terça-feira , 5 novembro , 2024

Entrevista | Alessandra Dorgan, diretora de ‘Luiz Melodia – No Coração do Brasil’, documentário brasileiro que está conquistando espectadores [BONITO CINESUR 2024]

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Documentário brasileiro que vem conquistando espectadores por onde é exibido, Luiz Melodia – No Coração do Brasil (leia nossa crítica aqui), nos leva para um tour objetivo e emocionante sobre a carreira gloriosa, com altos e baixos, de um dos maiores artistas que o Brasil já viu. Filme de encerramento do Festival É Tudo verdade, vencedor do prêmio de melhor filme do Festival In-Edit, o projeto foi selecionado para o Bonito CineSur 2024. Durante o evento, conversamos com a diretora do filme, Alessandra Dorgan, sobre essa obra que tem previsão de estreia no circuito exibidor no início de 2025:

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Como surgiu a ideia para retratar a história desse ícone da música popular brasileira, o grande Luiz Melodia?

Alessandra Dorgan: Foram seis anos, quase sete, de todo o processo do início até agora. Primeiro um momento de desenvolvimento. Eu, Patrícia Palumbo, jornalista, pesquisadora musical que era também amiga do Luiz e da Jane Reis, esposa dele, e sabia tudo sobre sua obra, e também Daniel Gaggini, produtor executivo. Num momento dificílimo do cinema brasileiro, com a crise dos streamings, sem regulamentação, sem fundo setorial, sem ancine, mas conseguimos um dinheiro de Proac (Programa de Ação Cultural de São Paulo). Aí depois disso, buscamos uma co-produção, para podermos dar o próximo passo, conversamos com algumas produtoras e a big Bonsai super se interessou e logo abraçou o projeto. Assim, seguimos para pesquisa, montagem a partir também de uma parceria com a Arte1 (canal que exibe conteúdos sobre arte, música, documentários).

Como foi a relação com a família do Melodia, eles também ajudaram o projeto com informações, detalhes que poucos sabiam?

Alessandra Dorgan: Muito. A Jane Reis (esposa de Melodia) é a nossa produtora associada do filme. Ela foi primordial para gente conseguir muito material. Desde o primeiro encontro pelo zoom, ela ainda estava em luto, era recente a morte do Luiz, mesmo assim, foi de uma generosidade gigante, contando sobre ele pra gente, para que assim eu conseguisse enxergar o personagem melhor, isso foi importantíssimo. Depois, num segundo momento, no finzinho da pandemia, viajei ao Rio de Janeiro e a conheci pessoalmente. Fui até a casa deles e sai de lá com uma caixa cheia de vhs com várias entrevistas do Luiz. Somado a tudo isso, ela ainda foi essencial para a liberação das músicas autorais dele, o que foi muito importante para esse filme ser tão musical como ele é.  O Melodia conta sua história falando mas também através do seu canto. A poesia e a voz dele contam demais.

 

O filme vem participando de vários festivais e deixando sua marca por onde passa. No ‘É tudo Verdade’, no ‘In-edit’, agora aqui no ‘Bonito CineSur’ e logo depois vai passar no ‘Festival Internacional de Paraty’. Como você tem sentindo a reação do público com sua obra?

Alessandra Dorgan: Pra mim é sempre emocionante! Eu acabo chorando em debate, em exibição. Todo mundo sai emocionado. Algumas pessoas saem chorando e me abraçam. Isso me contamina positivamente. Eu estou muito orgulhosa do filme, desse reconhecimento que é gostoso e diz muito sobre o que o filme conta do Melodia. Esse carinho é muito pro próprio Luiz, eu fico feliz com isso. É um reencontro do Melodia com o público dele, o filme de alguma forma propricia isso. Tem sido emocionante, todas as sessões sempre estão muito cheias. É muito gostoso esse carinho do público com o filme.

O filme já tem distribuição? Tem alguma previsão de data para estrear em circuito exibidor?

Alessandra Dorgan: A gente não tinha distribuidora, o filme nasceu do aporte do Arte1, pra ser um telefilme, mas com a repercussão dos festivais a gente agora tem sim uma distribuidora mas que ainda não posso divulgar pois estamos em negociação. Mas acredito que pro início de 2025 o filme deve ir pra circuito. Nós estamos bem animados com essa possibilidade.

Alessandra Dorgan. Foto: Eduardo Medeiros
Alessandra Dorgan. Foto: Eduardo Medeiros

Anos atrás teve um documentário sobre o Luiz Melodia (Todas as Melodias). Você quando pensou no seu projeto teve algum receio de alguma redundância? Das obras conversarem demais?

Alessandra Dorgan: Quando o outro filme surgiu, claro que deu uma insegurança de viabilizar o filme. Pensamos: será que deu espaço? Bateu um medo. Mas criativamente não influenciou. Acho que naturalmente são filmes com caminhos diferentes e existem muitas formas de contarmos a mesma história e acho que numa obra como a de Luiz Melodia cabem muitos outros documentários, outros recortes. Agora enxergando o processo, acho que é importante pro Luiz, um artista como ele tem que ter sua obra retratada por diversas formas, diversos olhares.

 

Como está sendo sua relação com a crítica de cinema em relação a sua obra? Você gosta de ler sobre o que escrevem do seu filme?

