sexta-feira , 22 novembro , 2024

Do Pior ao Melhor | Os Indicados ao Oscar de Melhor Filme 2021

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Domingo, dia 25 de abril, ocorre a 93a Cerimônia dos Oscars, em Los Angeles. Em um período adverso, desde a sua estreia em 1929, a Academia de Hollywood possui entre os indicados ao maior prêmio da noite, o de Melhor Filme, obras que – em grande parte – não chegaram às salas de cinemas, nem no Brasil, nem no mundo, mas foram lançadas via streaming.

Leia também: Dica do fim de semana | Filmes indicados ao Oscar no Streaming



Após conferir os oito indicados na categoria Melhor Filme, eu estabeleci um ranking de apreciação, do pior ao melhor, segundo critérios de envolvimento com a trama, admiração técnica e empatia com os personagens. Desse modo, incentivo aos caros leitores a fazerem o mesmo nos comentários.

As críticas de todos os filmes estão linkadas nos títulos, clique e confira. Agora, se você quer saber quem tem mais chances de levar as estatuetas, convido a ler os artigos sobre previsões dos meus colegas aqui no site. 

Leia também: As Previsões do Oscar 2021 – Nas Principais Categorias

8 – Mank, de David Fincher

Com atuação exemplar de Gary Oldman, Mank é uma homenagem ao roteirista Herman J. Mankiewicz, apagado do sucesso de Cidadão Kane (1941). Tudo é bastante correto no filme, e é até curioso, mas em nenhum momento envolvo-me com a história. O bêbado Mank pode ser um brilhante escritor, contudo a narrativa modorrenta e o personagem em si causaram-me desânimo.

7 – Bela Vingança, de Emerald Fennell

A premissa do filme é ótima e a ambientação pop, singular. Certas ideias do roteiro são igualmente boas, mas o desenvolvimento é questionável. Desde Educação (2009), não tinha visto Carey Mulligan em um personagem empolgante, a atriz consegue trazer a compreensão necessária para as ações de Cassy. Por outro lado, algumas imprecisões lógicas, um romance pífio e um desfecho estabanado nos distanciam do argumento da obra.  

6 – Judas e o Messias Negro, de Shaka King

Daniel Kaluuya realmente incorpora um líder político, da mesma forma que LaKeith Stanfield é um esplêndido agente infiltrado. As atuações são notáveis; o roteiro e a direção são efetivas. Embora seja uma obra bastante importante, ela não estabelece grande ressonância como Infiltrado na Klan (2018), por exemplo, com cenas memoráveis e diálogos criativos.

5 – Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin

Filmes de tribunais costumam ser cansativos e apoiar-se na relevância dos eloquentes advogados ou na espetacularização de um crime. Aaron Sorkin, entretanto, cria um roteiro ágil e conflituoso para dar destaque a cada figura em julgamento com equilíbrio entre o humor e a discussão política, num período de injustiça social, turbulência judicial e, claro, de violência policial.

4- Nomadland, de Chloé Zhao

A obra poderia chamar-se: Frances McDormand a percorrer a vida nômade nas estradas do interior dos Estados Unidos. Em uma mistura de ficção e realidade, o filme ganha um tom especial a dar ênfase à vida que ninguém vê. A partir dos passos da protagonista, a gente cruza com rostos, paisagens, dilemas e esperanças, tal como um encontro com refugiados de um sistema social no qual eles não se encaixam. É memorável ver esses relatos ganharem tamanha proeminência.

3 – Minari, de Lee Isaac Chung

Encanto-me por narrativas de pessoas que abandonam um modo viver em busca de uma existência mais edificante. A envergadura do roteiro está sobre as dificuldades do chefe de família (Steven Yeun) lidar com as expectativas de construir uma potencial fazenda para sustentar a família. Contudo, a graça e o encanto de Minari apoiam-se na relação do pequeno David (Alan Kim) com a sua avó Sonja (Yuh-Jung Youn). Eles são os protagonistas dos momentos mais engraçados e dramáticos. 

2 – O Som do Silêncio, de Darius Marder

O cinema tem um poder indiscutível de nos deslocar à perspectiva do outro e, portanto, quando uma produção é bem sucedida neste aspecto, nasce uma obra-prima. Assim, é a minha relação com Sound of Metal, uma experiência de entrar na negação e na sublevação de um baterista ex-viciado, que um dia perder a audição e, consequentemente, toda o seu modo de vida. Os traumas e os preconceitos tratados no enredo ficam como um zunido na mente. 

