domingo , 22 dezembro , 2024

Em Game Of Thrones, eles sabem matar!

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Das muitas qualidades de Game Of Thrones – GoT uma se destaca junto ao público (e sempre chamou a atenção deste crítico) e certamente é um das principais responsáveis pelo imenso sucesso da série: um roteiro que surpreende. Os roteiristas de GoT conduzem a narrativa de uma forma que até hoje o publico põe a mão na boca para segurar o queixo nos vídeos de reaction. Esse roteiro cheio de viradas é marca da série juntamente com a pilha de corpos que R. R. Martin e companhia vêm produzindo.     Morbidamente curioso, o uso das mortes na série é pedra fundamental para os roteiristas conseguirem esse efeito surpresa. Mas, o que há no roteiro de GoT que permite faz com que as mortes sejam tão impactantes?



Costumo sugerir às pessoas que nunca viram a série que assistam a primeira temporada toda. Se lá pelo meio do 10º episódio a criatura não gostar, pode desistir que GoT não é para você! Ir até o final da primeira temporada é importante porque é nele que a série explica a sua lógica de condução da narrativa: um roteiro com reviravoltas fortes e surpreendentes, que utiliza o elemento morte de forma que beira a perfeição.

O uso da morte em um roteiro não é dos mais simples. Por ser, em princípio, uma decisão sem volta, a morte de uma personagem acaba sendo reservada para momentos cruciais – quando não para o desfecho da trama – e dificilmente alcança os protagonistas. O público até já se acostumou com a ideia de que o protagonista está a salvo.

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Outra dificuldade é como inserir a morte na narrativa de forma orgânica. Vou inseri-la como elemento esporádico, como na maioria dos dramas, ou como algo constante, como na maioria dos filmes slashers? Os meus personagens voltarão da morte de alguma forma ou não? Cada escolha gerará um impacto distinto no público. Se for elemento eventual, a morte fica para um instante crucial, geralmente para mexer com a vida do protagonista. Se estivermos falando de um terror slasher, a morte será constante, e usarei uma penca de personagens genéricos como afiadores de facas; em compensação, terei que caprichar no visual das mortes.

Cada morte específica também precisa ser coerente com a narrativa; se uma morte soar como algo tirado da cartola, sem coerência com a estrutura narrativa, o público não sentirá o impacto e irá reclamar do ocorrido. O mais difícil, porém, é não blindar personagens: para que o risco da morte cause uma sensação de perigo junto ao público, a noção de quem personagens importantes podem morrer é essencial. E isto é o mais difícil de ser feito, justamente pela pré-disposição do público de achar que o protagonista está à salva.

Um exemplo de série quer começou bem e se perdeu no uso da morte foi The Walking Dead – TWD: os criadores conceberam um universo no qual o risco é verossímil: uma hecatombe zumbi, no qual podemos morrer ao dobrar uma esquina. Quando o público começou a perceber que certos personagens dificilmente seriam mortos, pronto, a noção de perigo diminuiu muito (sim, a série tem uma penca de problemas, mas isso fica para outro texto). Agora, por que as mortes ainda nós surpreendem e emocionam em GoT? Como os roteiristas as encaixam tão bem na trama?

As mortes em GoT ainda causam impacto porque envolvem personagens relevantes ao mesmo tempo em que são coerentes e orgânicas com a narrativa.

A ideia de várias mortes é coerente com um cenário de guerra mostrado na série, o que permite que as mortes surjam organicamente na narrativa. Segundo, R. R. Martin já estruturou seus livros de forma que as mortes não afetem a coerência da história que estamos acompanhando. Há uma imensa quantidade de personagens, com muitas relações entre si o que facilita a sucessão de protagonistas que vemos na série. Este verdadeiro rodízio de protagonistas permite aos roteiristas redirecionar a série para caminhos que o público não tinha como imaginar.

E quando falo em personagens relevantes, não penso apenas nos protagonistas, mas em figuras que se tornam queridas pelo público. O exemplo mais recente é o de Hodor (Kristian Nairn). Há aquelas que morrem em Westeros que adoramos, há os que ficamos assustados, mas tudo bem. E há aqueles que temos tanto carinho que dói que os perdemos. Foi o caso de Hodor.

Claro, o elemento morte nem de longe é o responsável pelo sucesso da série, é, no máximo, a uma marca registrado. Em verdade, as mortes só funcionam porque inseridas em uma narrativa incrível e porque envolve personagens profundamente humanos, que ora amamos e ora odiamos.

