa e preenche diversas falhas do nosso cotidiano, traz amor, alegria e leveza para nossas vidas.

Ao longo dos anos vamos nos emocionando nas salas de cinema, no sofá de nossa casa, na casa de amigos, com histórias que passam na telona (ou telinha) sobre amizade. Esse sentimento tão bonito que nos fortalece para enfrentarmos qualquer situação nos momentos não tão bons e somar em alegria nos momentos maravilhosos.



Para comemorarmos esse 20 de julho, onde no Brasil é chamado de dia do Amigo (apesar de a data também ser lembrada em 30 de julho no Dia Internacional da Amizade), preparamos uma lista especial para você amigo (a) cinéfilo (a) com filmes emocionantes que falam sobre esse sentimento de grande afeição, simpatia, apreço entre seres humanos.

 

Livre para Voar

A fita britânica Livre para Voar é um drama que mostra um peculiar relacionamento de amizade entre duas almas em fúria, por circunstâncias da vida. O filme conta com a ótima direção de Paul Greengrass (O Ultimato Bourne) e tem no elenco dois grandes artistas que juntos em cena elevam a qualidade do longa. Uma grata surpresa direto da terra da Rainha.

O longa, que foi lançado em janeiro de 1999 nos EUA, conta a história de Richard um sonhador que é fascinado por aviação. Certo dia, decide tentar voar (com uma bugiganga inventada por ele) no prédio onde trabalha sua namorada; o desfecho é de um total fiasco. Após o ocorrido, perde a namorada e começa a ter uma crise emocional muito forte e decide se mudar de Londres. Em um novo lugar, cheio de montanhas, dedica-se à algumas horas de serviços comunitários (para compensar o incidente do Vôo). Assim, entra em sua vida Jane Hatchard, uma jovem de apenas 25 anos que possui uma doença degenerativa. A função de Richard agora é cuidar dessa jovem e aos poucos uma grande amizade vai sendo criada mesmo após um pedido peculiar da corajosa jovem.

Você vai rir, se emocionar com esse maravilhoso trabalho que tem o roteiro assinado por Richard Hawkins e atuações inesquecíveis de Helena Bonham Carter e Kenneth Branagh.

 

Intocáveis

Um filme que transborda alegria em vez de lágrimas. Uma amizade improvável de duas pessoas que vivem em dois mundos diferentes. Intocáveis (2012), trabalho da dupla de diretores franceses Olivier Nakache e Eric Toledano colecionou recordes de bilheteria ao redor do mundo. Com uma narrativa leve e descontraída o filme foge a todo tempo do clima pesado (que poderia facilmente ter), assim, agradando a todo tipo de público. É uma história bonita, muito bem estruturada e adaptada para o mundo do cinema.

Na trama, conhecemos Philippe um homem já de idade que ficou tetraplégico após um acidente de parapente anos atrás. Com grande dificuldade de relacionamento com sua família, principalmente sua filha adolescente, convoca muitas vezes ao ano candidatos para a vaga (que sempre fica desocupada) de assistente pessoal. Em uma dessas seleções conhece o carismático Driss, que fora expulso de casa pela mãe, e fica totalmente sem rumo, até conhecer Philippe. Assim, aos poucos, uma grande amizade vai surgindo levando os dois a importantes descobertas sobre o viver.

Conforme caminhamos nessa história vemos por todo lado sofrimentos, de ambas as partes. Um busca respostas, o outro busca saídas para as dificuldades que enfrenta. A relação não é de dor nem culpa (meio que um clichê em filmes do gênero) é de gratidão pela amizade. Quando um entra no universo do outro, mesmo que superficialmente, o entendimento fica mais fácil para os dois seguirem seus próprios caminhos. Nessa amizade o valor é revertido em preenchimento de lacunas um do outro. François Cluzet e Omar Sy estão excelentes, conseguem um ótimo entrosamento gerando um ganho instantâneo de simpatia com o espectador.

 

As Vantagens de ser Invisível

Dirigido e roteirizado por Stephen Chbosky, As Vantagens de ser Invisível tinha tudo para ser mais uma historinha sobre adolescentes e muita bobagem. Engana-se quem pensou isso. Dessa vez, os cinéfilos foram brindados com uma fita muito verdadeira sobre as experiências de jovens em busca de descobertas e realizações. Tem cenas cativantes e canções que marcaram outras gerações. É uma visão madura e divertida sobre a adolescência, seus mistérios e suas surpresas. A busca pelo infinito vai de baladas românticas até uma homenagem à The Rocky Horror Picture Show, esse último uma das grandes passagens do longa.

Na trama conhecemos Charlie, um rapaz pacato e solitário que sofre por não ter amigos. Com o início do ano letivo ele tem mais uma chance de conseguir aumentar seu número de amizades (que basicamente se restringe a seus irmãos). Após algumas situações constrangedoras e o início de uma amizade com seu professor de literatura, Charlie conhece Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), um casal de meio irmãos que fazem parte da turma dos descolados. Logo, Charlie se sente muito bem aceito por esses novos amigos e assim uma grande amizade vai nascendo. Quando achamos que a história é só essa, paralelos em analogias dramáticas mostram passados tristes, cheios de revelações escondidas restando apenas o poder da amizade contra todas essas coisas tristes do mundo.

