domingo , 22 dezembro , 2024

Disney reconhece passado racista no catálogo do Disney+ | Confira quais os filmes

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Quando o Disney+ foi lançado internacionalmente em 2019, surgiu uma polêmica acerca da exclusão e alteração de algumas cenas de filmes antigos que tinham teor racista. A decisão foi muito controversa, porque foi vista como uma forma da empresa tentar apagar o racismo de sua história e seguir como se nada tivesse acontecido, censurando as obras. Após a enxurrada de críticas, a empresa resolveu agir da seguinte forma: não incluir o filme A Canção do Sul (1946), que não tem uma cena sequer que não reproduza racismo, e manter os outros filmes sem alterações, mas com uma mensagem antes do início alertando para o conteúdo que será exibido e explicando que ele reflete a realidade de outras épocas.

A Canção do Sul” é um filme com tantos absurdos racistas sendo reproduzidos por segundo que chegou a ser banido em alguns países.

A mensagem é a seguinte: “Este programa inclui representações negativas e/ou maus tratos de pessoas ou culturas. Estes estereótipos eram incorretos na época e continuam sendo incorretos hoje em dia. Em vez de remover esses conteúdos, queremos reconhecer o impacto nocivo que eles tiveram, aprender com a situação, e despertar conversas para promover um futuro mais inclusivo juntos“.



Dessa forma, a mensagem fica exibida por aproximadamente 15 segundos e ainda te convida para acessar o site Stories Matter, onde eles explicam mais a fundo o racismo exibido em cada filme.

Os filmes nos quais a mensagem é exibida são:

Assista também:
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Dumbo (1941)

Dumbo conta a história de um elefantinho de circo que nasce com orelhas gigantes e, após sofrer diversas humilhações, descobre que é capaz de voar com elas. A mensagem aqui é direcionada não apenas para alertar sobre bullying e maus-tratos aos animais, mas principalmente para a sequência final do filme, em que Dumbo é acompanhado por corvos “malandros”. O líder do grupo de corvos é Jim Crow, que replica estereótipos das pessoas negras nos EUA dos anos 1940 e faz referência às leis segregacionistas americanas. Além disso, a representação dos trabalhadores do circo é esterótipo purinho.

 

Peter Pan (1953)

A história de Peter Pan mostra a jovem Wendy sendo levada para a Terra do Nunca, onde os meninos perdidos não crescem e precisam enfrentar o terrível Capitão Gancho. O alerta da Disney para essa história é feito pela reprodução de vários conteúdos racistas contra os nativo-americanos. A começar pela palavra “redskin”, que é como eles se referem aos nativos no filme, que é uma palavra racista. Chamar um indígena de “Pele Vermelha” é algo que acontece algumas vezes no filme, chegando até mesmo a ter uma música originalmente chamada de “O que torna o homem vermelho vermelho”. Fora isso, a cena em que eles se fantasiam de nativos, com cocares e machadinhas, foi enquadrada como apropriação cultural.

 

A Dama e o Vagabundo (1955)

A trama da cachorrinha de apartamento que se apaixona pelo cachorro turrão de rua é uma das mais clássicas da história do cinema, mas mesmo sendo esse clássico imortal, A Dama e o Vagabundo não escapa da reprodução de racismo. E a escala aqui é global. Isso porque a cena do canil traz cachorrinhos de várias partes do mundo falando com sotaques estereotipados, como o chihuahua (méxico). Mas o aviso principal aqui se refere aos gatos siameses, que pegam todos os preconceitos possíveis contra os asiáticos e atribuem aos dois gatinhos em forma de piada estereotipada.

 

A Cidadela dos Robinsons (1960)

A Cidadela dos Robinsons é provavelmente o filme mais desconhecido dessa lista. Esse live-action adapta uma história escrita em mil oitocentos e vovô garoto sobre uma família de colonos suíços que está indo para a Nova Guiné, mas sofrem um ataque de piratas e tudo desanda. Os vilões da trama são os piratas asiáticos e a forma como eles são mostrados é extremamente preconceituosa, porque unem diversos estereótipos raciais em um grupo só. Claro que a etnia mais afetada é a asiática, que chega a ser chamada de cara amarela.

