Em uma entrevista à Variety, o diretor Neil Jordan celebrou os 30 anos de ‘Entrevista com o Vampiro’ e aprofundou a discussão sobre os tons homossexuais presentes na relação entre Louis (Brad Pitt) e Lestat (Tom Cruise).
Ao adaptar o romance de Anne Rice, Jordan buscou manter a essência da obra original: “Eu só queria ser fiel ao livro da Anne. Uma vez que Louis se transforma em vampiro, ele fica preso a essa companheira que é metade amante, metade manipuladora. E qualquer subtexto sexual que exista é expresso através do sangue, e do desejo pelo sangue”.
O diretor destacou a importância dos elementos subtextuais na construção da relação entre os personagens: “Então eu diria que há exatamente a quantidade de erotismo, homoerotismo ou qualquer outro, que estava no romance da Anne. E, na verdade, quando eu fiz o meu rascunho, tive que reintroduzir o máximo possível desses elementos”.
Ele acrescentou: “Então, achei que era uma reflexão adequada do que Anne escreveu, de toda a tragédia do vampirismo — uma vez que você abraça isso, você está fora da sexualidade, fora da possibilidade de ter um filho, até. Por isso, Lestat cria Claudia — para que Louis não o deixe. Achei que era a metáfora perfeita para tudo isso”.
A decisão de manter os elementos homoeróticos da história, no entanto, não foi isenta de desafios:
“Ninguém me disse nada do tipo. Eu acho que a única preocupação que tinham era: será que o filme é assustador o suficiente? Esse foi um problema para mim, porque esta é a primeira vez que você faz um filme do ponto de vista real do vampiro. Esses personagens não podem ser feridos. Então, você não pode colocá-los em uma situação de perigo que cause um terror real, mas você está mais em um mundo onde o terror é criado por você mesmo, então isso foi um pequeno problema. Mas ninguém disse: “Não faça isso” ou “Não faça aquilo”, concluiu
‘Entrevista com o Vampiro’ está disponível no Prime Video.