terça-feira , 24 dezembro , 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 4: Rodrigo Fonseca

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O que os cinéfilos mais gostam nessa vida, fora assistir a todos os filmes possíveis durante o ano, é bater papo sobre cinema com pessoas que tenham a mesma paixão que ele. Ser cinéfilo é amar a sétima arte de forma a entender todas as formas de pensar e sentir um filme, uma história. Nós cinéfilos não brigamos, nós argumentamos com emoção.

Pensando nesse sentimento bonito que existe entre a comunidade cinéfila espalhada por todo o Brasil e pelo mundo, resolvi eu, um humilde cinéfilo carioca, entrevistar de maneira bem objetiva, e aproveitando para matar a saudade dos pensamentos cinéfilos dos amigos, diversos amantes da sétima arte. Famosos ou não, que trabalham com cinema no Brasil e/ou no mundo ou não.



Carioca de Bonsucesso, do Morro do Adeus, formado pela UFRJ, Rodrigo Fonseca completa 20 anos como crítico de cinema em 2020. Roteirista da TV Globo, escreveu o programa dos Trapalhões e o Encontro da Fátima Bernardes, além de ter sido pesquisador das séries Segunda Chamada e Sob Pressão. É autor do Blog P de Pop do Estadão e escreve críticas pro site C7nema.

 

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1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação à programação? Detalhe o porquê da escolha.

Espaço Itaú e UCI NorteShopping. Ambas são pautadas pela diversidade e pela qualidade da projeção. O mesmo vale pro Cine Joia.

 2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente?

Os Trapalhões no Reino da Fantasia, em 1985, em Olaria.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Paul Thomas Anderson, Sofia Coppola e Christopher Nolan são a minha trinca favorita, seguidos por Fatih Akin e Beto Brant. Meus xodós: O Mestre, Encontros e Desencontros e Dunkirk, seguidos por Do Outro Lado e Ação Entre Amigos.

 4) Qual seu filme nacional favorito e por que?

Bar Esperança, O Último Que Fecha, do Hugo Carvana, pois nunca uma estética foi tão política quanto a amizade.

5) O que é ser cinéfilo para você?

É imergir na imagem, sonhar com ela e usar o espaço de transcendência das telas como lugar de revolução.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possui programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Nem de longe. Raras são as salas que tem uma programação com curadoria, seja numa linha de risco, seja numa onda mais comercial. O Estação Botafogo e o Espaço Itaú são belas exceções de excelência.

7)  Algum dia as salas de cinemas vão acabar?

Jamais, pois a cultura da cinefilia é auto-regenerativa. A necessidade da troca, o sentimento do coletivo… isso é maior do que qualquer aposta na acomodação caseira. Vamos ter um boom da streamingosfera. Mas os espetáculos fílmicos a la Bohemian Rhapsody sempre vão mobilizar a massa.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Príncipe, de Ugo Giorgetti, e Coisas Para Fazer Em Denver Quando Você Está Morto, do Gary Fleder.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a Covid-19?

Desde que haja um sistema de segurança que respeite os protocolos. Tenho muito orgulho da cultura do drive in que voltou à baila. Foi uma reação vívida de sociabilização. Espero que as grandes estreias estejam nesse rodízio também. Mas tomara que as salas se regulem logo com normas de segurança adequada. O respeito aos protocolos é uma essencialidade. Saúde, saúde, saúde.

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Um país que gera um Bacurau, que toma a Berlinale de assunto com um bonde de longas, que tem uma cineasta da ousadia da Sabrina Fidalgo quebrando paradigmas e que tem documentaristas como Susanna Lira, Petra Costa, Emília Silveira e Joel Zito Araújo desafiando as convenções do Real só pode se sentir honrado de existir. De quebra existe um poeta do desenho como Marão fazendo seu primeiro longa. É nóis.

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Vou responder essa citando um filme… o filme brasileiro mais dilacerante e provocador que vi em muito tempo: M8: Quando a Morte Socorre a Vida, do Jeferson De. O que a Mariana Nunes faz ali é de lavar a alma.

 12) Defina cinema com uma frase.

“O Bem vence o Mal,/ Espanta o temporal,/ O azul, o amarelo,/ Tudo é muito belo”.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Estive na sessão de Cruising (Parceiros na Noite) em Cannes e ouvia uma risada compulsiva atrás de mim, de alguém que ia a júbilo com o filme. Era o Tarantino, de mãozinha dada com a namorada.