Existem vários momentos em que você sabe que a história vai te comover. Isso é muito positivo, pois se você perder um desses momentos, logo um outro chega e te leva pra dentro dessa ótima trama. O filme tem um encapamento retrô, recheado de fitas cacetes, bailinhos estudantis e clássicos musicais rolando solto. Os flertes, o mundo adolescente, tudo é muito bem captado pelas belas sequências do diretor. Quando chega a hora certa, as vantagens de ser invisível aparece, levando o público a animados minutos na frente da telona. Caro amigo(a), não deixe de conferir!

 

Papéis ao Vento

Um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade. Baseado na obra homônima criada por Eduardo Sacheri, o longa-metragem argentino Papeles en el Viento, dirigido pelo cineasta Juan Taratuto, é um drama com pitadas milimetricamente cômicas tendo o futebol como fundo de fundo para os conflitos, conseqüências e ações dos personagens, esses últimos, cada um de sua forma, esbanjam categoria na sempre decisiva interação com o público. Há muita simpatia e empatia em cena, isso transborda nos espectadores que aos poucos vão se deliciando com essa curiosa história.

Na trama, conhecemos um grupo de amigos muito unidos que passam por um momento de tristeza quando um deles falece precocemente por conta de uma doença. A única herança que ele deixara para sua única filha foi o dinheiro investido em um passe de um jogador de futebol perna de pau. Para tentar recuperar o dinheiro em questão, os amigos farão de tudo para tornar o perna de pau em pelo menos um jogador negociável/rentável e assim conseguirem recuperar o dinheiro investido e dar uma boa vida para a filha do amigo.

O roteiro é muito interessante, possui seus atos muito bem definidos e consegue fisgar o espectador na maneira como é montado a história dos personagens, por meio de flashbacks da união dos amigos antes do falecimento de um deles. É como se o grupo que mantém a amizade há anos, fosse um ator só, tão bem definido é a importância da amizade nessa história. Todos os atores em cena possuem um belo entrosamento e os ótimos diálogos do roteiro, assinado também pelo diretor, dão uma leveza e simpatia ao drama que volta e meia chega a ser bem profundo.

 

Uma Passagem para Mário

A amizade e a lealdade residem numa identidade de almas raramente encontrada. Com um relato extremamente emocionante sobre o poder e carinho de uma amizade entre dois grandes amigos, o longa-metragem Uma Passagem para Mario, ao longo de seus curtos 77 minutos, promete deixar dezenas de olhos cheios de lágrimas. O diretor Eric Laurence consegue criar um documentário inovador, com peças que se encaixam perfeitamente e deixando o projeto praticamente impecável tecnicamente.

Na trama, conhecemos mais sobre a vida de Mário, um aventureiro gente boa que mora em Recife. Mário faz tratamento contra o com câncer semanalmente mas mesmo assim resolve planejar uma viagem com seu melhor amigo. Assim, somos jogados em várias passagens de tempo que mostra os preparativos dessa grande excursão que parte do Recife, atravessa a Bolívia, até chegar ao deserto do Atacama, no Chile.

Todos nós já tivemos ou temos uma grande amizade, é algo instintivo de todos nós seres humanos. Talvez, por isso a história de Uma Passagem para Mario chegue bem forte em nossos corações. Mário domina a tela como se tivesse o talento de um grande protagonista. Os diálogos com a família, os carinhos com a sobrinha, os desabafos quase cômicos sobre seus relacionamentos, todos esses elementos se encaixam de maneira sincronizada com o andamento das sequências. Eric Laurence mais parece um mecânico que consegue encontrar cada peça para construir uma máquina. Nesse caso, foi construída uma super máquina de emocionar.

O filme nunca vai deixar de ser uma enorme homenagem à Mario. Na verdade, o poder do cinema vai além, torna qualquer mensagem infinita. O desfecho dessa história é algo inovador, criativo, uma ideia que vai ficar guardada para sempre na memória de todos nós que tivemos a sorte de conhecer um grande ser humano na telona. Bravo!

 

A Viagem de Fanny

A amizade é um amor que nunca morre. Falando sobre os horrores da maior guerra que esse mundo já viu na visão de um grupo de crianças, A Viagem de Fanny é mais um recorte sobre a caçada nazista aos judeus em uma época onde confiar era muito difícil tamanho o medo que a população das cidades ocupadas pelas tropas alemães tinham. Baseado na obra Le Voyage de Fanny – L’Histoire Vraie d’une Jeune Fille au Destin Hors du Commun, um livro de memórias da protagonista dessa saga pela sobrevivência, a cineasta francesa Lola Doillon percorre o caminho das emoções de maneira doce sem deixar de mostrar as realidades dessa jornada.

