Tendo suas raízes nos anos 1940 e 1950, o rock como o conhecemos hoje é nada mais que uma incrível evolução musical que o mantém vivo das mais diversas maneiras – sendo redescoberto, revisitado, desconstruído e reerguido em diversos suis generis. Ao lado do pop, o gênero em questão é um dos mais mutáveis e flexíveis da indústria fonográfica e, a cada ano, abre as portas para artistas dispostos a fornecer sua própria perspectiva.
No dia 13 de julho, comemora-se o Dia do Rock e, em homenagem a importância sociocultural e mercadológica desse estilo, preparamos uma série de matérias especiais para que você revisite bandas e álbuns icônicos.
Nossa primeira lista contempla os doze álbuns incríveis do século XXI para você ouvir no dia de hoje – e a seleção traz uma diversidade considerável que viaja do nu metal até o chamber rock.
Confira:
LEVIATHAN, Mastodon
Mastodon pode não ter o tanto de reconhecimento que seus conterrâneos e contemporâneos, mas certamente merece um lugar especial na nossa lista. Aclamado pela crítica, ‘Leviathan’, 2º álbum de estúdio da banda, foi lançado em 2004 e foi elogiado pelas épicas transições dentro das faixas, colocando o grupo na seleta elite do gênero do heavy metal e do progressive metal. Eventualmente, o CD foi condecorado com os títulos de Álbum do Ano por diversas revistas e jornais.
BY THE WAY, Red Hot Chili Peppers
Vendendo quase 300 mil cópias na semana de sua estreia, ‘By The Way’ foi o oitavo álbum de estúdio do lendário grupo Red Hot Chili Peppers e ganhou uma sólida recepção da crítica internacional por suas múltiplas texturas e por seu liricismo elegíaco. Além disso, a produção recebeu reconhecimento e comparação com o clássico ‘Californication’, lançado três anos antes.
HYBRID THEORY, Linkin Park
Nos anos 2000, uma das bandas mais conhecidas de rock surgia, Linkin Park – e, com ela, nascia o álbum de estreia do grupo, ‘Hybrid Theory’ que tornou-se um dos queridinhos do público e da crítica, além de ser o pontapé inicial para uma carreira de puro sucesso. Íntimo, provocativo e envolvente, os temas líricos da produção giram em torno da conturbada adolescência do vocalista Chester Bennington – incluindo abuso de drogas e a separação dos pais.
FALLEN, Evanescence
Anteriormente encarado com a expressão máxima da contracultura – que pouco depois seria transferida para o funk e para o rap -, o rock começou a ganhar maior popularidade com a virada do século. Uma das bandas que mais contribuiu para que isso fosse possível foi Evanescence. Sua estreia com o álbum ‘Fallen’ foi um sucesso crítico e comercial, tendo debutado em #7 na Billboard 200, indicado para o Grammy de Álbum do Ano e levado para casa duas outras estatuetas (incluindo Melhor Novo Artista).
TOXICITY, System of a Down
‘Toxicity’ veio três anos depois do début do grupo System of a Down e continuou a onda de aclamação da banda. Considerado por muitos como um dos melhores álbuns dos anos 2000, o CD supracitado traz ao longo de 14 faixas uma mistura bizarra e que funciona em sua totalidade de jazz, progressive rock, música grega e armênia, instrumentos inesperados como cítara e banjo, e um arranjo de temas políticos e apolíticos que transforma a obra em uma análise antropológica da vida.
BRAVE NEW WORLD, Iron Maiden
O ano de 2000 foi um grande ano para o rock, como já ficou provado inclusive por essa lista. Um dos responsáveis por essa gloriosa época foi Iron Maiden com ‘Brave New World’ – uma adição interessante e por vezes subestimada à sua discografia. Elogiado pelo retorno de Bruce Dickinson e Adrian Smith à banda, o álbum foi chamado de titânico e majestoso por boa parte da crítica e do público.
AMERICAN IDIOT, Green Day
‘American Idiot’ é uma das produções mais icônicas da história da indústria fonográfica e marca o retorno de Green Day à forma. Vencedor do Grammy de Melhor Álbum de Rock em 2005, a poderosa ópera punk-rock gira em torno das desilusões de uma geração que se viu no centro de eventos bélicos tumultuosos – e traz como personagem central o anti-herói Jesus of Suburbia. O sucesso crítico e mercadológico do CD deu origem ao aclamado musical homônimo da Broadway.
FUNERAL, Arcade Fire
A épica estreia de Arcade Fire, ‘Funeral’, é inquestionavelmente um dos highlights do século, tendo sido revisitada por diversos artistas contemporâneos. A amálgama simples e epopeica entre art rock e chamber rock viria a influenciar grande parte dos grupos que o seguiriam. Indicado ao Grammy de Melhor Álbum Alternativo, a produção apareceu em diversas listas de fim de ano e entrou para o ranking dos melhores CDs da revista Rolling Stone.
GOOD SOULS BETTER ANGELS, Lucinda Williams
Em 2020, Lucina Williams voltaria a nos encantar com o lançamento de ‘Good Souls Better Angels’, seu 15º álbum de estúdio. Forte candidato para as categorias principais do Grammy 2021, a produção foi extremamente elogiada pela crítica por seu teor devastador e catártico, e por sua capacidade de conexão emocional primitiva com os ouvintes e com qualquer um que ouse se aventurar nessa sinestésica jornada.
JANE DOE, Converge
‘Jane Doe’, da banda Converge, é um divisor de águas em praticamente toda a indústria fonográfica e, até hoje, é considerado o marco inicial do metal contemporâneo. Recheado de construções fora dos convencionalismos mainstream, sua arquitetura propositalmente bizarra e emocionalmente extenuante teve uma ótima recepção pela crítica e serve de influência para inúmeros artistas atuais.
DEATH BY ROCK AND ROLL, The Pretty Reckless
Enquanto ‘Who You Selling For’, lançado em 2016, demonstrou um profundo amadurecimento do estilo sonoro da banda The Pretty Reckless, ‘Death By Rock and Roll’ é uma ode à irreverência e ao post-grunge dos anos 1990 repaginado com características modernas, seja pela lírica, seja pelos apaixonantes solos de guitarra. A faixa titular, que abre o que podemos chamar alegadamente de obra-prima desse icônico ato musical, já havia entrado em nossa lista de melhores músicas de 2020, apenas para se renovar com beleza inenarrável em uma narrativa metalinguística sobre o que queremos deixar para o mundo e como vivemos a nossa vida. A produção quase impecável de Jonathan Wyman é brilhante do começo ao fim e, salvo algumas repetições, não há alguém que não se delicie com o que se trouxe à tona.
BUT HERE WE ARE, Foo Fighters
O mais recente álbum da icônica banda Foo Fighters se consagrou como uma ocasião especial – visto é o primeiro do grupo após a trágica morte do baterista Taylor Hawkins, que ocorreu em 2022. Contando com os singles “Rescued”, “Under You”, Show Me How” e “The Teacher”, o compilado de originais é uma forte declamação testamentária à carreira dos artistas e mergulha de cabeça em uma sentimentalidade pungente e envolvente. Não é surpresa que, desde seu lançamento, tenha sido considerado uma das melhores incursões do ano – e da própria banda.