quinta-feira , 26 dezembro , 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 10: Guilherme Tristão

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‘O cinema é um modo divino de contar a vida.’ Com essa frase de Federico Fellini começamos mais uma edição da nossa coluna feita de cinéfilo para cinéfilo: E aí, querido cinéfilo?!

Toda semana estamos colocando entrevistas e curiosidades de amantes da sétima arte espalhados pelo Brasil. Apaixonados por cinema que usam parte de seu tempo diário amando a sétima arte. Na coluna de hoje, entrevistamos uma das mais fantásticas mentes quando pensamos em várias esferas do audiovisual, o nosso convidado é um grande estudioso sobre exibição em cinema e também um dos grandes cinéfilos desse nosso imenso país. Guilherme Tristão, a quem eu carinhosamente chamo de ‘mestre’ é um dos coordenadores de programação de várias edições do Festival do Rio de Cinema, assistente da direção do Centro de Artes (Ceart) da UFF, coordenador do Festival Brasileiro de Cinema Universitário, realizado anualmente no Rio de Janeiro, fora as dezenas de outros projetos que ele participa a cada ano dentro do mercado audiovisual nacional. Dono de um humor peculiar, lembro-me com muito carinho de inúmeras conversas sobre filmes nas mesinhas elegantes de um dos cinemas mais lindos do brasil: O Reserva Cultural Niterói.



1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

CINE ARTE UFF – uma sala decididamente alternativa, e só lá pode-se assistir filmes que não vão ser exibidos em lugar mais nenhum, especialmente brasileiros artesanais e/ou autorais.

 

Assista também:
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2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro que me trouxe esse fascínio foi O Bangunceiro Arrumadinho (The Disordely Ordely), de e com Jerry Lewis, de quem me tornei fã.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Federico Fellini / Roma. Mas, meu filme preferido é A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life) de Frank Capra.

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Terra em Transe. Delirante, cenas incríveis, politicamente complexo e atual.

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ter uma intensa curiosidade por qualquer tipo de filme que pareça ter um mínimo de qualidade.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Bem, depende do que se entende por ‘entender de cinema”: acho que há programadores que entendem o que é popular; outros entendem o que emociona as pessoas; outras o que são filmes de exceção; outros que entendem o que são filmes mais sofisticados; ainda há os que conhecem a história do cinema, os grandes clássicos e diretores. A depender do objetivo de determinada sala, ela pode ter ou não programadores que atendam esses objetivos. Acho que a maioria das salas que conheço tem gente apropriada para o seu perfil.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho praticamente impossível, especialmente se HOLLYWOOD continuar existindo, com seu marketing e constante inovação tecnológica.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Respondendo, sem pensar muito: Cabaré Biblioteque Pascal (Bibliotèque Pascal), de Szabolcs Hadju. Há pouco vi um obscuro (acho!) filme russo que adorei: A Russian Youth, de Alexander Zolotukhin (discípulo do Sukurov).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Eu, particularmente, não vou se abrir antes. Se as mortes no estado caírem para menos de 5 por mês, vou pensar! Mas gosto muito de STREAMING!!!

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O grande destaque (parece chavão, mas não é) é a diversidade de propostas. Sinto falta, no entanto, de filmes mais interessantes para a classe média, produções comerciais, de maior qualidade, com roteiros mais bem feitos, tipo Que Horas ela Volta?, Beijo no Asfalto (nova versão), O Filme da Minha Vida… filmes que evitam fórmulas ou clichês.

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

A rigor não tenho esse tipo de artista no Brasil, mas já fui MUITO curioso pelos filmes de Sérgio Bianchi e, hoje, tenho curiosidade pelos filmes do Esmir Filho, mas não gostei de seu último longa (Alguma Coisa Assim).

 

12) Defina cinema com uma frase:

‘Espetáculo’ audiovisual para grande público.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Ao ver Terremoto (1974) no sistema SENSURROUND no Roxy, na época da estreia, houve um defeito no sistema de som numa das cenas tranquilas do filme: um BUM gravíssimo e alto, vindo da parte de trás direita do cinema. O Sensurround era um sistema com um som tão grave que você não só ‘ouvia’ como sentia no corpo as vibrações graves do som. Bem quando deu esse BUM acidental, metade do cinema se levantou em pânico sem saber o que fazer. Depois a risada foi geral e o excitamento geral aumentou!