Na trama, ambientado na década de 40 na França, e baseada em fatos reais, conhecemos a jovem Fanny (Léonie Souchaud) uma menina corajosa e teimosa que vive com as irmãs em um lar repleto de outras crianças judias. Na França, durante a segunda guerra, judeus confiavam seus filhos a diversas instituições encarregadas de protegê-los de qualquer ameaça. Certo dia, com a iminente invasão nazista a instituição que Fanny estava, ela precisa fugir com um grupo de outros pequenos e tentar de todas as formas chegar até o território suíço.

Viajando por lindas paisagens, em contraponto ao caos que os nazistas provocavam naquela época, o grupinho super carismático enfrenta enormes desafios na luta pela sobrevivência. O filme não deixa de mostrar o lado imaginário e dos sonhos dos jovens que a cada pequena oportunidade voltam a ser crianças brincando com os animais ou jogando bola entre uma fuga e outra. As recordações de seus pais geram momentos de muita emoção, cada pequenino enxerga o momento em que vivem de uma maneira, ganhando força na esperança e na amizade. Fanny acaba virando a líder do grupo por acaso, quando as opções desaparecem, é um conflito de emoções muito grande que a jovem precisa enfrentar mas sempre contando com a ajuda de seus amigos.

 

Truman

Um amigo se faz rapidamente, já a amizade é um fruto que amadurece lentamente. Vencedor de alguns prêmios na famosa premiação Goya, o longa-metragem do cineasta espanhol Cesc Gay, Truman, é um projeto que transborda emoção, delicadeza e reúne dois dos grandes atores deste planeta, Javier Cámara e Ricardo Darín. Ao longo dos 108 minutos de fita, somos envolvidos, já nos primeiros minutos, por essa linda história.

Na trama, conhecemos o pacato Tomás (Javier Cámara), um homem de meia idade que mora no Canadá e convencido pela esposa embarca em um vôo para a Espanha onde irá encontrar o seu melhor amigo de toda uma vida, Julian (Ricardo Darín) um ator que está à beira do falecimento por conta de tumores que se espalharam por seu corpo e busca um novo e futuro lar para seu fiel companheiro, Truman. Ao longo de poucos dias, a dupla viverá situações inesquecíveis, misturado a um tsunami emocional, que se juntarão ao grande álbum de amizade que colecionam durante anos.

Os arcos são delimitados, um a um, por um dedilhado sonoro encantador. A trilha sonora é um elogio à parte, tamanha delicadeza e encaixe perfeito chega em nossos corações como uma flecha repleta de emoção. Os diálogos entre os velhos amigos são ótimos, repletos de nostalgia, humor peculiar, carinho, afeto e uma curta chama de esperança. A direção de Cesc Gay é segura e prefere explorar todos os curtos planos da maneira mais simples possível, dando muita veracidade e emoção às sequências.

Reunindo todo tipo de sentimentos e reações das pessoas que Julian encontra nesses últimos dias aproximam o filme de uma realidade e naturalidade que impressiona. O personagem tinha tudo para ser caricato por conta das inusitadas ações que se assegura, mas Darín é Darín. Com uma potência impressionante na arte de prender a atenção do público um dos melhores atores do mundo não deixa também de se auto homenagear interpretando um ator e contracenando nos palcos dos teatros. Grande e conhecida paixão deste tremendo artista. Javier Cámara também brilha bastante, em um papel muito difícil que executa com grande brilhantismo. Reunir dois espetaculares atores dá nisso, um filme inesquecível e comovente que deixará até os corações mais frios, bastante emocionados.

 

Meu Amigo Enzo

A arte de andar na chuva. Chegou aos cinemas brasileiros anos atrás, quase de que maneira desapercebida um lindo filme que além de falar sobre amizade, universo canino, diz muito sobre o poder de nossos sonhos e a importância que a família tem em nossa vida. Dirigido pelo britânico Simon Curtis (A Dama Dourada), baseado em um roteiro adaptado do livro de Garth Stein, dos mesmos produtores de Marley e Eu, Meu Amigo Enzo é uma grande jornada ao redor da vida de um amoroso e carinhoso piloto profissional de carros. Dividido em arcos bem definidos, vamos nos aproximando da história através da narração de Enzo, o cãozinho que vive os dias mais intensos da vida do protagonista.

Na trama, conhecemos Enzo, um cãozinho lindo que foi adotado pelo excelente piloto Denny Swift (Milo Ventimiglia). Seu cachorro está sempre observando suas atitudes e acaba sendo um ótimo narrador para todos os acontecimentos emocionantes que acontecem ao longo dos 100 minutos de projeção. Filosofando sobre os humanos, maternidade, um novo amor de seu dono, e outras questões existenciais, vamos sendo levados ao destino das escolhas e todas as consequências que as cercam.