 

Mogli: O Menino Lobo (1968)

O pequeno Mogli é um menino que é abandonado na floresta indiana e acaba sendo criado por lobos. Anos mais tarde, quando a pantera Baguera decide levá-lo de volta para a aldeia dos homens, o menino se revolta e foge pela mata, onde encontra os mais variados personagens, como o urso Balu, a cobra Kaa e o tigre Shere Khan. O aviso racista, no entanto, é feito por conta de outro personagem também amado pelos fãs: o Rei Louie. Para quem não se lembra, ele é um orangotango com problemas de dicção que canta “I Wanna Be Like You“, uma das melhores, senão a melhor música da Disney, que tem uma pegada forte de jazz. Pois bem, isso não é por acaso. O personagem, barrigudo, preguiçoso, fanfarrão e cantor de jazz foi inspirado nos estereótipos racistas dos negros de Nova Orleans. O aviso é que essa representação seja ofensiva na atualidade, mas que passou na época porque o racismo era algo “tolerado”.

 

Aristogatas (1970)

O caso de Aristogatas – que conta a história da gatinha Duquesa e dos filhotes, que são abandonados pelo mordomo da Madame Adelaide, que teria colocado os gatos como herdeiros de sua herança, e acabam encontrando o gato O’Malley que precisa ajudá-los a voltar para casa – é bem parecido com o de A Dama e o Vagabundo. O alerta é feito por conta do gato siamês Shun Gon, que toca pianos com um hashi, tem os olhos muito puxados, dentes amarelados… Enfim, reúne todos os estereótipos racistas possíveis do povo asiático em um personagem só.

O primeiro passo para evitar repetir um erro é reconhecer que errou. Agora a Disney não pode parar por aí, é preciso trabalhar para que o racismo e o preconceito não voltem a ser reproduzidos nas obras.

Para muita gente, essa atitude da Disney foi feita por conta de “mimimi”, mas a verdade é que isso foi um grande avanço, mesmo que feita com intuito comercial. O mundo atual não tem mais espaço para o preconceito e qualquer alerta que reconheça os erros do passado de uma empresa do tamanho da Disney é um exemplo de que as mudanças de pensamento precisam ser feitas para que os erros do passado não se repitam no futuro. Isso significa que vocês devem parar de ver os filmes citados nessa lista? De forma alguma! Mas vale a pena assistir e refletir sobre os casos listados.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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A Canção do Sul” é um filme com tantos absurdos racistas sendo reproduzidos por segundo que chegou a ser banido em alguns países.

A mensagem é a seguinte: “Este programa inclui representações negativas e/ou maus tratos de pessoas ou culturas. Estes estereótipos eram incorretos na época e continuam sendo incorretos hoje em dia. Em vez de remover esses conteúdos, queremos reconhecer o impacto nocivo que eles tiveram, aprender com a situação, e despertar conversas para promover um futuro mais inclusivo juntos“.

Dessa forma, a mensagem fica exibida por aproximadamente 15 segundos e ainda te convida para acessar o site Stories Matter, onde eles explicam mais a fundo o racismo exibido em cada filme.

Os filmes nos quais a mensagem é exibida são:

 

Dumbo (1941)

Dumbo conta a história de um elefantinho de circo que nasce com orelhas gigantes e, após sofrer diversas humilhações, descobre que é capaz de voar com elas. A mensagem aqui é direcionada não apenas para alertar sobre bullying e maus-tratos aos animais, mas principalmente para a sequência final do filme, em que Dumbo é acompanhado por corvos “malandros”. O líder do grupo de corvos é Jim Crow, que replica estereótipos das pessoas negras nos EUA dos anos 1940 e faz referência às leis segregacionistas americanas. Além disso, a representação dos trabalhadores do circo é esterótipo purinho.

