quinta-feira , 21 novembro , 2024

‘Elvis’: Austin Butler e Olivia DeJonge contam como foi trazer Elvis e Priscilla Presley à vida [COLETIVA]

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Em poucos dias, o público brasileiro poderá assistir à aguardada cinebiografia ‘Elvis’, que gira em torno do icônico Rei do Rock Elvis Presley, nas telonas. A produção, comandada por Baz Luhrmann e que traz Austin Butler no papel principal, narra a descoberta, a ascensão ao estrelato e a queda de Elvis no mundo do show business, escolhendo detalhes certeiros para tirá-lo do estigma de deidade intocável e torná-lo ainda mais humano.

Nas últimas semanas, o CinePOP teve a honra de participar de uma coletiva de imprensa com Luhrmann, Butler e o restante do elenco, que revelou alguns detalhes sobre a construção do longa-metragem e como cada um se preparou para seu respectivo papel na produção. Agora, trazemos para você a segunda parte da coletiva.



Butler faz um trabalho admirável ao interpretar Presley, transformando-se por completo e absorvendo cada trejeito e cada nuance vocal do artista – não é surpresa que ele tenha recebido aplausos por parte da crítica especializada e seja um dos favoritos para aparecer na próxima temporada de premiações.

Quando questionado sobre como se preparou para o papel, o astro disse:

“Eu tive aqueles dois anos em que não fiz nada além de me obcecar, e foi algo que atiçava minha curiosidade sempre – e eu tive pessoas incríveis sempre me ajudando. Meu treinador de dialeto, meu treinador de canto, meu instrutor de luta, nós fizemos bastante trabalho e tento ser tão meticuloso o possível. Mas, no final do dia, tudo culmina em querer encontrar a humanidade dele. O que me fascinou mais foi afastá-lo do ícone, despi-lo das caricaturas e de seus figurinos, e descobrir quem era ele em quarto vazio, sozinho, no final do dia; como ele acordava toda manhã, como era sua vida íntima. E ele era um homem incrivelmente espirituoso”.

É apenas normal que ícones do mundo do entretenimento posem como um trabalho difícil a ser levados para adaptações cinematográficas e, por muitas vezes, deixar o personagem de lado não é muito fácil. Por exemplo, Lady Gaga ficou nove meses infundida em um sotaque italiano para interpretar Patrizia Reggiani em ‘Casa Gucci’, e Marion Cotillard mal podia se reconhecer ao viver Edith Piaf em ‘Piaf – Um Hino de Amor’. E parece que Butler também teve certa dificuldade em deixar Elvis de lado depois de interpretá-lo.

“E em relação ao fato dele ainda estar atado a mim… Várias coisas aconteceram, meu relacionamento com o medo mudou, por causa da quantidade de pressão que senti em todo esse processo. Foi uma responsabilidade imensa, um medo de que iria decepcioná-lo e decepcionar seu legado ou sua família ou até mesmo os fãs ao redor do mundo que o amam tanto. Mas, ao mesmo tempo, foi uma ótima lição, porque ele sentia medo, e houve momentos, quando como em 1968, em que a carreira dele estava por um fio, a vida dele estava por um fio. E eu podia me confortar no fato de que Elvis sentia medo e, mesmo assim, fazia coisas extraordinárias”.

Como já mencionado, o astro encarna com paixão invejável os trejeitos do Rei do Rock, desde as rendições vocais aos memoráveis passos de dança. E, considerando que Elvis teve uma mudança considerável em suas performances com o passar dos anos, Butler teve que estudar cada uma de suas fases a fundo.

“[Comecei a tentar imitá-lo] mais ou menos um ano e meio antes de começarmos a gravar. A princípio, você olha e parece impossível, vendo o tanto de filmagens que temos e o tanto de gravações de voz que temos. O que me deixou mais surpreso foi o quanto a voz dele mudou com o passar dos anos. Uma vez entre 1954 e 1956, depois em 1962, totalmente diferente, e em 1972 ele soa diferente de tudo, e em 1977, de novo. Você tem todas essas vozes diferentes e tem que entender como elas evoluem com o passar do tempo. Eu passaria um dia vivendo e o interpretando – e o pessoal tinha que me aturar. E por haver tantas caricaturas dele, eu dei o dobro de mim como se aquela fosse a minha vida, como se eu enxergasse através dele, e não cair em nenhuma dessas armadilhas – porque é bem fácil cair nisso”.