Pouco divulgado no Brasil, Meu Amigo Enzo segue os padrões de Marley e Eu, no papel principal, talvez o melhor pai da televisão norte americana: Milo Ventimiglia (This is Us), é impressionante como encaixa bem nesse tipo de papel. Longe de ser perfeito como um todo, com clichês para todo lado, recebeu inúmeras críticas negativas. Mas o aval final quem faz é o público, e quando um filme consegue atingir nossos corações, não adianta, vamos gostar de alguma forma dele.

É muito interessante o fato do filme ser narrado por Enzo, questões complexas que lemos nos jornais a cada dia são colocadas na frente e analisadas pelo pensamento canino esperto e amoroso. Tudo influencia quem somos como gente, como animais, a família é a base de tudo e nesse filme essa linda mensagem preenche todas as linhas do roteiro. É um filme para se emocionar e ver com a família.

 

Legalize Já

“Eu quero ver se tu é homem, mané…Do jeito que eu fui e que eu sou.” Dirigido pela dupla Johnny Araújo e Gustavo Bonafé e com uma estética toda em preto e branco, que dão um grande charme ao projeto, ao longo de menos de duas horas de projeção somos testemunhas de um encontro entre sonhadores que mudou para sempre não só a história deles mas toda uma geração musical da década de 90. Pode-se dizer que é uma cinebiografia da famosa banda Planet Hemp mas o filme é muito mais que isso, é um contemplar à amizade e os obstáculos enfrentados por jovens mentes criativas da cultura popular brasileira.

Na trama, conhecemos Marcelo (Renato Góes, com boa atuação) um camelô de blusas de rock and roll que trabalha no centro do RJ que vê sua vida mudar por alguns acontecimentos: a gravidez de sua namorada e o encontro inusitado com um engajado e viciado em música chamado Skunk (Ícaro Silva, em grande atuação). Aos poucos, se conhecendo melhor, entre brigas e vindas, resolvem investir tempo e criatividade no que viria a se tornar a inesquecível banda Planet Hemp.

Uma mistura de emoções contemplam as interseções entre os arcos aumentando a força da curiosidade sobre todos os temas explorados. Tudo que vemos é baseado em uma história real, todos (ou pelo menos a maioria de nós) conhece ou já ouviu falar de Marcelo D2. Mas e Skunk? Praticamente como uma grande homenagem a esse guerreiro sonhador, que descobre o mortal vírus daquela década e acaba não aproveitando as glórias de tudo que criou com D2, antes Marcelo, Legalize Já passa longe de falar somente sobre drogas ou qualquer pré-conceito que podem estabelecer, conta a saga de dois amigos com um dom de por meio das palavras cantadas passar a todos um pouco do que viveram no seu dia a dia até chegarem até ali.

 

Viver é Fácil Com os Olhos Fechados

 

Me ajude, se você puder, me sinto pra baixo e eu aprecio você estar por perto, ajude-me, coloque meus pés de volta no chão. Um dos mais maravilhosos filmes do ano de 2014 fala sobre a vida, a música, a amizade, os Beatles e a arte da simplicidade. Diretamente da terra de Pedro Almodóvar, Viver é Fácil Com os Olhos Fechados é uma singela fábula passada em outros tempos que conta com uma atuação espetacular e emocionante de um dos melhores atores do cinema espanhol atual, Javier Cámara.

Dirigido pelo espanhol David Trueba e passado na década de 60, Viver é Fácil Com os Olhos Fechados conta a história de um inspirador professor, que usa as músicas dos Beatles para ensinar inglês em um colégio religioso espanhol, que parte em uma viagem inusitada com o objetivo de conhecer seu grande ídolo John Lennon que está filmando em uma região isolada na Espanha. No meio dessa jornada, acaba encontrando pelo caminho uma jovem grávida e um jovem que fugiu de casa por conta de seus diversos problemas com o pai. Assim, os três embarcam estrada à dentro em uma jornada que vai mudar a vida de todos eles.

O filme é inspirador, não tem como defini-lo de outra forma. O carisma dos personagens, a direção impecável de Trueba e o roteiro pra lá de emocionante nos levam em uma história que geram lembranças inesquecíveis para se discutir nas mesas de bares. O papel do professor na educação dos jovens é bem explorada, Javier Cámara mostra mais uma vez porque é um dos grandes atores do cinema espanhol da última década, impossível o espectador não se emocionar com as atitudes maravilhosas desse personagem deslumbrante.

Além de toda a doçura, delicadeza e simplicidade na condução essa trama, as letras de John Lennon e dos Beatles são parte de explicações sobre o viver e se juntam a trilha sonora dessa história, transformando triviais sequências em frames que transpiram lições para uma sociedade que muitas vezes não sabe aproveitar as simples coisas da vida. Viver é Fácil Com os Olhos Fechados é um filme inesquecível.