E aí, qual a morte que você mais sentiu pesar em GoT? E a que mais comemorou? Preparado para o começo da sétima temporada logo mais? Vamos, comente, compartilhe e curta nossas redes sociais:

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Das muitas qualidades de Game Of Thrones – GoT uma se destaca junto ao público (e sempre chamou a atenção deste crítico) e certamente é um das principais responsáveis pelo imenso sucesso da série: um roteiro que surpreende. Os roteiristas de GoT conduzem a narrativa de uma forma que até hoje o publico põe a mão na boca para segurar o queixo nos vídeos de reaction. Esse roteiro cheio de viradas é marca da série juntamente com a pilha de corpos que R. R. Martin e companhia vêm produzindo.     Morbidamente curioso, o uso das mortes na série é pedra fundamental para os roteiristas conseguirem esse efeito surpresa. Mas, o que há no roteiro de GoT que permite faz com que as mortes sejam tão impactantes?

Costumo sugerir às pessoas que nunca viram a série que assistam a primeira temporada toda. Se lá pelo meio do 10º episódio a criatura não gostar, pode desistir que GoT não é para você! Ir até o final da primeira temporada é importante porque é nele que a série explica a sua lógica de condução da narrativa: um roteiro com reviravoltas fortes e surpreendentes, que utiliza o elemento morte de forma que beira a perfeição.

O uso da morte em um roteiro não é dos mais simples. Por ser, em princípio, uma decisão sem volta, a morte de uma personagem acaba sendo reservada para momentos cruciais – quando não para o desfecho da trama – e dificilmente alcança os protagonistas. O público até já se acostumou com a ideia de que o protagonista está a salvo.

Outra dificuldade é como inserir a morte na narrativa de forma orgânica. Vou inseri-la como elemento esporádico, como na maioria dos dramas, ou como algo constante, como na maioria dos filmes slashers? Os meus personagens voltarão da morte de alguma forma ou não? Cada escolha gerará um impacto distinto no público. Se for elemento eventual, a morte fica para um instante crucial, geralmente para mexer com a vida do protagonista. Se estivermos falando de um terror slasher, a morte será constante, e usarei uma penca de personagens genéricos como afiadores de facas; em compensação, terei que caprichar no visual das mortes.

Cada morte específica também precisa ser coerente com a narrativa; se uma morte soar como algo tirado da cartola, sem coerência com a estrutura narrativa, o público não sentirá o impacto e irá reclamar do ocorrido. O mais difícil, porém, é não blindar personagens: para que o risco da morte cause uma sensação de perigo junto ao público, a noção de quem personagens importantes podem morrer é essencial. E isto é o mais difícil de ser feito, justamente pela pré-disposição do público de achar que o protagonista está à salva.

Um exemplo de série quer começou bem e se perdeu no uso da morte foi The Walking Dead – TWD: os criadores conceberam um universo no qual o risco é verossímil: uma hecatombe zumbi, no qual podemos morrer ao dobrar uma esquina. Quando o público começou a perceber que certos personagens dificilmente seriam mortos, pronto, a noção de perigo diminuiu muito (sim, a série tem uma penca de problemas, mas isso fica para outro texto). Agora, por que as mortes ainda nós surpreendem e emocionam em GoT? Como os roteiristas as encaixam tão bem na trama?

As mortes em GoT ainda causam impacto porque envolvem personagens relevantes ao mesmo tempo em que são coerentes e orgânicas com a narrativa.

A ideia de várias mortes é coerente com um cenário de guerra mostrado na série, o que permite que as mortes surjam organicamente na narrativa. Segundo, R. R. Martin já estruturou seus livros de forma que as mortes não afetem a coerência da história que estamos acompanhando. Há uma imensa quantidade de personagens, com muitas relações entre si o que facilita a sucessão de protagonistas que vemos na série. Este verdadeiro rodízio de protagonistas permite aos roteiristas redirecionar a série para caminhos que o público não tinha como imaginar.

E quando falo em personagens relevantes, não penso apenas nos protagonistas, mas em figuras que se tornam queridas pelo público. O exemplo mais recente é o de Hodor (Kristian Nairn). Há aquelas que morrem em Westeros que adoramos, há os que ficamos assustados, mas tudo bem. E há aqueles que temos tanto carinho que dói que os perdemos. Foi o caso de Hodor.

Claro, o elemento morte nem de longe é o responsável pelo sucesso da série, é, no máximo, a uma marca registrado. Em verdade, as mortes só funcionam porque inseridas em uma narrativa incrível e porque envolve personagens profundamente humanos, que ora amamos e ora odiamos.

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