O ator também se recorda de um momento das filmagens em que ficou arrepiado e se emocionou – e que serviu de parâmetro para saber se estava fazendo um bom trabalho ou não:

“Eu fiquei encantado por alguns detalhes, sabe? Quando falamos do físico, de coisas faciais ao que ele faz em uma escala maior. O que importa é que tudo vem dos movimentos musicais e de quando ele está no palco. Não é uma coreografia, mas parece, porque você tem que aprender o ângulo da perna, o ângulo da mão… É a constante ida e volta. Mas quando falamos sobre fomos para Nashville, rodar as cenas na tenda gospel, quando Elvis entra naquela tenda, eu estava no meio dos trinta cantores gospel mais incríveis que eu já ouvi na vida. A primeira pessoa começou a cantar e eu fiquei arrepiado; e quando as vozes se juntaram, lágrimas correram pelos meus olhos. E todos começaram a bater os pés e eu senti o momento que Elvis também sentiu. No momento que eu não sentia aquilo, eu sabia que não estava certo”.

Além de Butler, Olivia DeJonge também entregou uma atuação espetacular como Priscilla Presley, à época esposa de Elvis. Mais do que isso, DeJonge conheceu Priscilla ao vivo e em cores – e aproveitou para contar como foi se encontrar com ela.

“A primeira vez que a conheci, nós estávamos indo ao Gala do MET e foi bastante animador, o prospecto de tê-la por perto. E, sim, eu a conheci, ela é amável e linda. Depois disso, ela veio nos ajudar nessa turnê. E é muito especial olhar nos olhos da mulher que você interpreta e tê-la de uma forma tão receptiva e gentil foi uma benção, porque com certeza poderia ter acontecido totalmente diferente”.

Ela continua, dizendo qual foi a parte favorita em levá-la às telonas: “minha parte favorita em interpretá-la foi se respaldar em sua empatia e sua feminilidade, foi uma belíssima lição de vida e uma honra interpretá-la”.

Quando questionada sobre o que vai levar do projeto, DeJonge disse:

“Bom… Acho que a flexibilidade e maleabilidade e ter a paciência em você mesma para seguir em direções que não pensava que iria seguir. E acho também que é uma enorme lição sobre confiança. Eu estava incerta, mas tive que aprender a relaxar, mergulhar de cabeça e realmente confiar na direção em que as engrenagens seguiam, sabe? Lembrar que tudo ia ficar bem”.

Por fim, a atriz rasgou elogios para Baz, dizendo que trabalhar com ele foi “incrível, obviamente”.

Lembrando que ‘Elvis’ chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de julho.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Nas últimas semanas, o CinePOP teve a honra de participar de uma coletiva de imprensa com Luhrmann, Butler e o restante do elenco, que revelou alguns detalhes sobre a construção do longa-metragem e como cada um se preparou para seu respectivo papel na produção. Agora, trazemos para você a segunda parte da coletiva.

Butler faz um trabalho admirável ao interpretar Presley, transformando-se por completo e absorvendo cada trejeito e cada nuance vocal do artista – não é surpresa que ele tenha recebido aplausos por parte da crítica especializada e seja um dos favoritos para aparecer na próxima temporada de premiações.

Quando questionado sobre como se preparou para o papel, o astro disse:

“Eu tive aqueles dois anos em que não fiz nada além de me obcecar, e foi algo que atiçava minha curiosidade sempre – e eu tive pessoas incríveis sempre me ajudando. Meu treinador de dialeto, meu treinador de canto, meu instrutor de luta, nós fizemos bastante trabalho e tento ser tão meticuloso o possível. Mas, no final do dia, tudo culmina em querer encontrar a humanidade dele. O que me fascinou mais foi afastá-lo do ícone, despi-lo das caricaturas e de seus figurinos, e descobrir quem era ele em quarto vazio, sozinho, no final do dia; como ele acordava toda manhã, como era sua vida íntima. E ele era um homem incrivelmente espirituoso”.

É apenas normal que ícones do mundo do entretenimento posem como um trabalho difícil a ser levados para adaptações cinematográficas e, por muitas vezes, deixar o personagem de lado não é muito fácil. Por exemplo, Lady Gaga ficou nove meses infundida em um sotaque italiano para interpretar Patrizia Reggiani em ‘Casa Gucci’, e Marion Cotillard mal podia se reconhecer ao viver Edith Piaf em ‘Piaf – Um Hino de Amor’. E parece que Butler também teve certa dificuldade em deixar Elvis de lado depois de interpretá-lo.

