Há um certo teor emblemático que permeia toda a construção identitária de ‘Electra Heart’, o segundo álbum de estúdio de Marina Diamandis (ou, como ela era conhecida em suas primeiras incursões na música, Marina and the Diamonds).
Apesar de ter sido recebida com pé frio pela crítica internacional, o compilado de originais se tornou um dos favoritos dos fãs (senão a produção mais elogiada pelo público) e apresentou um lado novo de Marina, mergulhando em temas que abordavam feminismo, empoderamento e a necessidade de ser quem você é, sem abandonar suas próprias peculiaridades e sem se esquecer de onde vinha – ou seja, de um espectro sonoro mais manufaturado e menos mainstream.
De qualquer forma, foi com ‘Electra Heart’ que a cantora e compositora começava a calcar um nome conhecido mundialmente: além de ter alcançado o primeiro lugar nas paradas britânicas, ela também alcançou sua melhor posição nos Estados Unidos, gerando os singles “How to Be a Heartbreaker” e “Primadonna”, que até hoje são tocadas nas baladas e nas festas. Apostando na construção de um alter-ego que marcaria sua carreira, é impossível não compreender como o disco foi importante para Diamandis.
Pensando nisso e celebrando o recente décimo aniversário do CD, montamos uma breve lista separando as 5 melhores músicas do álbum, explicando a vocês o motivo de as termos escolhido.
Confira abaixo e conte para nós qual a sua favorita:
5. “BUBBLEGUM BITCH”
O álbum não poderia ter abertura melhor que a agressividade frenética de “Bubblegum Bitch”. A música, como sempre trazendo os melhores vocais de Marina e uma fusão diferenciada dos acordes pulsantes da guitarra e de um sutil sintetizador, nos introduz ao seu alter-ego Electra Heart após um relacionamento fadado às ruínas, além de abrir espaço para o restante das canções. É digno de nota dizer que essa abertura, mesmo trazendo algumas falhas estruturais na transição ao refrão, é um ótimo e explosivo começo.
4. “TEEN IDLE”
Em ‘Electra Heart’, são as entradas mais intimistas que roubam os holofotes de forma instantânea, incluindo por uma das melhores tracks do compilado – “Teen Idle”, um hino sobre sonhos perdidos e um futuro destroçado, que entra em uma catártica contradição com o suave ritmo. Ela até mesmo ganha mais importância quando serve de base para o emocionante ápice, podendo dizer que seja um dos melhores da carreira de Marina, ainda mais pela honestidade com a qual a faixa é construída.
3. “HOW TO BE A HEARTBREAKER”
O último single de ‘Electra Heart’ definitivamente não poderia ficar fora da nossa lista. Apesar de Marina já ser conhecida entre seus fãs com músicas predecessoras, foi “How to Be a Heartbreaker” que deu a ela fama mundial e a colocou no centro dos holofotes. A canção, escrita com exímia pela performer e contando com a produção de Dr. Luke, coloca um ponto final em todo o desespero sentido pela artista ao mesmo tempo que reinicia um ciclo inquebrável.
2. “LIES”
“Lies” não entrou como música promocional, mas certamente conquistou os ouvintes com sua produção impecável e com uma mixórdia de gêneros bastante interessante e fora do que Maria já havia nos apresentado. Com batidas que relembram o electro-pop, ela faz um uso incrível de sua potência vocal, alcançando um crescendo que logo quebra em um belíssimo grave – e mais: ela arquiteta uma declaração de decepção tocante que nos leva para a segunda música.
1. “VALLEY OF THE DOLLS”
Nenhuma outra música poderia ocupar o primeiro lugar da nossa lista além de “Valley of the Dolls”. Apesar de não ser um single oficial, a canção reúne todos os diversos elementos explorados por Marina na psicodélica jornada de ‘Electra Heart’. O escopo neo-futurista da construção fonográfica é respaldado pelas múltiplas camadas vocais que se espalham pela faixa, criando uma inesperada coreografia musical e uma narrativa que a coloca no centro de uma Torre de Babel, procurando encontrar a si mesma e se afastar da perdição completa.