1- Meu Pai, de Florian Zeller

A sensibilidade do diretor/autor e a soberania da interpretação de Anthony Hopkins são destruidoras. Nunca tinha assistido a um filme sobre demência senil que me colocasse na perspectiva do portador da patologia e estabelecesse uma conexão tão forte com a angústia do paciente. De longe, é o filme mais pungente entre os indicados.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Leia também: Dica do fim de semana | Filmes indicados ao Oscar no Streaming

Após conferir os oito indicados na categoria Melhor Filme, eu estabeleci um ranking de apreciação, do pior ao melhor, segundo critérios de envolvimento com a trama, admiração técnica e empatia com os personagens. Desse modo, incentivo aos caros leitores a fazerem o mesmo nos comentários.

As críticas de todos os filmes estão linkadas nos títulos, clique e confira. Agora, se você quer saber quem tem mais chances de levar as estatuetas, convido a ler os artigos sobre previsões dos meus colegas aqui no site. 

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8 – Mank, de David Fincher

Com atuação exemplar de Gary Oldman, Mank é uma homenagem ao roteirista Herman J. Mankiewicz, apagado do sucesso de Cidadão Kane (1941). Tudo é bastante correto no filme, e é até curioso, mas em nenhum momento envolvo-me com a história. O bêbado Mank pode ser um brilhante escritor, contudo a narrativa modorrenta e o personagem em si causaram-me desânimo.

7 – Bela Vingança, de Emerald Fennell

A premissa do filme é ótima e a ambientação pop, singular. Certas ideias do roteiro são igualmente boas, mas o desenvolvimento é questionável. Desde Educação (2009), não tinha visto Carey Mulligan em um personagem empolgante, a atriz consegue trazer a compreensão necessária para as ações de Cassy. Por outro lado, algumas imprecisões lógicas, um romance pífio e um desfecho estabanado nos distanciam do argumento da obra.  

6 – Judas e o Messias Negro, de Shaka King

Daniel Kaluuya realmente incorpora um líder político, da mesma forma que LaKeith Stanfield é um esplêndido agente infiltrado. As atuações são notáveis; o roteiro e a direção são efetivas. Embora seja uma obra bastante importante, ela não estabelece grande ressonância como Infiltrado na Klan (2018), por exemplo, com cenas memoráveis e diálogos criativos.

5 – Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin

Filmes de tribunais costumam ser cansativos e apoiar-se na relevância dos eloquentes advogados ou na espetacularização de um crime. Aaron Sorkin, entretanto, cria um roteiro ágil e conflituoso para dar destaque a cada figura em julgamento com equilíbrio entre o humor e a discussão política, num período de injustiça social, turbulência judicial e, claro, de violência policial.

4- Nomadland, de Chloé Zhao

A obra poderia chamar-se: Frances McDormand a percorrer a vida nômade nas estradas do interior dos Estados Unidos. Em uma mistura de ficção e realidade, o filme ganha um tom especial a dar ênfase à vida que ninguém vê. A partir dos passos da protagonista, a gente cruza com rostos, paisagens, dilemas e esperanças, tal como um encontro com refugiados de um sistema social no qual eles não se encaixam. É memorável ver esses relatos ganharem tamanha proeminência.

3 – Minari, de Lee Isaac Chung

Encanto-me por narrativas de pessoas que abandonam um modo viver em busca de uma existência mais edificante. A envergadura do roteiro está sobre as dificuldades do chefe de família (Steven Yeun) lidar com as expectativas de construir uma potencial fazenda para sustentar a família. Contudo, a graça e o encanto de Minari apoiam-se na relação do pequeno David (Alan Kim) com a sua avó Sonja (Yuh-Jung Youn). Eles são os protagonistas dos momentos mais engraçados e dramáticos. 

2 – O Som do Silêncio, de Darius Marder

O cinema tem um poder indiscutível de nos deslocar à perspectiva do outro e, portanto, quando uma produção é bem sucedida neste aspecto, nasce uma obra-prima. Assim, é a minha relação com Sound of Metal, uma experiência de entrar na negação e na sublevação de um baterista ex-viciado, que um dia perder a audição e, consequentemente, toda o seu modo de vida. Os traumas e os preconceitos tratados no enredo ficam como um zunido na mente. 

1- Meu Pai, de Florian Zeller

A sensibilidade do diretor/autor e a soberania da interpretação de Anthony Hopkins são destruidoras. Nunca tinha assistido a um filme sobre demência senil que me colocasse na perspectiva do portador da patologia e estabelecesse uma conexão tão forte com a angústia do paciente. De longe, é o filme mais pungente entre os indicados.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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