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

Laroiê!!

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E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 4: Rodrigo Fonseca

O que os cinéfilos mais gostam nessa vida, fora assistir a todos os filmes possíveis durante o ano, é bater papo sobre cinema com pessoas que tenham a mesma paixão que ele. Ser cinéfilo é amar a sétima arte de forma a entender todas as formas de pensar e sentir um filme, uma história. Nós cinéfilos não brigamos, nós argumentamos com emoção.

Pensando nesse sentimento bonito que existe entre a comunidade cinéfila espalhada por todo o Brasil e pelo mundo, resolvi eu, um humilde cinéfilo carioca, entrevistar de maneira bem objetiva, e aproveitando para matar a saudade dos pensamentos cinéfilos dos amigos, diversos amantes da sétima arte. Famosos ou não, que trabalham com cinema no Brasil e/ou no mundo ou não.

Carioca de Bonsucesso, do Morro do Adeus, formado pela UFRJ, Rodrigo Fonseca completa 20 anos como crítico de cinema em 2020. Roteirista da TV Globo, escreveu o programa dos Trapalhões e o Encontro da Fátima Bernardes, além de ter sido pesquisador das séries Segunda Chamada e Sob Pressão. É autor do Blog P de Pop do Estadão e escreve críticas pro site C7nema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação à programação? Detalhe o porquê da escolha.

Espaço Itaú e UCI NorteShopping. Ambas são pautadas pela diversidade e pela qualidade da projeção. O mesmo vale pro Cine Joia.

 2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente?

Os Trapalhões no Reino da Fantasia, em 1985, em Olaria.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Paul Thomas Anderson, Sofia Coppola e Christopher Nolan são a minha trinca favorita, seguidos por Fatih Akin e Beto Brant. Meus xodós: O Mestre, Encontros e Desencontros e Dunkirk, seguidos por Do Outro Lado e Ação Entre Amigos.

 4) Qual seu filme nacional favorito e por que?

Bar Esperança, O Último Que Fecha, do Hugo Carvana, pois nunca uma estética foi tão política quanto a amizade.

5) O que é ser cinéfilo para você?

É imergir na imagem, sonhar com ela e usar o espaço de transcendência das telas como lugar de revolução.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possui programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Nem de longe. Raras são as salas que tem uma programação com curadoria, seja numa linha de risco, seja numa onda mais comercial. O Estação Botafogo e o Espaço Itaú são belas exceções de excelência.

7)  Algum dia as salas de cinemas vão acabar?

Jamais, pois a cultura da cinefilia é auto-regenerativa. A necessidade da troca, o sentimento do coletivo… isso é maior do que qualquer aposta na acomodação caseira. Vamos ter um boom da streamingosfera. Mas os espetáculos fílmicos a la Bohemian Rhapsody sempre vão mobilizar a massa.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Príncipe, de Ugo Giorgetti, e Coisas Para Fazer Em Denver Quando Você Está Morto, do Gary Fleder.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a Covid-19?

Desde que haja um sistema de segurança que respeite os protocolos. Tenho muito orgulho da cultura do drive in que voltou à baila. Foi uma reação vívida de sociabilização. Espero que as grandes estreias estejam nesse rodízio também. Mas tomara que as salas se regulem logo com normas de segurança adequada. O respeito aos protocolos é uma essencialidade. Saúde, saúde, saúde.

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Um país que gera um Bacurau, que toma a Berlinale de assunto com um bonde de longas, que tem uma cineasta da ousadia da Sabrina Fidalgo quebrando paradigmas e que tem documentaristas como Susanna Lira, Petra Costa, Emília Silveira e Joel Zito Araújo desafiando as convenções do Real só pode se sentir honrado de existir. De quebra existe um poeta do desenho como Marão fazendo seu primeiro longa. É nóis.

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Vou responder essa citando um filme… o filme brasileiro mais dilacerante e provocador que vi em muito tempo: M8: Quando a Morte Socorre a Vida, do Jeferson De. O que a Mariana Nunes faz ali é de lavar a alma.

 12) Defina cinema com uma frase.

“O Bem vence o Mal,/ Espanta o temporal,/ O azul, o amarelo,/ Tudo é muito belo”.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Estive na sessão de Cruising (Parceiros na Noite) em Cannes e ouvia uma risada compulsiva atrás de mim, de alguém que ia a júbilo com o filme. Era o Tarantino, de mãozinha dada com a namorada.

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

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