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‘O cinema é um modo divino de contar a vida.’ Com essa frase de Federico Fellini começamos mais uma edição da nossa coluna feita de cinéfilo para cinéfilo: E aí, querido cinéfilo?!

Toda semana estamos colocando entrevistas e curiosidades de amantes da sétima arte espalhados pelo Brasil. Apaixonados por cinema que usam parte de seu tempo diário amando a sétima arte. Na coluna de hoje, entrevistamos uma das mais fantásticas mentes quando pensamos em várias esferas do audiovisual, o nosso convidado é um grande estudioso sobre exibição em cinema e também um dos grandes cinéfilos desse nosso imenso país. Guilherme Tristão, a quem eu carinhosamente chamo de ‘mestre’ é um dos coordenadores de programação de várias edições do Festival do Rio de Cinema, assistente da direção do Centro de Artes (Ceart) da UFF, coordenador do Festival Brasileiro de Cinema Universitário, realizado anualmente no Rio de Janeiro, fora as dezenas de outros projetos que ele participa a cada ano dentro do mercado audiovisual nacional. Dono de um humor peculiar, lembro-me com muito carinho de inúmeras conversas sobre filmes nas mesinhas elegantes de um dos cinemas mais lindos do brasil: O Reserva Cultural Niterói.

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

CINE ARTE UFF – uma sala decididamente alternativa, e só lá pode-se assistir filmes que não vão ser exibidos em lugar mais nenhum, especialmente brasileiros artesanais e/ou autorais.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro que me trouxe esse fascínio foi O Bangunceiro Arrumadinho (The Disordely Ordely), de e com Jerry Lewis, de quem me tornei fã.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Federico Fellini / Roma. Mas, meu filme preferido é A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life) de Frank Capra.

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Terra em Transe. Delirante, cenas incríveis, politicamente complexo e atual.

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ter uma intensa curiosidade por qualquer tipo de filme que pareça ter um mínimo de qualidade.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Bem, depende do que se entende por ‘entender de cinema”: acho que há programadores que entendem o que é popular; outros entendem o que emociona as pessoas; outras o que são filmes de exceção; outros que entendem o que são filmes mais sofisticados; ainda há os que conhecem a história do cinema, os grandes clássicos e diretores. A depender do objetivo de determinada sala, ela pode ter ou não programadores que atendam esses objetivos. Acho que a maioria das salas que conheço tem gente apropriada para o seu perfil.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho praticamente impossível, especialmente se HOLLYWOOD continuar existindo, com seu marketing e constante inovação tecnológica.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Respondendo, sem pensar muito: Cabaré Biblioteque Pascal (Bibliotèque Pascal), de Szabolcs Hadju. Há pouco vi um obscuro (acho!) filme russo que adorei: A Russian Youth, de Alexander Zolotukhin (discípulo do Sukurov).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Eu, particularmente, não vou se abrir antes. Se as mortes no estado caírem para menos de 5 por mês, vou pensar! Mas gosto muito de STREAMING!!!

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O grande destaque (parece chavão, mas não é) é a diversidade de propostas. Sinto falta, no entanto, de filmes mais interessantes para a classe média, produções comerciais, de maior qualidade, com roteiros mais bem feitos, tipo Que Horas ela Volta?, Beijo no Asfalto (nova versão), O Filme da Minha Vida… filmes que evitam fórmulas ou clichês.

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

A rigor não tenho esse tipo de artista no Brasil, mas já fui MUITO curioso pelos filmes de Sérgio Bianchi e, hoje, tenho curiosidade pelos filmes do Esmir Filho, mas não gostei de seu último longa (Alguma Coisa Assim).

 

12) Defina cinema com uma frase:

‘Espetáculo’ audiovisual para grande público.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Ao ver Terremoto (1974) no sistema SENSURROUND no Roxy, na época da estreia, houve um defeito no sistema de som numa das cenas tranquilas do filme: um BUM gravíssimo e alto, vindo da parte de trás direita do cinema. O Sensurround era um sistema com um som tão grave que você não só ‘ouvia’ como sentia no corpo as vibrações graves do som. Bem quando deu esse BUM acidental, metade do cinema se levantou em pânico sem saber o que fazer. Depois a risada foi geral e o excitamento geral aumentou!

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