 

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A amizade é uma das razões da felicidade de muitas pessoas. Quantos amigos você tem? Já parou para pensar nisso? Qual a importância disso para sua vida? Enquanto o mundo nos prega peças terríveis, obstáculos que achamos nunca serem possíveis de serem ultrapassados, sempre temos alguém por perto que podemos contar. Um alguém que às vezes não é nem da nossa família (mas é como se fosse), que chega de surpresa e preenche diversas falhas do nosso cotidiano, traz amor, alegria e leveza para nossas vidas.

Ao longo dos anos vamos nos emocionando nas salas de cinema, no sofá de nossa casa, na casa de amigos, com histórias que passam na telona (ou telinha) sobre amizade. Esse sentimento tão bonito que nos fortalece para enfrentarmos qualquer situação nos momentos não tão bons e somar em alegria nos momentos maravilhosos.

Para comemorarmos esse 20 de julho, onde no Brasil é chamado de dia do Amigo (apesar de a data também ser lembrada em 30 de julho no Dia Internacional da Amizade), preparamos uma lista especial para você amigo (a) cinéfilo (a) com filmes emocionantes que falam sobre esse sentimento de grande afeição, simpatia, apreço entre seres humanos.

 

Livre para Voar

A fita britânica Livre para Voar é um drama que mostra um peculiar relacionamento de amizade entre duas almas em fúria, por circunstâncias da vida. O filme conta com a ótima direção de Paul Greengrass (O Ultimato Bourne) e tem no elenco dois grandes artistas que juntos em cena elevam a qualidade do longa. Uma grata surpresa direto da terra da Rainha.

O longa, que foi lançado em janeiro de 1999 nos EUA, conta a história de Richard um sonhador que é fascinado por aviação. Certo dia, decide tentar voar (com uma bugiganga inventada por ele) no prédio onde trabalha sua namorada; o desfecho é de um total fiasco. Após o ocorrido, perde a namorada e começa a ter uma crise emocional muito forte e decide se mudar de Londres. Em um novo lugar, cheio de montanhas, dedica-se à algumas horas de serviços comunitários (para compensar o incidente do Vôo). Assim, entra em sua vida Jane Hatchard, uma jovem de apenas 25 anos que possui uma doença degenerativa. A função de Richard agora é cuidar dessa jovem e aos poucos uma grande amizade vai sendo criada mesmo após um pedido peculiar da corajosa jovem.

Você vai rir, se emocionar com esse maravilhoso trabalho que tem o roteiro assinado por Richard Hawkins e atuações inesquecíveis de Helena Bonham Carter e Kenneth Branagh.

 

Intocáveis

Um filme que transborda alegria em vez de lágrimas. Uma amizade improvável de duas pessoas que vivem em dois mundos diferentes. Intocáveis (2012), trabalho da dupla de diretores franceses Olivier Nakache e Eric Toledano colecionou recordes de bilheteria ao redor do mundo. Com uma narrativa leve e descontraída o filme foge a todo tempo do clima pesado (que poderia facilmente ter), assim, agradando a todo tipo de público. É uma história bonita, muito bem estruturada e adaptada para o mundo do cinema.

Na trama, conhecemos Philippe um homem já de idade que ficou tetraplégico após um acidente de parapente anos atrás. Com grande dificuldade de relacionamento com sua família, principalmente sua filha adolescente, convoca muitas vezes ao ano candidatos para a vaga (que sempre fica desocupada) de assistente pessoal. Em uma dessas seleções conhece o carismático Driss, que fora expulso de casa pela mãe, e fica totalmente sem rumo, até conhecer Philippe. Assim, aos poucos, uma grande amizade vai surgindo levando os dois a importantes descobertas sobre o viver.

Conforme caminhamos nessa história vemos por todo lado sofrimentos, de ambas as partes. Um busca respostas, o outro busca saídas para as dificuldades que enfrenta. A relação não é de dor nem culpa (meio que um clichê em filmes do gênero) é de gratidão pela amizade. Quando um entra no universo do outro, mesmo que superficialmente, o entendimento fica mais fácil para os dois seguirem seus próprios caminhos. Nessa amizade o valor é revertido em preenchimento de lacunas um do outro. François Cluzet e Omar Sy estão excelentes, conseguem um ótimo entrosamento gerando um ganho instantâneo de simpatia com o espectador.

 

As Vantagens de ser Invisível

Dirigido e roteirizado por Stephen Chbosky, As Vantagens de ser Invisível tinha tudo para ser mais uma historinha sobre adolescentes e muita bobagem. Engana-se quem pensou isso. Dessa vez, os cinéfilos foram brindados com uma fita muito verdadeira sobre as experiências de jovens em busca de descobertas e realizações. Tem cenas cativantes e canções que marcaram outras gerações. É uma visão madura e divertida sobre a adolescência, seus mistérios e suas surpresas. A busca pelo infinito vai de baladas românticas até uma homenagem à The Rocky Horror Picture Show, esse último uma das grandes passagens do longa.