“E em relação ao fato dele ainda estar atado a mim… Várias coisas aconteceram, meu relacionamento com o medo mudou, por causa da quantidade de pressão que senti em todo esse processo. Foi uma responsabilidade imensa, um medo de que iria decepcioná-lo e decepcionar seu legado ou sua família ou até mesmo os fãs ao redor do mundo que o amam tanto. Mas, ao mesmo tempo, foi uma ótima lição, porque ele sentia medo, e houve momentos, quando como em 1968, em que a carreira dele estava por um fio, a vida dele estava por um fio. E eu podia me confortar no fato de que Elvis sentia medo e, mesmo assim, fazia coisas extraordinárias”.

Como já mencionado, o astro encarna com paixão invejável os trejeitos do Rei do Rock, desde as rendições vocais aos memoráveis passos de dança. E, considerando que Elvis teve uma mudança considerável em suas performances com o passar dos anos, Butler teve que estudar cada uma de suas fases a fundo.

“[Comecei a tentar imitá-lo] mais ou menos um ano e meio antes de começarmos a gravar. A princípio, você olha e parece impossível, vendo o tanto de filmagens que temos e o tanto de gravações de voz que temos. O que me deixou mais surpreso foi o quanto a voz dele mudou com o passar dos anos. Uma vez entre 1954 e 1956, depois em 1962, totalmente diferente, e em 1972 ele soa diferente de tudo, e em 1977, de novo. Você tem todas essas vozes diferentes e tem que entender como elas evoluem com o passar do tempo. Eu passaria um dia vivendo e o interpretando – e o pessoal tinha que me aturar. E por haver tantas caricaturas dele, eu dei o dobro de mim como se aquela fosse a minha vida, como se eu enxergasse através dele, e não cair em nenhuma dessas armadilhas – porque é bem fácil cair nisso”.

O ator também se recorda de um momento das filmagens em que ficou arrepiado e se emocionou – e que serviu de parâmetro para saber se estava fazendo um bom trabalho ou não:

“Eu fiquei encantado por alguns detalhes, sabe? Quando falamos do físico, de coisas faciais ao que ele faz em uma escala maior. O que importa é que tudo vem dos movimentos musicais e de quando ele está no palco. Não é uma coreografia, mas parece, porque você tem que aprender o ângulo da perna, o ângulo da mão… É a constante ida e volta. Mas quando falamos sobre fomos para Nashville, rodar as cenas na tenda gospel, quando Elvis entra naquela tenda, eu estava no meio dos trinta cantores gospel mais incríveis que eu já ouvi na vida. A primeira pessoa começou a cantar e eu fiquei arrepiado; e quando as vozes se juntaram, lágrimas correram pelos meus olhos. E todos começaram a bater os pés e eu senti o momento que Elvis também sentiu. No momento que eu não sentia aquilo, eu sabia que não estava certo”.

Além de Butler, Olivia DeJonge também entregou uma atuação espetacular como Priscilla Presley, à época esposa de Elvis. Mais do que isso, DeJonge conheceu Priscilla ao vivo e em cores – e aproveitou para contar como foi se encontrar com ela.

“A primeira vez que a conheci, nós estávamos indo ao Gala do MET e foi bastante animador, o prospecto de tê-la por perto. E, sim, eu a conheci, ela é amável e linda. Depois disso, ela veio nos ajudar nessa turnê. E é muito especial olhar nos olhos da mulher que você interpreta e tê-la de uma forma tão receptiva e gentil foi uma benção, porque com certeza poderia ter acontecido totalmente diferente”.

Ela continua, dizendo qual foi a parte favorita em levá-la às telonas: “minha parte favorita em interpretá-la foi se respaldar em sua empatia e sua feminilidade, foi uma belíssima lição de vida e uma honra interpretá-la”.

Quando questionada sobre o que vai levar do projeto, DeJonge disse:

“Bom… Acho que a flexibilidade e maleabilidade e ter a paciência em você mesma para seguir em direções que não pensava que iria seguir. E acho também que é uma enorme lição sobre confiança. Eu estava incerta, mas tive que aprender a relaxar, mergulhar de cabeça e realmente confiar na direção em que as engrenagens seguiam, sabe? Lembrar que tudo ia ficar bem”.

Por fim, a atriz rasgou elogios para Baz, dizendo que trabalhar com ele foi “incrível, obviamente”.

Lembrando que ‘Elvis’ chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de julho.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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