 

Peter Pan (1953)

A história de Peter Pan mostra a jovem Wendy sendo levada para a Terra do Nunca, onde os meninos perdidos não crescem e precisam enfrentar o terrível Capitão Gancho. O alerta da Disney para essa história é feito pela reprodução de vários conteúdos racistas contra os nativo-americanos. A começar pela palavra “redskin”, que é como eles se referem aos nativos no filme, que é uma palavra racista. Chamar um indígena de “Pele Vermelha” é algo que acontece algumas vezes no filme, chegando até mesmo a ter uma música originalmente chamada de “O que torna o homem vermelho vermelho”. Fora isso, a cena em que eles se fantasiam de nativos, com cocares e machadinhas, foi enquadrada como apropriação cultural.

 

A Dama e o Vagabundo (1955)

A trama da cachorrinha de apartamento que se apaixona pelo cachorro turrão de rua é uma das mais clássicas da história do cinema, mas mesmo sendo esse clássico imortal, A Dama e o Vagabundo não escapa da reprodução de racismo. E a escala aqui é global. Isso porque a cena do canil traz cachorrinhos de várias partes do mundo falando com sotaques estereotipados, como o chihuahua (méxico). Mas o aviso principal aqui se refere aos gatos siameses, que pegam todos os preconceitos possíveis contra os asiáticos e atribuem aos dois gatinhos em forma de piada estereotipada.

 

A Cidadela dos Robinsons (1960)

A Cidadela dos Robinsons é provavelmente o filme mais desconhecido dessa lista. Esse live-action adapta uma história escrita em mil oitocentos e vovô garoto sobre uma família de colonos suíços que está indo para a Nova Guiné, mas sofrem um ataque de piratas e tudo desanda. Os vilões da trama são os piratas asiáticos e a forma como eles são mostrados é extremamente preconceituosa, porque unem diversos estereótipos raciais em um grupo só. Claro que a etnia mais afetada é a asiática, que chega a ser chamada de cara amarela.

 

Mogli: O Menino Lobo (1968)

O pequeno Mogli é um menino que é abandonado na floresta indiana e acaba sendo criado por lobos. Anos mais tarde, quando a pantera Baguera decide levá-lo de volta para a aldeia dos homens, o menino se revolta e foge pela mata, onde encontra os mais variados personagens, como o urso Balu, a cobra Kaa e o tigre Shere Khan. O aviso racista, no entanto, é feito por conta de outro personagem também amado pelos fãs: o Rei Louie. Para quem não se lembra, ele é um orangotango com problemas de dicção que canta “I Wanna Be Like You“, uma das melhores, senão a melhor música da Disney, que tem uma pegada forte de jazz. Pois bem, isso não é por acaso. O personagem, barrigudo, preguiçoso, fanfarrão e cantor de jazz foi inspirado nos estereótipos racistas dos negros de Nova Orleans. O aviso é que essa representação seja ofensiva na atualidade, mas que passou na época porque o racismo era algo “tolerado”.

 

Aristogatas (1970)

O caso de Aristogatas – que conta a história da gatinha Duquesa e dos filhotes, que são abandonados pelo mordomo da Madame Adelaide, que teria colocado os gatos como herdeiros de sua herança, e acabam encontrando o gato O’Malley que precisa ajudá-los a voltar para casa – é bem parecido com o de A Dama e o Vagabundo. O alerta é feito por conta do gato siamês Shun Gon, que toca pianos com um hashi, tem os olhos muito puxados, dentes amarelados… Enfim, reúne todos os estereótipos racistas possíveis do povo asiático em um personagem só.

O primeiro passo para evitar repetir um erro é reconhecer que errou. Agora a Disney não pode parar por aí, é preciso trabalhar para que o racismo e o preconceito não voltem a ser reproduzidos nas obras.

Para muita gente, essa atitude da Disney foi feita por conta de “mimimi”, mas a verdade é que isso foi um grande avanço, mesmo que feita com intuito comercial. O mundo atual não tem mais espaço para o preconceito e qualquer alerta que reconheça os erros do passado de uma empresa do tamanho da Disney é um exemplo de que as mudanças de pensamento precisam ser feitas para que os erros do passado não se repitam no futuro. Isso significa que vocês devem parar de ver os filmes citados nessa lista? De forma alguma! Mas vale a pena assistir e refletir sobre os casos listados.

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