Na trama conhecemos Charlie, um rapaz pacato e solitário que sofre por não ter amigos. Com o início do ano letivo ele tem mais uma chance de conseguir aumentar seu número de amizades (que basicamente se restringe a seus irmãos). Após algumas situações constrangedoras e o início de uma amizade com seu professor de literatura, Charlie conhece Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), um casal de meio irmãos que fazem parte da turma dos descolados. Logo, Charlie se sente muito bem aceito por esses novos amigos e assim uma grande amizade vai nascendo. Quando achamos que a história é só essa, paralelos em analogias dramáticas mostram passados tristes, cheios de revelações escondidas restando apenas o poder da amizade contra todas essas coisas tristes do mundo.

Existem vários momentos em que você sabe que a história vai te comover. Isso é muito positivo, pois se você perder um desses momentos, logo um outro chega e te leva pra dentro dessa ótima trama. O filme tem um encapamento retrô, recheado de fitas cacetes, bailinhos estudantis e clássicos musicais rolando solto. Os flertes, o mundo adolescente, tudo é muito bem captado pelas belas sequências do diretor. Quando chega a hora certa, as vantagens de ser invisível aparece, levando o público a animados minutos na frente da telona. Caro amigo(a), não deixe de conferir!

 

Papéis ao Vento

Um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade. Baseado na obra homônima criada por Eduardo Sacheri, o longa-metragem argentino Papeles en el Viento, dirigido pelo cineasta Juan Taratuto, é um drama com pitadas milimetricamente cômicas tendo o futebol como fundo de fundo para os conflitos, conseqüências e ações dos personagens, esses últimos, cada um de sua forma, esbanjam categoria na sempre decisiva interação com o público. Há muita simpatia e empatia em cena, isso transborda nos espectadores que aos poucos vão se deliciando com essa curiosa história.

Na trama, conhecemos um grupo de amigos muito unidos que passam por um momento de tristeza quando um deles falece precocemente por conta de uma doença. A única herança que ele deixara para sua única filha foi o dinheiro investido em um passe de um jogador de futebol perna de pau. Para tentar recuperar o dinheiro em questão, os amigos farão de tudo para tornar o perna de pau em pelo menos um jogador negociável/rentável e assim conseguirem recuperar o dinheiro investido e dar uma boa vida para a filha do amigo.

O roteiro é muito interessante, possui seus atos muito bem definidos e consegue fisgar o espectador na maneira como é montado a história dos personagens, por meio de flashbacks da união dos amigos antes do falecimento de um deles. É como se o grupo que mantém a amizade há anos, fosse um ator só, tão bem definido é a importância da amizade nessa história. Todos os atores em cena possuem um belo entrosamento e os ótimos diálogos do roteiro, assinado também pelo diretor, dão uma leveza e simpatia ao drama que volta e meia chega a ser bem profundo.

 

Uma Passagem para Mário

A amizade e a lealdade residem numa identidade de almas raramente encontrada. Com um relato extremamente emocionante sobre o poder e carinho de uma amizade entre dois grandes amigos, o longa-metragem Uma Passagem para Mario, ao longo de seus curtos 77 minutos, promete deixar dezenas de olhos cheios de lágrimas. O diretor Eric Laurence consegue criar um documentário inovador, com peças que se encaixam perfeitamente e deixando o projeto praticamente impecável tecnicamente.

Na trama, conhecemos mais sobre a vida de Mário, um aventureiro gente boa que mora em Recife. Mário faz tratamento contra o com câncer semanalmente mas mesmo assim resolve planejar uma viagem com seu melhor amigo. Assim, somos jogados em várias passagens de tempo que mostra os preparativos dessa grande excursão que parte do Recife, atravessa a Bolívia, até chegar ao deserto do Atacama, no Chile.

Todos nós já tivemos ou temos uma grande amizade, é algo instintivo de todos nós seres humanos. Talvez, por isso a história de Uma Passagem para Mario chegue bem forte em nossos corações. Mário domina a tela como se tivesse o talento de um grande protagonista. Os diálogos com a família, os carinhos com a sobrinha, os desabafos quase cômicos sobre seus relacionamentos, todos esses elementos se encaixam de maneira sincronizada com o andamento das sequências. Eric Laurence mais parece um mecânico que consegue encontrar cada peça para construir uma máquina. Nesse caso, foi construída uma super máquina de emocionar.

O filme nunca vai deixar de ser uma enorme homenagem à Mario. Na verdade, o poder do cinema vai além, torna qualquer mensagem infinita. O desfecho dessa história é algo inovador, criativo, uma ideia que vai ficar guardada para sempre na memória de todos nós que tivemos a sorte de conhecer um grande ser humano na telona. Bravo!

 

A Viagem de Fanny

A amizade é um amor que nunca morre. Falando sobre os horrores da maior guerra que esse mundo já viu na visão de um grupo de crianças, A Viagem de Fanny é mais um recorte sobre a caçada nazista aos judeus em uma época onde confiar era muito difícil tamanho o medo que a população das cidades ocupadas pelas tropas alemães tinham. Baseado na obra Le Voyage de Fanny – L’Histoire Vraie d’une Jeune Fille au Destin Hors du Commun, um livro de memórias da protagonista dessa saga pela sobrevivência, a cineasta francesa Lola Doillon percorre o caminho das emoções de maneira doce sem deixar de mostrar as realidades dessa jornada.