Alessandra Dorgan: Não é fácil. Eu leio tudo sim, tudo que a produção me manda eu vejo. Eu só não gosto de me ouvir, me ver falando. Eu sou muito autocrítica. Faz parte do crescimento do diretor, do artista, ler, internalizar. Tem coisas que não concordo e tem coisas que o crítico fala mas quem escreveu não conhece meu material. Por outro lado, tem coisas que fazem sentido e que ajudam a entender caminhos futuros e amadurecer artisticamente.

 

 

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Como surgiu a ideia para retratar a história desse ícone da música popular brasileira, o grande Luiz Melodia?

Alessandra Dorgan: Foram seis anos, quase sete, de todo o processo do início até agora. Primeiro um momento de desenvolvimento. Eu, Patrícia Palumbo, jornalista, pesquisadora musical que era também amiga do Luiz e da Jane Reis, esposa dele, e sabia tudo sobre sua obra, e também Daniel Gaggini, produtor executivo. Num momento dificílimo do cinema brasileiro, com a crise dos streamings, sem regulamentação, sem fundo setorial, sem ancine, mas conseguimos um dinheiro de Proac (Programa de Ação Cultural de São Paulo). Aí depois disso, buscamos uma co-produção, para podermos dar o próximo passo, conversamos com algumas produtoras e a big Bonsai super se interessou e logo abraçou o projeto. Assim, seguimos para pesquisa, montagem a partir também de uma parceria com a Arte1 (canal que exibe conteúdos sobre arte, música, documentários).

Como foi a relação com a família do Melodia, eles também ajudaram o projeto com informações, detalhes que poucos sabiam?

Alessandra Dorgan: Muito. A Jane Reis (esposa de Melodia) é a nossa produtora associada do filme. Ela foi primordial para gente conseguir muito material. Desde o primeiro encontro pelo zoom, ela ainda estava em luto, era recente a morte do Luiz, mesmo assim, foi de uma generosidade gigante, contando sobre ele pra gente, para que assim eu conseguisse enxergar o personagem melhor, isso foi importantíssimo. Depois, num segundo momento, no finzinho da pandemia, viajei ao Rio de Janeiro e a conheci pessoalmente. Fui até a casa deles e sai de lá com uma caixa cheia de vhs com várias entrevistas do Luiz. Somado a tudo isso, ela ainda foi essencial para a liberação das músicas autorais dele, o que foi muito importante para esse filme ser tão musical como ele é.  O Melodia conta sua história falando mas também através do seu canto. A poesia e a voz dele contam demais.

 

O filme vem participando de vários festivais e deixando sua marca por onde passa. No ‘É tudo Verdade’, no ‘In-edit’, agora aqui no ‘Bonito CineSur’ e logo depois vai passar no ‘Festival Internacional de Paraty’. Como você tem sentindo a reação do público com sua obra?

Alessandra Dorgan: Pra mim é sempre emocionante! Eu acabo chorando em debate, em exibição. Todo mundo sai emocionado. Algumas pessoas saem chorando e me abraçam. Isso me contamina positivamente. Eu estou muito orgulhosa do filme, desse reconhecimento que é gostoso e diz muito sobre o que o filme conta do Melodia. Esse carinho é muito pro próprio Luiz, eu fico feliz com isso. É um reencontro do Melodia com o público dele, o filme de alguma forma propricia isso. Tem sido emocionante, todas as sessões sempre estão muito cheias. É muito gostoso esse carinho do público com o filme.

O filme já tem distribuição? Tem alguma previsão de data para estrear em circuito exibidor?

Alessandra Dorgan: A gente não tinha distribuidora, o filme nasceu do aporte do Arte1, pra ser um telefilme, mas com a repercussão dos festivais a gente agora tem sim uma distribuidora mas que ainda não posso divulgar pois estamos em negociação. Mas acredito que pro início de 2025 o filme deve ir pra circuito. Nós estamos bem animados com essa possibilidade.

Alessandra Dorgan. Foto: Eduardo Medeiros
Alessandra Dorgan. Foto: Eduardo Medeiros

Anos atrás teve um documentário sobre o Luiz Melodia (Todas as Melodias). Você quando pensou no seu projeto teve algum receio de alguma redundância? Das obras conversarem demais?

Alessandra Dorgan: Quando o outro filme surgiu, claro que deu uma insegurança de viabilizar o filme. Pensamos: será que deu espaço? Bateu um medo. Mas criativamente não influenciou. Acho que naturalmente são filmes com caminhos diferentes e existem muitas formas de contarmos a mesma história e acho que numa obra como a de Luiz Melodia cabem muitos outros documentários, outros recortes. Agora enxergando o processo, acho que é importante pro Luiz, um artista como ele tem que ter sua obra retratada por diversas formas, diversos olhares.

 

Como está sendo sua relação com a crítica de cinema em relação a sua obra? Você gosta de ler sobre o que escrevem do seu filme?

Alessandra Dorgan: Não é fácil. Eu leio tudo sim, tudo que a produção me manda eu vejo. Eu só não gosto de me ouvir, me ver falando. Eu sou muito autocrítica. Faz parte do crescimento do diretor, do artista, ler, internalizar. Tem coisas que não concordo e tem coisas que o crítico fala mas quem escreveu não conhece meu material. Por outro lado, tem coisas que fazem sentido e que ajudam a entender caminhos futuros e amadurecer artisticamente.

 

 

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