Em entrevista para o The Film Stage, o diretor de fotografia Matthew Libatique comentou sobre todo o intenso processo de filmagens para tornar ‘Nasce Uma Estrela‘ um verdadeiro drama digno de Oscar.
Confira alguns trechos da entrevista abaixo:
Você disse que chegou a ver cinco cortes diferentes do filme. Isso é curioso, pois o filme é bastante coeso. Como as outras versões funcionavam?
Tinhamos cinco cortes diferentes. Para mim, vejo um corte prévio e então sua evolução. Bradley estava trabalhando nele intensamente para encontrar um ritmo. É um filme bastante longo porque temos diversas músicas. Cenas tiveram que ser cortadas para que as músicas ocupassem o espaço. Não funcionava com as duas juntas. Gravamos um filme inteiro que não conseguiu ir ao corte final. Ele teve que cortar para conseguir a essência da história de amor que o filme se trata. Ele estava tendo a certeza que essa era a sua prioridade.
Creio que estejam fazendo um novo corte, do diretor, e colocando diversas coisas que foram cortadas. Acho que há a preocupação da duração, mas para ela a preocupação maior deve ser evitar fugir da narrativa amorosa. Ele está sempre tentando encontrar a alma do filme.
Lady Gaga pode ser muito diferente dependendo do ângulo que ela é vista. Qual a sua experiência em trabalhar e reconhecer o melhor da face de um ator?
“Essa é parte da nossa responsabilidade, estudar um rosto. Quando me preparo, sempre olho para o rosto do ator, não importa quando, sempre estou estudando. Alguns ficam incomodados, mas faz parte do meu trabalho. Aqui tive a sorte de conhecê-la durante os ensaios e comecei a tirar diversas fotos do rosto dela para estudar a melhor angulação possível.
Estava com medo inicialmente, pois não sabia como fazer isso com ela. Mas me toquei que o mais importante é que ela precisava de espaço para trabalhar então joguei as luzes o mais longe possível assim como Bradley encenou tudo de forma a deixar a luz dinâmica e sem problemas. Tínhamos que deixá-la confortável para atuar e dar o melhor de si.
Foi uma ótima colaboração porque estava lidando com alguém habituado com encenação. Bradley foi ótimo diretor e facilitou minha vida. Quando precisava ajeitar a luz em algum take, tudo ocorria naturalmente. Não havia disputa de egos. Só queria fazer o melhor para deixá-la brilhar e não ficar separada do filme em si. Queria que ela fizesse parte da narrativa e daquele mundo. Acho que consegui isso. “
‘Nasce Uma Estrela‘ ainda está em exibição nos cinemas e segue como um dos fortes concorrentes para o Oscar 2019.
Confira a entrevista inteira aqui.