Na trama, ambientado na década de 40 na França, e baseada em fatos reais, conhecemos a jovem Fanny (Léonie Souchaud) uma menina corajosa e teimosa que vive com as irmãs em um lar repleto de outras crianças judias. Na França, durante a segunda guerra, judeus confiavam seus filhos a diversas instituições encarregadas de protegê-los de qualquer ameaça. Certo dia, com a iminente invasão nazista a instituição que Fanny estava, ela precisa fugir com um grupo de outros pequenos e tentar de todas as formas chegar até o território suíço.

Viajando por lindas paisagens, em contraponto ao caos que os nazistas provocavam naquela época, o grupinho super carismático enfrenta enormes desafios na luta pela sobrevivência. O filme não deixa de mostrar o lado imaginário e dos sonhos dos jovens que a cada pequena oportunidade voltam a ser crianças brincando com os animais ou jogando bola entre uma fuga e outra. As recordações de seus pais geram momentos de muita emoção, cada pequenino enxerga o momento em que vivem de uma maneira, ganhando força na esperança e na amizade. Fanny acaba virando a líder do grupo por acaso, quando as opções desaparecem, é um conflito de emoções muito grande que a jovem precisa enfrentar mas sempre contando com a ajuda de seus amigos.

 

Truman

Um amigo se faz rapidamente, já a amizade é um fruto que amadurece lentamente. Vencedor de alguns prêmios na famosa premiação Goya, o longa-metragem do cineasta espanhol Cesc Gay, Truman, é um projeto que transborda emoção, delicadeza e reúne dois dos grandes atores deste planeta, Javier Cámara e Ricardo Darín. Ao longo dos 108 minutos de fita, somos envolvidos, já nos primeiros minutos, por essa linda história.

Na trama, conhecemos o pacato Tomás (Javier Cámara), um homem de meia idade que mora no Canadá e convencido pela esposa embarca em um vôo para a Espanha onde irá encontrar o seu melhor amigo de toda uma vida, Julian (Ricardo Darín) um ator que está à beira do falecimento por conta de tumores que se espalharam por seu corpo e busca um novo e futuro lar para seu fiel companheiro, Truman. Ao longo de poucos dias, a dupla viverá situações inesquecíveis, misturado a um tsunami emocional, que se juntarão ao grande álbum de amizade que colecionam durante anos.

Os arcos são delimitados, um a um, por um dedilhado sonoro encantador. A trilha sonora é um elogio à parte, tamanha delicadeza e encaixe perfeito chega em nossos corações como uma flecha repleta de emoção. Os diálogos entre os velhos amigos são ótimos, repletos de nostalgia, humor peculiar, carinho, afeto e uma curta chama de esperança. A direção de Cesc Gay é segura e prefere explorar todos os curtos planos da maneira mais simples possível, dando muita veracidade e emoção às sequências.

Reunindo todo tipo de sentimentos e reações das pessoas que Julian encontra nesses últimos dias aproximam o filme de uma realidade e naturalidade que impressiona. O personagem tinha tudo para ser caricato por conta das inusitadas ações que se assegura, mas Darín é Darín. Com uma potência impressionante na arte de prender a atenção do público um dos melhores atores do mundo não deixa também de se auto homenagear interpretando um ator e contracenando nos palcos dos teatros. Grande e conhecida paixão deste tremendo artista. Javier Cámara também brilha bastante, em um papel muito difícil que executa com grande brilhantismo. Reunir dois espetaculares atores dá nisso, um filme inesquecível e comovente que deixará até os corações mais frios, bastante emocionados.

 

Meu Amigo Enzo

A arte de andar na chuva. Chegou aos cinemas brasileiros anos atrás, quase de que maneira desapercebida um lindo filme que além de falar sobre amizade, universo canino, diz muito sobre o poder de nossos sonhos e a importância que a família tem em nossa vida. Dirigido pelo britânico Simon Curtis (A Dama Dourada), baseado em um roteiro adaptado do livro de Garth Stein, dos mesmos produtores de Marley e Eu, Meu Amigo Enzo é uma grande jornada ao redor da vida de um amoroso e carinhoso piloto profissional de carros. Dividido em arcos bem definidos, vamos nos aproximando da história através da narração de Enzo, o cãozinho que vive os dias mais intensos da vida do protagonista.

Na trama, conhecemos Enzo, um cãozinho lindo que foi adotado pelo excelente piloto Denny Swift (Milo Ventimiglia). Seu cachorro está sempre observando suas atitudes e acaba sendo um ótimo narrador para todos os acontecimentos emocionantes que acontecem ao longo dos 100 minutos de projeção. Filosofando sobre os humanos, maternidade, um novo amor de seu dono, e outras questões existenciais, vamos sendo levados ao destino das escolhas e todas as consequências que as cercam.

Pouco divulgado no Brasil, Meu Amigo Enzo segue os padrões de Marley e Eu, no papel principal, talvez o melhor pai da televisão norte americana: Milo Ventimiglia (This is Us), é impressionante como encaixa bem nesse tipo de papel. Longe de ser perfeito como um todo, com clichês para todo lado, recebeu inúmeras críticas negativas. Mas o aval final quem faz é o público, e quando um filme consegue atingir nossos corações, não adianta, vamos gostar de alguma forma dele.

É muito interessante o fato do filme ser narrado por Enzo, questões complexas que lemos nos jornais a cada dia são colocadas na frente e analisadas pelo pensamento canino esperto e amoroso. Tudo influencia quem somos como gente, como animais, a família é a base de tudo e nesse filme essa linda mensagem preenche todas as linhas do roteiro. É um filme para se emocionar e ver com a família.

 

Legalize Já

“Eu quero ver se tu é homem, mané…Do jeito que eu fui e que eu sou.” Dirigido pela dupla Johnny Araújo e Gustavo Bonafé e com uma estética toda em preto e branco, que dão um grande charme ao projeto, ao longo de menos de duas horas de projeção somos testemunhas de um encontro entre sonhadores que mudou para sempre não só a história deles mas toda uma geração musical da década de 90. Pode-se dizer que é uma cinebiografia da famosa banda Planet Hemp mas o filme é muito mais que isso, é um contemplar à amizade e os obstáculos enfrentados por jovens mentes criativas da cultura popular brasileira.

Na trama, conhecemos Marcelo (Renato Góes, com boa atuação) um camelô de blusas de rock and roll que trabalha no centro do RJ que vê sua vida mudar por alguns acontecimentos: a gravidez de sua namorada e o encontro inusitado com um engajado e viciado em música chamado Skunk (Ícaro Silva, em grande atuação). Aos poucos, se conhecendo melhor, entre brigas e vindas, resolvem investir tempo e criatividade no que viria a se tornar a inesquecível banda Planet Hemp.

Uma mistura de emoções contemplam as interseções entre os arcos aumentando a força da curiosidade sobre todos os temas explorados. Tudo que vemos é baseado em uma história real, todos (ou pelo menos a maioria de nós) conhece ou já ouviu falar de Marcelo D2. Mas e Skunk? Praticamente como uma grande homenagem a esse guerreiro sonhador, que descobre o mortal vírus daquela década e acaba não aproveitando as glórias de tudo que criou com D2, antes Marcelo, Legalize Já passa longe de falar somente sobre drogas ou qualquer pré-conceito que podem estabelecer, conta a saga de dois amigos com um dom de por meio das palavras cantadas passar a todos um pouco do que viveram no seu dia a dia até chegarem até ali.

 

Viver é Fácil Com os Olhos Fechados

 

Me ajude, se você puder, me sinto pra baixo e eu aprecio você estar por perto, ajude-me, coloque meus pés de volta no chão. Um dos mais maravilhosos filmes do ano de 2014 fala sobre a vida, a música, a amizade, os Beatles e a arte da simplicidade. Diretamente da terra de Pedro Almodóvar, Viver é Fácil Com os Olhos Fechados é uma singela fábula passada em outros tempos que conta com uma atuação espetacular e emocionante de um dos melhores atores do cinema espanhol atual, Javier Cámara.

Dirigido pelo espanhol David Trueba e passado na década de 60, Viver é Fácil Com os Olhos Fechados conta a história de um inspirador professor, que usa as músicas dos Beatles para ensinar inglês em um colégio religioso espanhol, que parte em uma viagem inusitada com o objetivo de conhecer seu grande ídolo John Lennon que está filmando em uma região isolada na Espanha. No meio dessa jornada, acaba encontrando pelo caminho uma jovem grávida e um jovem que fugiu de casa por conta de seus diversos problemas com o pai. Assim, os três embarcam estrada à dentro em uma jornada que vai mudar a vida de todos eles.

O filme é inspirador, não tem como defini-lo de outra forma. O carisma dos personagens, a direção impecável de Trueba e o roteiro pra lá de emocionante nos levam em uma história que geram lembranças inesquecíveis para se discutir nas mesas de bares. O papel do professor na educação dos jovens é bem explorada, Javier Cámara mostra mais uma vez porque é um dos grandes atores do cinema espanhol da última década, impossível o espectador não se emocionar com as atitudes maravilhosas desse personagem deslumbrante.

Além de toda a doçura, delicadeza e simplicidade na condução essa trama, as letras de John Lennon e dos Beatles são parte de explicações sobre o viver e se juntam a trilha sonora dessa história, transformando triviais sequências em frames que transpiram lições para uma sociedade que muitas vezes não sabe aproveitar as simples coisas da vida. Viver é Fácil Com os Olhos Fechados é um filme inesquecível.

 

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